Com 48 km² de extensão, a segunda maior baía do estado – a Baía de Paranaguá é a maior – é um espaço ideal para pesca e passeios de barco. Os atrativos naturais são abundantes. A Ilha da Pescaria, por exemplo, concentra parte dos sambaquis, amontoados de conchas e ossos que são arquivo farto para estudiosos. Manguezais também são comuns nas proximidades.
Preservação
Especialistas e pesquisadores se unem em prol da baía
Quem vive na Baía de Guaratuba está atento ao que ameaça o ecossistema local. Um dos riscos apontados é a velocidade das embarcações, que acabam destruindo a borda protetora dos manguezais, junto às margens dos rios.
“Também há falta de consciência das pessoas quanto ao descarte de resíduos sólidos”, afirma o diretor-executivo do Instituto Guaju, Fabiano Cecílio da Silva. Nos mutirões de limpeza realizados pela ONG, são retiradas mais de duas toneladas de lixo em três horas.
Cerca de 600 pescadores e ostreicultores também recebem orientações técnicas da Emater. Ivo Luiz Olsen, extensionista do órgão, conta que uma das maiores dificuldades de quem trabalha na área é a diminuição dos estoques pesqueiros. “Antes pescava-se muito, com poucas redes. Hoje a situação se inverteu”, conta.
O pescador Romildo do Nascimento, que está há 16 anos na profissão, concorda. Hoje, ele passa até 15 dias no mar com seu barco, e já tem notado alterações no ambiente. “A pesca na baía tem diminuído. Tem muitas espécies que não existem mais”, lamenta.
Em um trajeto com barco, que custa entre R$ 10 e R$ 60, em média, os turistas ainda podem conhecer os nove pontos de cultivo e comercialização de ostras.
Já a Praia de Caieiras mantém características da comunidade de pescadores artesanais. Um dos pontos para visita é o local onde ocorreu o naufrágio do Vapor São Paulo, que voltava da Guerra do Paraguai, em 1868. Em dias de maré baixa, é possível ver o que restou do navio. Na mesma região, restaurantes e quiosques dão amostras da gastronomia típica.
A comunidade também guarda histórias de união. Inaugurada em julho do ano passado, a Passarela dos Nós foi uma iniciativa dos pescadores. A passagem de 110 metros de extensão e um trapiche foram construídos com a ação de voluntários, facilitando o embarque e desembarque pesqueiro.
“Quando o pescador vinha do mar com a produção, precisava levar a remo até a areia, e acabava perdendo tudo com a geração de ondas”, relembra Fabiano Cecílio da Silva, diretor-executivo do Instituto Guaju, ONG que atua na região há sete anos.
Com o objetivo de refoçar o turismo e a cultura na Baía de Guaratuba, o instituto faz o monitoramento dos Guarás, aves-símbolo da região. O trabalho, que se concentra principalmente em Caieiras, agrega educação ambiental, desenvolvimento e sustentabilidade.
Outro projeto é uma parceria desenvolvida entre a ONG Enamar e a UFPR Litoral, que oferece atividades a crianças da rede pública. Os alunos têm acesso no contraturno a lições de velejamento, canoagem e conhecimento náutico.
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