Cães e gatos têm enfrentado novos concorrentes na disputa de melhor amigo do homem. Répteis como cobras e lagartos, aves como os papagaios e mamíferos, a exemplo de saguis e furões, têm conquistado o coração daqueles que apreciam companhias mais, digamos, exóticas.
Nessa disputa animal, optar por um bichinho de estimação diferente exige alguns cuidados prévios, como estrutura adequada para recebê-lo e orientação quanto à alimentação, mas o principal é entender o temperamento do animal e ter certeza de que ele é a companhia ideal para o seu estilo de vida.
De acordo com o veterinário Marcos Makoto Ono, existem espécies indicadas para “iniciantes” e para os mais experientes no trato animal. Os interessados em adquirir um companheiro diferente são orientados a fim de verificar se há identificação com o animal. “Uma criança, por exemplo, terá dificuldades de entrosamento com uma ave. Há pessoas que querem uma cobra, mas têm dificuldades em lidar com a alimentação do animal, constituída de outros animais”, explica.
Portanto, antes de adotar um novo membro na família, é fundamental saber como ele se comporta e do que precisa para ter uma vida longa e feliz. Confira algumas orientações nesta página.
Sagui, frágil e serelepe
Menor espécie de macaco existente na natureza (é menor do que um cão da raça yorkshire e pesa não mais do que um quilo), o sagui é naturalmente arisco, mas adapta-se bem entre humanos se receber bastante atenção e cuidado. Além disso, por seu tamanho diminuto, tem a saúde frágil – uma gripe pode ser fatal se não for tratada corretamente.
Nina, de quatro anos, viveu os primeiros dois negligenciada até ser resgatada pelo zootecnista Hugo Segalla. Hoje, a macaquinha é a menina dos olhos da família. “Ela é super ativa, ‘cata piolho’ na cabeça, morde o dedo, puxa o cabelo, brinca com os brinquedos pela casa e dá gritinhos para chamar a atenção”, conta.
Alimentação: composta principalmente de frutas e verduras, deve incluir também um pouco de carne (crua ou cozida sem sal) e ração. Os saguis também gostam de queijo e Danoninho, mas não devem ingerir outro tipo de doce.
Estrutura: o sagui é bastante ativo e por isso precisa de pelo menos uma gaiola de um metro cúbico. Como gosta bastante de brincar e estar em contato com pessoas, pode ficar solto boa parte do tempo, desde que sob supervisão. A gaiola deve ficar em ambiente fechado e protegido de vento e chuva, pois o hábitat natural do sagui são as florestas tropicais e o animal sofre com o frio.
Preço: a partir de R$ 3 mil.
Tempo de vida: entre 15 e 22 anos.
Jiboia, o réptil mais amado
A jiboia pode atingir três metros de comprimento e pesar até 40 quilos. O temperamento dependerá da criação que receber. Anúbis, a simpática jiboia macho do veterinário Marcos Makoto (foto), chegou até ele já adulto. O antigo dono não se adaptou à personalidade do bicho. Anúbis não é exatamente um otimista, mas quando está de bom humor é capaz de permanecer horas aninhado no colo enquanto ganha cafuné na cabeça. Mas em seus dias ruins é bastante enfático. “Ele tem uma manobra, é o bafo da jiboia, ele abre a boca e bufa, é de arrepiar a espinha”, conta Marcos.
• Alimentação: animais vivos ou abatidos, como ratos-cobaia e codornas. O intervalo entre cada refeição pode chegar a 20 dias. Marcos recomenda esperar três dias após a cobra defecar para alimentá-la novamente. Quando sente fome, movimenta-se mais.
• Estrutura: fundamental um terrário, com base de vidro e armação de madeira, grande o suficiente para o animal se esticar. São necessários ainda termostato, higrômetro e fonte de aquecimento.
• Preço: R$ 2 mil a R$ 3 mil, mais o terrário.
• Tempo de vida: em média 24 anos.
Furão, uma mistura de cachorro, gato e hamster
Na definição do zootecnista Hugo Segalla, o furão é “uma mistura de cachorro, gato e hamster: é queridão como o cachorro, limpinho e higiênico como o gato e, se o dono não dispor de muito tempo para interagir, fica na gaiola tranquilamente, como o hamster”.
Maiores que os saguis, medem entre 35 e 50 centímetros e pesam até dois quilos. Inteligentes e independentes, são animais ideais para quem não permanece muito tempo em casa.
• Alimentação: devem ser alimentados com ração especial e um complexo vitamínico uma vez por semana. A dieta pode contar ainda com ovos e carne crua. Frutas apenas em pequenas e esporádicas porções. Bebem bastante água e desidratam facilmente, no verão esse é um cuidado extra.
• Estrutura: gaiola de alumínio com no mínimo um metro cúbico – furões detestam locais apertados. O espaço deve ser protegido de correntes de ar e do calor ou frio extremos. O ideal é que a gaiola seja equipada com uma espécie de toca e um cobertor para o animal dormir. Eles também curtem uma rede.
• Preço: média de R$ 1.900.
• Tempo de vida: 7 a 12 anos.
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