O papa Francisco afirmou nesta quinta-feira que a liberdade de expressão tem seus limites e que não se pode provocar nem ofender a religião, ao se referir, embora sem citar, ao atentado contra a revista satírica "Charlie Hebdo" em Paris.
O pontífice disse que tanto a liberdade de expressão como a religiosa "são direitos humanos fundamentais". "Temos a obrigação de falar abertamente, de ter esta liberdade, mas sem ofender", continuou.
- Veja também
- Charges de Maomé contribuem para apoiar o terrorismo, segundo Hezbollah
- Eles não são ‘Charlie Hedbo’
- EUA confirmam que vídeo da Al Qaeda é autêntico e investigam laços com ataque
- Turquia veta capa da "Charlie Hebdo" por ser uma "injúria" a Maomé
- Merkel promete que protegerá muçulmanos na Alemanha
- Hollande diz que atos antimuçulmanos e antissemitas serão "severamente punidos"
Sobre a liberdade religiosa, destacou que "cada um tem o direito de praticar sua religião, mas sem ofender" e considerou uma "aberração" matar em nome de Deus.
"Não se pode ofender, ou fazer guerra, ou assassinar em nome da própria religião ou em nome de Deus", afirmou.
O papa considerou que embora agora possa surpreender o que está passando nesse âmbito, no passado houve guerras nas quais a religião desempenhou um papel determinante.
"Também nós fomos pecadores, mas não se pode assassinar em nome de Deus", insistiu.
"Acho que os dois são direitos humanos fundamentais, tanto a liberdade religiosa, como a liberdade de expressão", continuou o papa sobre a compatibilidade entre ambos os conceitos.
E disse ao jornalista francês que lhe perguntou: "Vamos (falar) sobre Paris, falemos claro".
Papa disse: "Temos a obrigação de falar abertamente, de ter esta liberdade, mas sem ofender".
"É verdade que não se pode reagir violentamente, mas se Gasbarri (o papa se referiu a um de seus colaboradores junto com ele no avião), grande amigo, diz uma palavra feia da minha mãe, pode esperar um murro. É normal!", assegurou.
Francisco lamentou que haja "muita gente que fala mal de outras religiões ou das religiões (...), que transforma em um brinquedo as religiões dos demais".
Para o pontífice, estas pessoas "provocam" e foi quando estimou que "há um limite para a liberdade de expressão".
"Dei este exemplo (...) para dizer que nisto da liberdade de expressão há limites, como o que Gasbarri disse da minha mãe", disse o papa aos correspondentes.
Sobre a questão da liberdade de expressão, o pontífice esclareceu que "é uma obrigação dizer o que se pensa para ajudar o bem comum".
"Se um senador ou um político não diz o que pensa, não colabora com o bem comum", defendeu o papa.
Francisco citou, por outro lado, o papa emérito Bento XVI quando este falou na universidade alemã de Regensburg sobre a existência de uma mentalidade "pós-positivista" que conduz a considerar como "subculturas" as religiões ou as expressões religiosas.
http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/conteudo.phtml?tl=1&id=1526287&tit=Papa-diz-que-http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/conteudo.phtml?tl=1&id=1526287&tit=Papa-diz-que-http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/conteudo.phtml?tl=1&id=1526287&tit=Papa-diz-que-
Nenhum comentário:
Postar um comentário