Por ANTONIO SENKOVSKI, PATRICIA PEREIRA E KATNA BARAN, ESPECIAL PARA A GAZETA DO POVO
Um instituto que oferecia cursos de graduação e pós-graduação à distância é suspeito de ter desviado R$ 50 milhões em um golpe aplicado na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e em outras instituições de ensino do estado. A Operação Atenas, do Comando de Operações Especiais (Cope), da Polícia Civil, prendeu, nesta terça-feira (4), 24 pessoas que fariam parte da organização. Entre os presos está Marcos Aurélio Paterno, de 67 anos, que, conforme o Cope, seria o idealizador e envolveu a família como laranja do esquema.
Foram cumpridos mandados de prisão em oito cidades: Curitiba, Pinhais, Paranavaí, Ortigueira, Campo Largo, São José dos Pinhais, Colombo e Dois Vizinhos. Segundo o Cope, ainda serão cumpridos mandados em outros municípios e existe a possibilidade de envolvimento de um funcionário público na fraude, o que ainda está sendo investigado.
Conforme informações divulgadas pelo Cope, o Instituto Tecnológico de Desenvolvimento Educacional (ITDE) fazia inscrições com a emissão de boletos para o pagamento de taxas, realizava os cursos à distância, mas não registrava o nome dos alunos nem emitia diplomas, já que não era reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC).
Conforme o delegado Cassiano Aufiero, o ITDE foi aberto como uma ONG (organização não governamental) e fez parcerias com diversas instituições de ensino do estado para dar credibilidade aos cursos que oferecia. Os estudantes acompanhavam as aulas à distância, e pagavam R$ 149 para graduação e R$ 99 para cursos de pós.
Os responsáveis pelo golpe também abriram empresas de fachada para fazer lavagem de dinheiro. “Eles abriram empresas que seriam prestadoras de serviço para a ONG para forjar gastos e escoar o dinheiro recebido. Uma das empresas era uma gráfica”, explicou Aufiero.
Até agora, a polícia calcula que quatro mil estudantes foram vítimas do esquema, mas outras denúncias devem ser registradas, de acordo com o delegado. Ainda segundo a polícia, a UFPR e a Faculdade de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), foram as mais prejudicadas com os convênios firmados com o ITDE (Instituto Tecnológico de Desenvolvimento e Educação), mas outros centros educacionais também foram lesados.
A organização é acusada, a princípio, de praticar os crimes de lavagem de dinheiro, estelionato, falsidade ideológica, falsificação de documentos e formação de quadrilha. A polícia calcula que os prejuízos podem chegar a até R$ 50 milhões, mas, até agora, confirmou o rombo de R$ 25 milhões.
Segundo Aufiero, existe a possibilidade de funcionários públicos estarem envolvidos no esquema. Uma nova fase da investigação vai envolver a Polícia Federal.
Segundo Aufiero, existe a possibilidade de funcionários públicos estarem envolvidos no esquema. Uma nova fase da investigação vai envolver a Polícia Federal.
A reportagem entrou em contrato com o ITDE, mas uma funcionária informou que não havia ninguém no Instituto para dar esclarecimentos sobre a denúncia.
A assessoria de imprensa da Universidade Federal do Paraná (UFPR) também foi procurada e informou que só vai se posicionar quando for notificada oficialmente da denúncia.
04/12/12
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