terça-feira, fevereiro 17, 2015

Avaliação na educação infantil é bola dividida entre especialistas

 Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo / Em colégios particulares, como o Dom Bosco, a avaliação costuma ser feita em sala de aula pelos professores
O Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece como sua meta número 1 a universalização da educação infantil para todas as crianças de 4 e 5 anos. O prazo é o início do ano letivo de 2016. As estratégias para efetivação da meta estão elaboradas no próprio plano, dentre elas a criação de uma avaliação desta etapa do ensino, a ser realizada a cada dois anos. Os profissionais da área concordam com a necessidade de parâmetros que guiem um ensino de qualidade. Mas na hora de definir como deve ser a avaliação é que começa a briga.
“Não basta receber a criança na escola. É preciso que exista um programa, professores bem formados, uma estrutura de gestão da escola que esteja preparada para uma criança que precisa de espaços, conteúdos diferenciados e ser entendida na sua fase de desenvolvimento como indivíduo”, resume a professora Edna Percegona, diretora geral do Colégio Opet. Para isso, os espaços escolares, o currículo e a proposta pedagógica devem ser monitorados. Uma boa avaliação, defende ela, é aquela que faz com que a instituição “olhe para si mesma e estabeleça padrões elevados de organização pedagógica, curricular e estrutura”.
Diagnóstico deve levar em conta as peculiaridades da faixa etária
Estipular uma avaliação universal como o “Provinha Brasil” para a educação infantil é uma ideia que gera controvérsias. Para o gerente de avaliação da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (que trabalha com políticas para a educação), Eduardo Marino, um teste, por si só, não temutilidade, mas a etapa de desenvolvimento da criança pode ser levada em conta na hora de diagnosticar a situação de ensino de uma localidade.
Em São Paulo, a fundação adotou o instrumento EDI (Early Development Instrument), que avalia o bem estar físico e emocional, a linguagem, maturidade e cognição da criança para medir sua prontidão para o Ensino Fundamental. “O EDI não é um teste. É um instrumento para construir um diagnóstico populacional”, diz Marino. O instrumento aponta necessidades de políticas públicas em outras áreas, como na saúde ou assistência social, o que “pode ser útil ao gestor público”.
Para Márcia Abicalaf, coordenadora de educação infantil do Colégio Dom Bosco, um teste não seria o ideal nesta faixa etária. “A criança nem escreve, ela não pode passar por uma mensuração”, diz. No colégio, a avaliação faz parte do trabalho cotidiano do professor, que analisa o desenvolvimento da criança sob a luz das teorias pedagógicas, apontando dificuldades psicomotoras ou de comportamento encontradas.
Análise complexa
Bem estar físico e emocional, linguagem, maturidade e cognição são alguns critérios que medem se a criança está pronta para o Ensino Fundamental.
Em Curitiba, a Secretaria Municipal de Educação (SME) criou parâmetros que levam em conta o processo de aprendizagem das crianças e o atendimento ofertado nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs). Os professores fazem registros coletivos dos alunos e elaboram portfólios individuais, que culminam em um parecer. A partir daí é possível indicar em que ponto a criança se encontra no processo de aprendizagem.
O atendimento leva em conta o espaço (se é organizado, aconchegante), a alimentação saudável, se o direito à brincadeira é resguardado, entre outros. Não basta que todos os centros recebam livros, por exemplo, se em uma unidade eles estão disponíveis para as crianças, como forma de incentivo, e em outra, não. “O parâmetro leva em conta o respeito à equidade”, explica a secretária Roberlayne de Oliveira Borges Roballo.
Governo
Ministério da Educação não tem posição, mas sua representante, sim
O Ministério da Educação ainda não tem uma posição concreta a respeito do tema, mas a coordenadora-geral de educação infantil da Secretaria de Educação Básica, Rita Coelho, já se declarou contrária à provinha. Em um evento sobre o tema em São Paulo, em setembro do ano passado, ela declarou ser contrária a um teste com as crianças “porque nesta etapa elas não se desenvolvem [todas] da mesma forma e mesmo ritmo”, segundo informações do portal G1. Em janeiro deste ano, à revista Escola Pública, Rita reforçou a opinião, e informou que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) já está com uma equipe formada para montar uma “matriz de referência, com as dimensões de oferta, formação profissional, gestão da escola, gestão do sistema, materialidade e infraestrutura” do ensino infantil.
http://www.gazetadopovo.com.br/educacao/conteudo.phtml?tl=1&id=1533226&tit=Avaliacao-na-educacao-infantil-e-bola-dividida-entre-especialistas

segunda-feira, fevereiro 09, 2015

Abertas inscrições para 58 cursos ofertados pela Fundação Cultural nas regionais

A Fundação Cultural de Curitiba abriu nesta segunda-feira (9) as inscrições para 58 cursos nas áreas de artes visuais, música, teatro e dança. As vagas estão distribuídas  pelos núcleos da Fundação nas regionais Matriz, Bairro Novo, Boa Vista, Boqueirão, Cajuru, Pinheirinho, Portão e Santa Felicidade. Os cursos fazem parte da política da Prefeitura de descentralizar a oferta de atividades para a população. No ano passado, mais de 25 mil pessoas participaram dos 55 cursos promovidos nos núcleos regionais.
Para participar não é preciso pagar taxa de matrícula. Entre os cursos, alguns são gratuitos e outros têm mensalidades que variam entre R$ 25 e R$ 45. No Pinheirinho, o curso de ballet clássico custa R$ 25 e o de dança gaúcha custa R$ 30. Nas regionais Boqueirão e Cajuru os cursos do Projeto Nosso Canto são gratuitos e nas regionais Boa Vista e Pinheirinho o curso de breaking também é gratuito.
A regional Matriz tem uma data específica de inscrição para cada curso do primeiro semestre. As matrículas do curso de violão acontecem na segunda e terça-feira (9 e 10); para o curso de técnica vocal as inscrições devem ser feitas na segunda e na quinta-feira (9 e 12); na quarta-feira (11) é o dia do curso de teclado e na sexta-feira (13) do curso de violino. As aulas começam nas mesmas datas das matrículas.
Nas regionais Boqueirão, Pinheirinho, Portão e Santa Felicidade as aulas começam junto com as inscrições, a partir do dia 9 de fevereiro. No núcleo Cajuru alguns cursos começam junto com as matrículas e outros apenas no início de março (confira a lista de cursos abaixo).
Na regional do Bairro Novo as atividades começam na quinta-feira (19) após o carnaval. No núcleo Boa Vista o início das aulas ocorre quando as turmas estiverem fechadas.
Procura
Em 2014, mais de 25 mil pessoas participaram dos 55 cursos promovidos nos núcleos regionais. A regional com maior número de inscritos foi a do Pinheirinho: 11.660 inscritos nos 10 cursos ofertados na Rua da Cidadania. Para este ano as novidades são os cursos de ballet clássico, dança gaúcha e breaking também ofertados na regional do Pinheirinho.
Confira a relação completa de cursos de cada regional
Regional Matriz - Mais informações e inscrições pelo telefone 041 3313-5817
•    Violão
•    Violino
•    Técnica Vocal
•    Teclado
Para saber dias e horários clique aqui.

Regional Bairro Novo - Mais informações e inscrições pelo telefone 041 3289-4988
•    Teclado
•    Violão Popula
•    Desenho Artístico/ Pintura em Tela/ Mangá/ História em Quadrinhos
Para saber dias e horários clique aqui.

Regional Boa Vista - Mais informações e inscrições pelo telefone 041 3313-5685
•    Oficina de Contação de História
•    Roda de Danças Circulares
•    Atelier Infantil de Arte
•    Viola Brasileira (Caipira)
•    Violino
•    Pintura em Tela
•    Breaking
Para saber dias e horários clique aqui.

Regional Boqueirão - Mais informações e inscrições pelo telefone 041 3313-5515
•    Acordeom
•    Ballet
•    Canto Coral / Projeto Nosso Canto
•    Técnica Vocal / Projeto Nosso Canto
•    Teatro Juvenil e Infantil
•    Teclado
•    Violão Popular
•    Violino
Para saber dias e horários clique aqui.

Regional Cajuru - Mais informações e inscrições pelo telefone 041 3361-2302
•    Violão
•    Desenho Artístico
•    Pintura em tela orientadora
•    Guitarra e contra – baixo elétrico
•    Teclado
•    Técnica vocal / canto coral
•    Violino
•    Bateria
Para saber dias e horários clique aqui.

Regional Pinheirinho - Mais informações e inscrições pelo telefone 041 3313-5421
•    Violão
•    Guitarra
•    Teclado
•    Técnica Vocal
•    Violino
•    Acordeom
•    Desenho Artístico e Pintura
•    Dança do Ventre
•    Ballet Clássico
•    Dança Gaúcha
•    Breaking
Para saber dias e horários clique aqui.

Regional Portão - Mais informações e inscrições pelo telefone 041 3350-3965
•    Desenho Artístico/ Pintura em Tela
•    Teclado
•    Violão
•    Dança do Ventre
•    Violino
•    Teatro
Para saber dias e horários clique aqui.

Regional Santa Felicidade - Mais informações e inscrições pelo telefone 041 3374-5018
•    Desenho Artístico
•    Teclado
•    Viola Caipira
•    Violino
•    Violão
•    Atelier de artes Infantil
•    Pintura em Tela
•    Teatro Infantil e Juvenil
•    Guitarra
Para saber dias e horários clique aqui.
http://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/abertas-inscricoes-para-58-cursos-ofertados-pela-fundacao-cultural-nas-regionais/35481 

domingo, fevereiro 01, 2015

Morre, aos 76 anos, o ex-presidente do Bamerindus José Eduardo Vieira

O empresário José Eduardo de Andrade Vieira, que presidiu o banco Bamerindus e era proprietário do Grupo Folha de Comunicação (donos do Jornal Folha de Londrina e o portal O Bonde), morreu no começo da manhã deste domingo. Ele tinha 76 anos e deixa sete filhos. O empresário, que teve fez carreira política, estava internado desde 12 de janeiro, quando deu entrada em um hospital na cidade paranaense de Joaquim Távora para tratar uma pneumonia, sendo em seguida transferido para o Hospital Evangélico de Londrina.
Eduardo Vieira, nascido em Tomazina, no Norte Pioneiro, foi senador pelo Paraná e ministro nos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. No primeiro governo, comandou o ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo (1992-1993) e, posteriormente, assumiu a Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária (1993). Durante o período FHC, voltar a chefiar a Agricultura (1995-1996).
Arquivo Pessoal/Reprodução Folha de Londrina
Arquivo Pessoal/Reprodução Folha de Londrina / Ampliar imagem
Entre 1981 e 1997, presidiu Bamerindus, banco fundado por sua família e que foi vendido ao HSBC. Em 1992, ele se tornou sócio da Folha de Londrina e assumiu a superintendência do jornal em 1999.
Empresário foi senador e ministro
O nome de José Eduardo Andrade Vieira ficou ligado a quatro áreas de atuação. Na economia, foi o herdeiro e gestor de um dos maiores bancos privados do Brasil, o Bamerindus. Na política, se elegeu senador e chegou a ministro por duas vezes. Na imprensa, comprou um dos mais tradicionais jornais do Paraná, a Folha de Londrina. E na agricultura tocou suas fazendas até o fim da vida.
A ida para o banco foi, segundo o próprio Andrade Vieira, um “acidente de percurso”. Nascido em Tomazina, no interior do Paraná, José Eduardo era integrante de uma família numerosa. Em 1981, aos 43 anos, um avião que levava boa parte da família caiu, matando dois dos irmãos. Um outro irmão havia morrido seis meses antes.
Restaram José Eduardo e quatro irmãs (entre elas a empresária Maria Christina Andrade Vieira, falecida em 2011), e ele acabou assumindo o banco.
O período de maior destaque e a queda financeira vieram em seguida, e o próprio Andrade Vieira não conseguia deixar de suspeitar que as coisas estivessem ligadas. Em 1992, quando estava no segundo ano do mandato de senador obtido em 1990, numa disputa contra Tony Garcia, foi chamado por Itamar Franco para o ministério.
Durante alguns meses, chegou a acumular duas pastas: a da Indústria e Comércio com a da Agricultura. Em 1995, já com Fernando Henrique na presidência, voltou a ser ministro da Agricultura.
A queda viria dois anos depois, com a intervenção federal no banco da família. Fundado pelo pai de José Eduardo, o empresário Avelino Vieira, o banco tinha se firmado entre os maiores do país. “Em câmbio, chegou a ser maior que o Banco do Brasil”, orgulhava-se o banqueiro. No entanto, a empresa passava por dificuldades financeiras e, em 1997, o mesmo governo Fernando Henrique que tinha colocado o paranaense no primeiro escalão, determinou sua derrocada.
A intervenção foi seguida da venda do banco e dos ativos para o britânico HSBC. José Eduardo nunca perdoou o que considerou uma traição do então presidente. Primeiro porque ele achava que o banco tinha condições de se recuperar. Segundo, porque, segundo o ex-proprietário, os ativos foram vendidos “a preço de banana”. E terceiro porque José Eduardo nunca tirou da cabeça que Fernando Henrique tinha lhe tirado o banco porque ele estava ficando forte demais.
“Até para presidente da República eu cheguei a ser cogitado. Por isso que o Fernando Henrique fez a intervenção. Por medo de eu concorrer com ele. Com a intervenção no banco, obviamente afetou minha credibilidade e eu fiquei sem recursos para qualquer coisa”, desabafaria quinze anos mais tarde ao jornal O Estado de S. Paulo.
Politicamente, a venda do Bamerindus significou o fim de José Eduardo. Terminado o mandato de senador, ele nunca mais se candidatou a nada. Continuou nos negócios com a Folha de Londrina, mas nunca voltou também à área econômica. No dia a dia, pouco ia à sede do jornal, em Londrina, e preferia passar os dias na Fazenda da Capela, em Joaquim Távora, onde cuidava do gado.
Há vários anos enfrentava problemas de saúde. Tinha, segundo ele próprio, “um pouco de diabetes”. Em 2011, passou a ter problemas de fala que, segundo seu médico, poderiam ser consequência de um acidente vascular cerebral. “Não senti nada”, disse em entrevista ao jornal Valor Econômico.
http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=1529891&tit=Morre-aos-76-anos-o-ex-presidente-do-Bamerindus-Jose-Eduardo-Vieira