“Nós defendemos medidas públicas que harmonizem a função cultural do espaço, sem excluir a sua função residencial. Se a vida noturna ali acabar, a região vai ficar entregue à marginalidade”, diz o poeta Rodolfo Jaruga, representante da comissão do Baixo São Francisco.
Em discussão entre Executivo, Legislativo e comunidade, o projeto prevê facilidades na emissão de alvarás a estabelecimentos que fomentem a cultura. Aspectos de infraestrutura também devem ser privilegiados, como alargamento das calçadas, revitalização de fachadas, melhorias na iluminação pública e ampliação do policiamento.Os autores da iniciativa apontam que o Baixo São Francisco, historicamente notabilizado por sua efervescência cultural, passou a receber um fluxo cada vez maior de frequentadores. Em contrapartida, o poder público não teria correspondido ao movimento, se ausentando do processo. O texto menciona uma série de bares, restaurantes, discotecas e galerias que gera uma “concentração espontânea”, responsável por boa parte da produção cultural com DNA curitibano.
Paralelamente, o município deve fortalecer e estimular de forma contínua a produção artístico-cultural da região. A Fundação Cultural de Curitiba (FCC) já estuda a criação de uma feira de artes, em que bandas, artistas plásticos e poetas possam mostrar e promover seus trabalhos. “A região tem um valor cultural muito grande e o poder público está compreendendo isso. Queremos construir essas mudanças socialmente, identificando todas as demandas e conversando com a população que mora ali”, afirma o superintendente da FCC, Igor Cordeiro.
Prazos
Região pode se tornar primeiro setor especial de cultura
Região pode se tornar primeiro setor especial de cultura
Se as propostas saírem do papel, o Baixo São Francisco será o primeiro setor especial de produção cultural de Curitiba. O dispositivo está previsto no artigo 150 da lei orgânica do município. Para ser efetivada, a implantação pode ser incluída no plano diretor – que será revisto em julho – ou apresentada na Câmara como projeto de lei. “Ainda este ano teremos boas surpresas em relação a incentivos e manifestações culturais. As obras de infraestrutura ficarão para o ano que vem, porque precisam de previsão orçamentária”, adiantou o vereador Jonny Stica (PT), presidente da comissão que estuda o projeto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário