Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura de Curitiba, as obras na Linha Verde e na Marechal Floriano sofrem os efeitos da paralisação do repasse de verbas do governo federal. Com os pagamentos atrasados devido à necessidade de readequação do projeto, a empresa responsável pela Linha Verde pediu a rescisão do contrato e a intervenção foi suspensa. Em nenhum dos dois casos, há novos prazos para entrega das obras.
Quanto à Avenida Batel e à Augusto Stresser, a assessoria da prefeitura garante que, por serem ruas com muitas lojas, é comum os comerciantes se sentirem prejudicados com as modificações, mas diz que o ritmo de trabalho está normal e ambas estão chegando à sua fase final, o que deve garantir a entrega dentro do prazo.
A seguir, você vê a situação em quatro pontos da cidade e o que contam os moradores e comerciantes:
Linha Verde Sul
Fotos: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
No dia 26 de novembro, quando a equipe da Gazeta do Povo passou pelo trecho da Linha Verde Sul que deveria estar em obras, no bairro Pinheirinho, não havia funcionários trabalhando na pista. A situação, garantem as pessoas que moram ou trabalham na região, está assim há bastante tempo.
“Há meses não vemos alguém trabalhando aqui na rua. Eu, pelo menos, nem lembro a última vez que vi os operários por aqui”, afirma o cozinheiro Antonio Avancini, que trabalha na região há quatro anos.
Entre quem passa pelo local, a reclamação é que o trecho que deveria estar em obras atrapalha a passagem de pedestres e ciclistas, comprometendo a circulação na região. “Para cruzar a via, a gente precisa atravessar um barranco, formado pelos materiais que ficaram no canteiro. Até as manilhas ficaram ali, abandonadas e incomodando quem passa”, comenta Avancini.
O porteiro Edivilson Fernandes, que trabalha na região há três anos, concorda e aponta outro problema. “Foi aberta uma vala, acho que para passar essas manilhas e tubulações, mas nada foi feito e o buraco continua aberto.”
Avenida do Batel
Na Avenida do Batel, as obras de revitalização seguem com equipes espalhadas por alguns trechos da rua e a expectativa é que até março de 2013 – prazo que coincide com a inauguração do Shopping Pátio Batel na região – as reformas sejam finalizadas.
Para a proprietária da Banca do Batel, na Praça Miguel Couto, Elisangela Heidorn, o início das atividades do shopping deve ajudar a agilizar a execução das obras, já que, por enquanto, o ritmo parece estar lento. “Quem mora ou trabalha por aqui acompanha o dia a dia da obra e vê que tem funcionários e máquinas trabalhando, então fica na expectativa para terminar logo. Queremos voltar o mais rápido possível à rotina de antes da reforma.”
O problema por lá é que as reformas têm afastado os clientes que costumavam passar pela região. “Tive 40% de queda no movimento por causa da reforma e a reclamação é generalizada.”
Para Angela Heidorn, irmã de Elisangela que também trabalha e mora na região, o maior problema é o estado das calçadas. “Passamos o dia vendo pessoas caindo. Não tem como andar direito. Eu, por exemplo, torci o pé essa semana caminhando por aqui, então compromete muito a nossa segurança.”
Marechal Floriano
Dezembro de 2012. Essa era a previsão de conclusão das obras da Avenida Marechal Floriano no bairro Boqueirão, mas muitos moradores da região apostam que a reforma ainda deve durar muito tempo e há até quem ache que a qualidade da pista continua deixando a desejar.
Por enquanto, apenas 20% das reformas foram feitas e os trabalhos estão suspensos, devido à falta de verbas. “Faz tempo que não vemos o pessoal trabalhando na pista e o asfalto continua esburacado”, comenta a empresária Sofia Dariz, que mora e tem uma loja na região.
Segundo ela, as obras não deveriam ficar somente na Marechal, mas se estender por ruas próximas. “A qualidade do asfalto é péssima. Eu, por exemplo, faço um percurso bem curto entre minha casa e o trabalho, mas preciso dar uma volta grande para fugir dos buracos. É uma aventura andar de carro por aqui.”
Para o comerciante Daniel Zimmermann, a vantagem do ritmo devagar das obras é que os transtornos com mudanças de sentido e bloqueio de ruas estão bem menos frequentes. “Às vésperas das eleições, havia máquinas por todos os lados e o trânsito fluía muito mal. Agora, os empecilhos são bem menores, mas eles precisam retomar as obras.”
Augusto Stresser
Cerca de 90% de queda no movimento em comparação com os meses anteriores. Foi isso que chegou a registrar a empresária Amélia Grabas Zacarkim, proprietária da loja de pijamas Hora de Dormir, há nove anos na Rua Augusto Stresser. “É visível que a obra está enrolada, mas agora está melhor. Até a semana passada, nosso trecho estava bloqueado, então só hoje [26 de novembro] pudemos notar os clientes voltarem a transitar.”
Além dos bloqueios em alguns trechos da rua, a reclamação de lojistas e moradores tem a ver com a mudança de sentido em algumas partes da via, o estado das calçadas e a retirada de vagas de estacionamento para contemplar o novo modelo da rua.
Segundo a prefeitura, o prazo para a finalização das obras é dezembro de 2012, mas quem mora ou trabalha na região já perdeu a confiança nesse prazo. “É só olhar o estado da rua atualmente para ver que ainda vão ser necessários meses para a finalização dos trabalhos”, explica o administrador Carlos Zacarkim.
Entre os lojistas, para evitar prejuízos nesses meses de reforma, a opção foi criar uma campanha para atrair consumidores. “Fizemos promoções, estamos divulgando a rua e mostrando que ela não está completamente bloqueada.”
04/12/12 Por: Rafaela Bortolin
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