Diferentemente do divulgado na edição de ontem da Gazeta do Povo, o ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho não fez, no último final de semana, o curso de reciclagem para condutores infratores. Quem frequentou as aulas destinadas a motoristas que superam 20 pontos em multas na carteira de habilitação – e ficam impedidos de dirigir até que concluam a reciclagem – foi o prefeito de Guarapuava, Luiz Fernando Ribas Carli (PP), pai do ex-deputado. A reportagem tentou localizar e entrevistar o aluno do curso inicialmente identificado como Carli, mas ele teria saído pela porta dos fundos do Detran de Ponta Grossa e não foi possível localizá-lo.
A assessoria de imprensa da prefeitura de Guarapuava, na Região Central do estado, confirmou que o prefeito fez o curso e que estava com a habilitação suspensa. Informou ainda que o prefeito preferiu fazer o curso em Ponta Grossa, a 164 quilômetros de distância de Guarapuava, porque a família tem fazenda nos Campos Gerais e passa vários finais de semana no local. Quem precisa fazer o curso de reciclagem pode optar por comparecer às aulas durante uma semana à noite ou durante todo o final de semana.
O prefeito estaria em viagem, ainda segundo a assessoria, e impossibilitado de responder por quais motivos a carteira de habilitação estava suspensa e desde quando ele estava impedido de dirigir. Divulgou apenas que ele sempre foi cauteloso ao volante e que veículos em nome dele eram dirigidos por outras pessoas, que eventualmente foram multadas.
Reportagem publicada na Gazeta do Povo em maio de 2009 divulgou que o prefeito havia acumulado 42 pontos em multas e que mantinha o direito de dirigir enquanto recorria das infrações.
Ex-deputado
Carli Filho é acusado de cometer duplo homicídio com dolo eventual (quando o agente assume o risco de produzir o resultado). Ele se envolveu em um acidente, há dois anos, que culminou na morte de Gilmar Rafael Souza Yared, 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20 anos, em Curitiba. No caso de Carli, a perda da carteira não está relacionada ao acidente, mas sim às 30 multas aplicadas no período de seis anos. Juntas, elas somaram 130 pontos.
O fato de Carli ainda não ter sido julgado no processo criminal não o impede de voltar a dirigir, segundo a atual legislação. O ex-deputado aguarda em liberdade o andamento do processo. Também não foi definido ainda se Carli irá a júri popular.
Fonte: Gazeta do Povo 07/06/2011
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