terça-feira, setembro 09, 2014

Rede municipal melhora desempenho e Curitiba alcança 5,9 no Ideb, superando projeção do MEC

A educação pública de Curitiba melhorou seu desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Dados divulgados nesta sexta-feira (5) pelo governo federal mostram que a rede pública municipal alcançou em 2013 o índice de 5,9, o que mantém Curitiba na segunda posição entre as capitais, atrás apenas de Florianópolis (6,1), que também melhorou seu índice. Na edição anterior do Ideb, referente a 2011, o índice de Curitiba foi 5,8.

O desempenho da capital paranaense é superior ao projetado pelo Ministério de Educação para a cidade, que era de 5,7. Além de um melhor aproveitamento dos alunos nas provas, a rede municipal obteve índice de aprovação superior ao estimado pelo ministério.

O Ideb é um dos principais indicadores usados no País para mensurar o rendimento escolar dos estudantes do ensino fundamental das escolas públicas.

Composto pelo resultado da Prova Brasil e a taxa de aprovação dos estudantes o Ideb é usado para monitorar a qualidade do ensino e para subsidiar políticas públicas de educação. “Não é nossa única base de dados, mas por meio de uma análise qualitativa e aprofundada que fazemos dos microdados do Ideb, chegamos a um importante instrumento para o diagnóstico do ensino”, diz a secretária municipal da Educação, Roberlayne Borges Roballo. Ela destacou a dedicação do magistério da rede municipal, essencial para o bom desempenho das escolas, e o esforço dos alunos na realização das provas.

O aumento no índice na rede municipal está relacionado às ações do Plano Curitiba Mais Educação, colocado em prática desde janeiro de 2013. São medidas para melhorar a qualidade do ensino municipal e que vão desde a reformulação da proposta pedagógica trabalhada nas escolas, investimento na formação e carreira dos profissionais da educação, ampliação do tempo de pesquisa e planejamento das atividades do professor (a chamada permanência de 33%), além de novo modelo pedagógico que valoriza o trabalho coletivo nas escolas.

Com o novo modelo, o planejamento de aulas ficou mais integrado e as turmas passaram a ser assistidas por três professores. O trio elabora em conjunto o plano de aula e com isso os professores dialogam sobre o processo de aprendizagem de cada criança da turma.

Maior investimento na formação continuada dos professores é outra ação do plano com reflexo direto no aumento do Ideb. Mais bem preparados, os professorem têm feito das aulas e projetos momentos mais estimulantes para os estudantes.

Também contribuíram para a elevação do desempenho escolar a oferta de reforço pedagógico no contraturno, o trabalho articulado entre departamento e núcleos regionais de educação, reforço em ações de alfabetização e de ensino da matemática.

Microdados

Nos próximos meses, assim que o Ministério da Educação liberar os microdados que são coletados no processo de testagem dos estudantes nas provas do Ideb, a Secretaria Municipal da Educação iniciará uma análise aprofundada do desempenho individual de cada criança.

Esse trabalho foi realizado pela primeira vez no ano passado, e o resultado deu origem às mudanças nos projetos pedagógicos e no programa de formação dos profissionais da área. “Não nos interessa a classificação das escolas em rankings, mas conhecer as particularidades dos conteúdos avaliados e como eles podem ser traduzidos em novas ações para melhorar a qualidade do ensino”, diz a diretora do Departamento de Ensino Fundamental da Secretaria Municipal da Educação, Leticia Meira.

Com a análise dos microdados, explica Letícia, ao invés de se ater a qual escola obteve maior ou menor pontuação no Ideb,a secretaria avalia a evolução de cada escola entre uma avaliação e outra. “É assim que mensuramos se os esforços aplicados foram ou não eficientes”, diz Letícia.

Cruzamento

Outra pesquisa importante para a rede municipal de ensino foi o cruzamento dos dados do Ideb com os dados de programas federais. De forma geral, nas escolas localizadas em áreas de risco, com concentração de famílias atendidas por programas sociais, o rendimento escolar das crianças costuma ser inferior. Porém, há exceções que fogem à regra.

Escolas que têm conseguido driblar as consequências do baixo poder aquisitivo e da baixa escolarização das famílias sobre o desempenho escolar das crianças têm sido avaliadas de perto para que suas boas experiências sejam levadas para as demais unidades da rede.
Paralelamente ao estudo, a administração adotou o principio da equidade, para garantir as mesmas boas condições de aprendizado em todas as unidades da rede, para todos os estudantes.

Sistema próprio

Além das avaliações do governo federal, a Prefeitura de Curitiba está implantando um modelo próprio de avaliação do desempenho escolar dos estudantes. É o Sistema Municipal de Avaliação do Rendimento Escolar de Curitiba (Simare) que avaliará turmas de estudantes que ainda não são testados pelas avaliações do governo federal. Abrangerá as turmas de 4º, 6º e 8º anos. Com a inclusão das etapas até agora excluídas das avaliações será possível completar o diagnóstico sobre o rendimento dos estudantes.

Além das testagens com estudantes serão aplicados questionários para profissionais da educação e estudantes. A primeira avaliação acontecerá em novembro, para 21 mil estudantes.
http://www.cidadedoconhecimento.org.br/cidadedoconhecimento/index.php?subcan=7&cod_not=41278&PHPSESSID=99fe62a6d6552ac5452bbfdd3fc0851d

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