Uma homenagem prestada pela Câmara Municipal de Curitiba em função do Dia do Professor, na manhã desta quarta-feira (15), promoveu o encontro entre a experiência e a novidade. As professoras municipais Isolina de Abreu, recém-aposentada, e a iniciante Siméia Bozani, que ingressou na rede municipal de ensino de Curitiba em janeiro deste ano, foi a dupla escolhida, juntamente com a secretária municipal da Educação, Roberlayne Borges Roballo, para representar os 10 mil professores da rede municipal e receber a homenagem. A cerimônia aconteceu no plenário da Câmara, durante a Tribuna Livre.
Siméia Parreira de Assis Bozani acabou de ingressar na rede, um ano após concluir a faculdade de Pedagogia. A escolha pelo magistério aconteceu muito cedo, pois acompanhava o trabalho de professoras da rede ao levar o irmão mais novo para as turmas de altas-habilidades da rede municipal.
Siméia decidiu por estudar, pesquisar e atuar com educação especial. “Estudei bastante e estou feliz no meu caminho. Me considero uma professora-aluna porque tenho aprendido muito diariamente durante o meu exercício de ensinar”, disse Siméia.
A professora é corregente e dá aula de Ciências na Escola Municipal Monteiro Lobato, na Vila Nossa Senhora da Luz, no bairro CIC. “Meu objetivo como professora é intensificar as potencialidades dos meus alunos”, disse Simeia.
A professora Isolina de Abreu tem dois padrões na rede. No primeiro deles já está aposentada, mas segue ensinando crianças na Escola Municipal Professora Sophia Gaertner Roslindo. Isolina sempre trabalhou com as turmas de alfabetização, dizendo-se realizada a cada passo que os estudantes dão nos caminhos da leitura e da escrita. “A paixão pela educação me fez também voltar aos bancos escolares, nos cursos, que são muito importantes a continuidade domeu trabalho em sala”, conta Isolina.
Além de receberem certificados e homenagens prestadas pelos vereadores, as professoras acompanharam a apresentação feita por Roberlayne Borges Roballo relatando a história da formação docente no Brasil e o papel das mulheres no magistério municipal.
“Temos professores valorosos que buscam a construção de uma sociedade mais justa e cidadã a partir dos caminhos trilhados na educação”, disse Roberlayne. A secretária falou sobre importantes conquistas que os profissionais da área podem comemorar, entre elas a aprovação do novo plano de carreira do magistério, a ampliação de vagas no projeto Edupesquisa, o convênio com a Universidade Federal do Paraná para a oferta do mestrado profissional, além do Polo UAB na Universidade Aberta.
O presidente da Câmara, Paulo Salamuni, ressaltou a importância do trabalho dos profissionais do magistério. “Nosso trabalho na Câmara Municipal em criar e discutir projetos não teria sentido se não fossem os professores que brilhantemente atuam diariamente para garantir educação de qualidade em nossa cidade”, disse Salamuni.
O líder do prefeito na Câmara, vereador Pedro Paulo, ressaltou a importância da homenagem de valorização aos professores. “E felizmente este reconhecimento acontece ao mesmo tempo em que juntos aprovamos o novo plano de carreiras”.
O plano
O Plano do Magistério reúne propostas elaboradas por um grupo de trabalho paritário, formado por representantes da Prefeitura, de servidores e do Sindicado dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac).
Entre as principais mudanças está a implantação de um novo modelo de tabela salarial, que permite aos professores atingir o patamar mais elevado da carreira durante o tempo de serviço regular. Com o plano vigente o profissional do magistério precisaria de 89 anos de serviço para atingir o topo da tabela de vencimentos, com ganho salarial de 2,8% a cada dois anos. O novo plano cria condições para que o servidor reduza para 25 anos esse tempo, e estabelece ganho anual de 2,1%.
As mudanças resultarão em ganhos salariais de até 56%, ao longo de dois anos. Esse é o caso real de uma professora com mestrado e 27 anos de profissão. Hoje, essa professora recebe R$ 2.973. com o novo plano, passará a receber R$ 4.644, para uma jornada de quatro horas de trabalho por dia – um salário maior que o pago em várias faculdades.
Um professor em início de carreira, com oito anos de serviço e curso superior, sem especialização e sem mestrado, sai de um salário de R$ 1.853 para R$ 2.011 (aumento de 11,58%). Para um professor que também tem somente o curso superior, mas está há 14 anos na carreira, o aumento é de 36,74%: o salário passa de R$ 1.958 para R$ 2.677. Com uma especialização e 21 anos de Magistério, o ganho é de 53%: passa de R$ 2.315 para R$ 3.561.
Todos esses exemplos correspondem à jornada de trabalho de quatro horas por dia, ou seja 20 horas semanais. Como muitos professores fazem 40 horas, o valor dobra, projetando para a aposentadoria, no caso de quem tem mestrado, somando os vários outros benefícios, um salário próximo de R$ 12 mil.
Assim que o novo plano for sancionado, a Secretaria Municipal de Recursos Humanos iniciará o trabalho de análise individualizada da situação de cada um dos 12 mil profissionais do magistério, para calcular as distorções causadas por planos anteriores.
http://www.cidadedoconhecimento.org.br/cidadedoconhecimento/index.php?subcan=7&cod_not=41328
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