O Brasil entrou em campo nesta sexta-feira (4) na Arena Castelão, em Fortaleza, querendo espantar dois fantasmas: o do descontrole emocional e o da eliminação nas quartas de final (nas duas últimas Copas do Mundo caiu nesta fase). E coube ao capitão da seleção Thiago Silva - criticado durante a semana por sua postura omissa nas cobranças de pênaltis contra o Chile nas oitavas – e ao seu companheiro de zaga David Luiz (considerado pela Fifa o melhor jogador da competição até as oitavas) espantar os fantasmas. Os dois marcaram os gols da vitória por 2 a 1 em cima da Colômbia, que leva o Brasil à semifinal diante da Alemanha, que venceu a França por 1 a 0 também nesta sexta.
O primeiro gol saiu aos cinco minutos do primeiro tempo, quando Thiago Silva aproveitou escanteio do atacante Neymar para marcar de coxa. O capitão comemorou com intensidade, batendo a mão no coração e gritando “Aqui é Brasil”. Desde 1994 o capitão da seleção não marcava um gol em Copa – Raí foi o último, no Mundial dos EUA.
O gol de David Luiz saiu de cobrança de falta precisa no segundo tempo, sem chances para o goleiro Ospina. O gol colombiano saiu dos pés do meia James Rodríguez, de pênalti.
Sem poder contar com o volante Luiz Gustavo (suspenso após segundo amarelo), o técnico Luiz Felipe Scolari começou a partida com mudanças: o volante Paulinho entrou novamente na partida e o lateral direito Maicon fez a sua estreia na Copa, no lugar de Daniel Alves, que vinha sendo criticado, principalmente na marcação.
Com um futebol mais trabalhado no meio-campo e reduzindo os espaços do adversário, o Brasil fez um primeiro tempo seguro na frente. Na defesa, anulou o principal jogador colombiano – o meia James Rodríguez. Na segunda etapa o Brasil voltou a utilizar uma postura ofensiva, mas, após o gol de David Luiz, viu a Colômbia ensaiar uma reação e levar perigo ao gol brasileiro.
O Brasil irá se preparar para pegar, nas semifinais do Mundial, a Alemanha (que passou pela França neste sexta-feira, com vitória por 1 a 0), às 17h no Mineirão na próxima terça-feira (08). No entanto, Felipão não poderá contar com Thiago Silva, que levou o segundo cartão amarelo e cumpre suspensão na próxima fase.
O jogo
O Brasil começou o primeiro tempo buscando o ataque, trocando passes no meio-campo e não deixando o adversário ficar com a bola. O ritmo forte deu resultado. Demorou apenas cinco minutos para o gol sair: depois da cobrança de escanteio do atacante Neymar, o zagueiro David Luiz desviou e Thiago Silva desviou de joelho para o gol, abrindo o placar no Castelão.
O gol obrigou os colombianos a se lançarem ao ataque, principalmente pelo lado esquerdo, do lateral Marcelo, mas a zaga brasileira esteve bem postada e evitou os arremates. Com o jogo controlado, o time de Felipão – ao contrário dos outros jogos – soube trabalhar mais a bola no meio-campo e conseguiu ligar os contra-ataques na velocidade, mas parou nas boas defesa do goleiro Ospina, como aos 19’ quando o atacante Hulk finalizou forte ao gol dentro da área quase marcou o segundo gol brasileiro.
O meia colombiano James Rodríguez, bem marcado pelo volante Fernandinho, pouco produziu no primeiro tempo e a Colômbia teve que arriscar na bola parada, mas sem perigo para o gol do goleiro Julio César. Percebendo o melhor momento, o Brasil voltou a pressionar ao final da primeira etapa, nas jogadas individuais dos atacantes Hulk e Neymar, mas a ansiedade dos atletas fez com que os arremates fossem para fora.
Na volta do intervalo, a seleção voltou a explorar os contra-ataques em velocidade, mas viu a Colômbia pressionar no campo de ataque, utilizando os espaços deixados na marcação brasileira. Thiago Silva acabou levando o segundo cartão amarelo após atrapalhar a saída de bola do goleiro Ospina aos 18’, ficando de fora da semifinal, contra a Alemanha.
Aos 23’ o Brasil achou o seu segundo gol na partida, quando David Luiz cobrou falta direto no canto esquerdo, sem chances para o goleiro colombiano. Quando a Colômbia parecia não ter mais forças para reagir, o goleiro Julio César cometeu pênalti no atacante Bacca e James Rodrígez marcou o gol aos 34’.
Percebendo a pressão adversária, o técnico brasileiro trocou Hulk pelo meia Ramires e Paulinho pelo meia Hernanes, a fim de segurar a bola no meio-campo e diminuir o ímpeto dos colombianos.
Nos minutos finais da segunda etapa o Brasil perdeu Neymar, lesionado, e o zagueiro Henrique entrou na equipe (fazendo sua estreia na competição). A Colômbia, querendo o empate para levar para a prorrogação, empurrou os brasileiros para o campo de defesa, mas no apito final do juiz a comemoração – sem lágrimas – foi toda do Brasil.
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