sexta-feira, junho 29, 2012

Pinheirão tem novo dono


Nem uma construtora ou grande empreiteira. O Pinheirão foi arrematado em leilão na tarde de ontem por uma empresa de agro­­em­­preendimentos. Após o lance final, de R$ 57,5 milhões, o acionis­­ta majoritário da JD Agricultura e Participações Sociais Ltda., João Destro, 67 anos, confessou não saber ao certo o que fará com a área de 124 mil metros quadrados que abriga o estádio, leiloado por causa de uma dívida de R$ 2,5 milhões da Federação Paranaense de Futebol (FPF), dona da área, com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
“Comprei no impulso [risos]. Vamos fazer um estudo de área com as secretarias da prefeitura para ver o melhor aproveitamento”, destacou Destro, que teve de assinar na hora, como garantia, um cheque no valor do arremate. Ele disputou o terre­no, com lance mínimo acima de R$ 34,5 milhões, com pelo me­­nos três grupos distintos.
Daniel Caron/ Gazeta do Povo
Daniel Caron/ Gazeta do Povo / João Destro, de 67 anos, bate o martelo e compra o Pinheirão: investimento futuroAmpliar imagem
João Destro, de 67 anos, bate o martelo e compra o Pinheirão: investimento futuro
Frustração
Coritiba ficou bem perto de comprar o estádio da FPF
André Pugliesi
Arrematada ontem, a área onde está o Pinheirão esteve muito próxima de abrigar um novo estádio do Coritiba. Entre agosto e novembro do ano passado, a FPF e um representante do clube e de investidores negociaram a compra do estádio, que acabou fracassada por causa de desentendimentos nos bastidores.
O plano era erguer no Tarumã uma praça esportiva moderna para o clube – com capacidade para 45 mil pessoas, ao custo de R$ 440 milhões – e um empreendimento imobiliário. Em troca da arena, o Alviverde cederia o Couto Pereira. A baiana OAS foi uma das empreiteiras que se candidataram a participar da construção.
Durante todo o desenrolar da história, o Coxa negou o interesse na mudança de endereço. Até hoje, o clube afirma ter a intenção de reformar o Alto da Glória – e tem promovido constantemente melhorias em seu estádio. Apesar disso, segue à procura de um terreno para construir uma nova casa.
O empresário, que também é suplente de deputado federal, porém, não descarta a possibilidade de reativar o complexo esportivo – o Pinheirão está interditado pela Justiça desde 2007 e há duas semanas também foi a leilão, com lance mínimo de R$ 69 milhões, mas não recebeu nenhuma oferta.
“É um investimento de fu­­­­turo. Curitiba é um centro muito interessante pela qualidade de vida que existe aqui. Pode ser até um grande estádio, uma grande praça de eventos. Tudo é possível”, disse ele, que é natural de Cascavel, Região Oeste do estado.
Apesar do entusiasmo, Des­­tro admite que o negócio é complexo, já que o arremate pode até ser cancelado devido às duas ações judiciais em trâmite movidas pela FPF. A entidade entrou com pedidos de agravo de ins­­trumento para evitar o leilão.
Por decisão do desembargador Álvaro Junqueira, do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, ficou determi­­nado o aviso aos compradores de que o leilão está sendo contestado na Justiça. Assim, o valor da compra foi depositado integralmen­te em juízo. “Tivemos conver­sas [com a FPF] para entender o andamento dos recursos e até que ponto isso pode influenciar no leilão”, revelou Destro.
Procurado pela Gazeta do Povo, o presidente da FPF, Hé­­lio Cury, informou que ainda não sabe se irá contestar a venda pública. “Vamos ter uma posição até segunda-fei­­ra. Até lá, não vamos nos pronunciar sobre isso”, disse.
Negócio milionário não zera as dívidas da Federação
Os R$ 57,5 milhões pagos ontem à tarde pela em­­presa JD Agricultura e Participações Sociais Ltda., grupo empresarial de Cascavel, para comprar o Estádio Pinheirão não serão suficientes para sanar totalmente as dívidas da Federação Paranaense de Futebol (FPF), até então proprietária da área.
De acordo com o balanço financeiro da entidade, referente ao exercício de 2011, a dívida é de aproximadamen­te R$ 57, 7 milhões. O montante somado aos honorários do leiloeiro, de R$ 1,725 milhão (3% do valor da compra), faz com que a FPF tenha de desembolsar ainda pouco mais de R$ 1,9 milhão para zerar as contas.
Com base nisso é que a ad­­ministração Hélio Cury tentou vender o estádio – ne­­gociou com investidores ligados ao Coritiba – pelo valor de mercado, estimado em R$ 69 milhões, montante inicial do fracassado primeiro leilão (não apareceram interessados na aquisição do terreno).
Entre os principais credores da FPF, destaque para o governo federal (pouco mais de R$ 27,3 milhões), o Atlético (perto de R$ 18 milhões) e a pre­­feitura de Curitiba (cerca de R$ 7,8 milhões).
    Fonte: Gazeta do Povo 29/06/2012

Professores vestem “Homem Nu” para reivindicar recursos à Educação

Um ato realizado nesta quinta-feira (28), no Centro Cívico de Curitiba, reuniu professores das quatro instituições federais do Paraná que estão em greve. Na Praça 19 de Dezembro, os manifestantes “vestiram” o monumento conhecido como “Homem Nu” com uma faixa, para chamar a atenção da sociedade à paralisação que já dura mais de 40 dias e que atinge 59 instituições federais de ensino em todo o país (entre elas, 57 universidades). Segundo o comando de greve, mais de 350 pessoas participaram da manifestação, entre professores, técnicos, alunos e servidores do governo.
Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Daniel Castellano/Gazeta do Povo / Ampliar imag
Os manifestantes se reuniram na Praça 19 de Dezembro, onde afixaram a faixa gigante que contém a inscrição: “Educação: se o governo não investe, o Homem Nu se veste”. Segundo a professora Astrid Ávila, integrante do comando de greve, a intenção foi fazer uma metáfora que mostrasse que o ensino público precisa de investimentos. “É preciso ‘vestir’ as universidades com os recursos necessários”, resumiu.
Da praça, o grupo marchou até a sede doBanco Central, na Avenida Cândido de Abreu, também no Centro Cívico. Lá, os professores terminaram o protesto na esperança que o governo retome as negociações. “Por nós, docentes, servidores e alunos, a greve já tinha acabado, mas o governo não apresenta contrapropostas”, disse Astrid. Segundo ela, a categoria reivindica a reestruturação da carreira de docente e melhorias nas condições de ensino.
Na Paraná, aderiram à paralisação a Universidade Federal do Paraná, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, o Instituto Federal do Paraná e a Universidade de Integração Latino-Americana.
Fonte: Gazeta do Povo 29/06/2012

quinta-feira, junho 28, 2012

40 anos depois...


Já aconteceu de você, ao olhar pessoas da mesma idade que a sua e pensar:
- Não posso estar assim tão velho (a)?  
Veja o que conta uma amiga:
- Estava sentada na sala de espera para a minha primeira consulta com um novo dentista, quando observei que o seu diploma estava dependurado na parede. Estava escrito o seu nome e, de repente, recordei de um moreno alto que tinha esse mesmo nome. Era da minha classe do colegial, uns 40 anos atrás e eu me perguntava:
"- Poderia ser o mesmo rapaz por quem eu tinha me apaixonado à época?" 
Quando entrei na sala de atendimento, imediatamente afastei esse pensamento do meu espírito.
Esse homem grisalho, quase calvo, gordo, profundamente enrugado, era demasiadamente velho e desgastado pra ter sido o meu amor secreto. 
Depois que ele examinou os meus dentes, perguntei-lhe se ele estudou no Colégio Sacré Coeur.
- Sim, respondeu-me. 
- Quando se formou? Perguntei.
- 1965. Por que esta pergunta? 
- É que... bem... você era da minha classe, eu exclamei.
E então esse velho horrível, cretino, careca, barrigudo, flácido, filho da puta............ lazarento, esclerosado, me perguntou: 
- A senhora era professora de quê?
 Thomas, o gatão
 
 

Coxa perde o fã incondicional Vinícius Coelho


O Coritiba perdeu ontem um de seus fãs mais apaixonados e a imprensa um de seus grandes cronistas esportivos. Vítima de um atropelamento, o jornalista Vinícius Coelho, de 80 anos, morreu ao tentar atravessar a rua e ser atingido por um carro na Linha Verde (antiga BR-476). O acidente ocorreu perto do Auto Shopping Curitiba, região do Tarumã. O velório será hoje pela manhã no Couto Pereira.
“Todos nós, torcedores, a instituição como um todo está de luto, ele foi uma figura de destaque”, declarou o presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, logo depois de saber da notícia. O Alviverde decretou três dias de luto pela morte do jornalista.
  • Saiba mais
Coelho é autor do segundo hino do Alviverde, “Eterno Campeão” – marcado pelo início “Cori, Cori, Cori, Coritiba...”. Sua estreita relação com o clube também inclui a narração para a televisão do título nacional do clube, em 1985. “Ele sempre foi um torcedor muito identificado com o Coxa, mas não era por isso que só defendia o Coritiba. Ele defendia o futebol paranaense”, recorda o ex-jogador do time do Alto da Glória, Dirceu Krüger.
Coelho também escreveu três livros que têm o Alviverde como tema: a biografia do ex-presidente do clube, Aryon Cornelsen; Atle-Tiba – Paixão de Multidões; e Evangelino: Campeoníssimo. Os dois últimos foram produtos em parceria com o jornalista e colunista da Gazeta do Povo, Carneiro Neto.
“Um grande companheiro, deixou uma marca muito forte no jornalismo esportivo. Estou na Gazeta do Povo desde 1984, quando ele me indicou para substituí-lo”, lembra Neto. A última entrevista de Coelho foi ao ar na Rádio 98 FM na manhã de ontem, na qual revelou um de seus principais desejos. “Queria muito voltar a escrever colunas em jornal. A coisa que mais gosto de fazer é escrever”, ressaltou.
O jornalista ingressou na crônica esportiva no Diário do Paraná, em 1953, passando por rádios, emissoras de tevê e jornais. Em 1969, trabalhou no Rio de Janeiro como repórter do jornal O Globo, e em 1974 voltou a Curitiba para ser chefe da editoria de esportes da Gazeta do Povo. Trabalhou também na TV Paranaense (hoje RPC TV), empresa que deixou em 1986. Seu último trabalho foi como colunista do jornal Tribuna no Paraná, em 2009.
Filho assassinado
Vinícius Coelho vivia um drama pessoal desde 2007, quando seu filho Bruno Strobel Coelho foi morto após ser supostamente agredido por agentes de uma empresa de segurança. O jovem teria sido flagrado pichando um muro e executado por vigias após ter revelado que era filho de um jornalista. Vinícius tinha outros três filhos.
História em detalhes
Nascido em 1932, em Curitiba, Vinícius Coelho ingressou na crônica esportiva duas décadas mais tarde, no Diário do Paraná, em 1953. Em 1962, foi contratado pelo Canal 6, aonde viria a ser locutor esportivo.
Coelho trabalhou no jornal e na televisão até 1969, quando se mudou para o Rio de Janeiro, onde foi repórter do jornal O Globo. Nesse ano, conseguiu em primeira mão a informação de que Zagallo seria escolhido para dirigir a seleção brasileira na Copa de 1970.
Retornou a Curitiba em 1974 para ser chefe da editoria de esportes da Gazeta do Povo, onde trabalhou por dez anos. Simultaneamente, trabalhou na TV Paranaense (hoje RPC TV), empresa que deixou em 1986. Um ano antes, viveu o momento mais emocionante da carreira. ao narrar ao vivo do Maracanã a maior conquista de seu time do coração, o Coxa, o título nacional.
Vinícius Coelho também acumulou várias passagens por rádios da cidade. Trabalhou nas rádios Colombo, Independência, Universo e Cidade.
Com nove Copas do Mundo e duas Olimpíadas currículo, ele acumulou carimbos em seus passaportes. A primeira cobertura internacional do jornalista foi em 1959, no extinto Campeonato Sul-Americano de futebol (atual Copa América), na Argentina. O curitibano também foi presidente da Associação Brasileira de Cronistas Esportivos.
Confira alguns depoimentos sobre Vinícius Coelho.
Carneiro Neto, colunista da Gazeta do Povo
“Meu parceiro em dois livros: Atletiba – Paixão das Multidões – de 1994 e Evangelino: o Campeoníssimo, de 2002. Eu conheço ele desde 1964, quando comecei na crônica esportiva. Ele veio desde 1956. Eu comecei a trabalhar com ele no Diário do Paraná em 1969 por indicação dele e assumi por indicação dele o lugar de editor quando ele foi para O Globo em 1969. Ele me prestigiou muito e me apoiou no começo da carreira. Depois, eu retribuí sempre o chamando para ser comentarista nas minhas equipes de rádio. Estávamos em conversa para fazer uma nova edição atualizada do Atletiba – Paixão de Multidões. Um grande companheiro, deixou uma marca muito forte no jornalismo esportivo. Em 1974, ele voltou para Curitiba, para a TV Paranaense (atual RPC) e era apresentador e narrador. Saiu de lá em 1984 para o retorno da Paraná Esportivo. Ele estava também na Gazeta do Povo. Eu estou na Gazeta do Povo desde 1984, quando ele me indicou para o substituir”
Edson Militão, colunista da Gazeta do Povo
“Eu posso dizer que o Vinícius colocava a paixão em tudo, principalmente no texto e na voz. Sempre foi atual e saudosista, ele tinha uma memória muito boa do passado e acompanhava como ninguém o universo do esporte. Perdemos um talento extraordinário, tanto de texto como depoimento. Eu lamento muito”
Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba
“Foi um acidente lamentável, estamos decretando luto oficial. Vamos fazer todas as homenagens a esse grande coxa-branca. Foi uma figura de destaque, importante em tudo o que o clube representa hoje”
Dirceu Krüger, ex-jogador e ídolo do Coritiba
“Ele foi um jornalista extraordinário, com uma cultura muito bem colocada nas suas ideias, nas suas análises. Lamentamos profundamente essa notícia. Ele sempre foi um torcedor muito identificado com o Coritiba, mas não era por isso que ele só defendia o Coritiba, defendia o futebol paranaense. As colunas dele eram muito bem colocadas, muito bem analisadas, com bastante frieza”
Luiz Augusto Xavier, colunista da Gazeta do Povo
“Foi um grande amigo, um dos meus professores no jornalismo esportivo. Vinícius Coelho tinha um texto admirável e, não de graça, foi um dos nomes mais importantes da imprensa paranaense. Pioneiro da televisão, transmitiu o título do Coritiba em 85 pela RPC (então TV Paranaense). Brilhou como repórter e redator de O Globo e sempre teve as portas abertas na CBF, onde fez muitos amigos, antes de voltar para o nosso convívio. Uma perda irreparável para todos nós, paranaenses”
Guilherme Straube, pesquisador do Grupo Helênicos, especializado na história do Coritiba
“A primeira parte mais importante para mim, acima da importância profissional dele, era a amizade que a gente tinha. Semana passada, antes de desligar o telefone, ele disse para eu ligar mais vezes porque gostava muito de mim. Conhecia ele desde 2004, quando o Coritiba levantou o memorial das taças. Desde então houve uma grande sintonia entre nós, porque ele gostava de quem gostava da história do clube”
Cristian Toledo, jornalista da Rádio 98FM
“Nós convivemos durante 10 anos juntos e ele sempre foi um cara muito gentil e educado. Ele chegou a um patamar muito alto no jornalismo brasileiro e, mesmo assim, nunca deixou de ser uma pessoa muito gentil, sempre ajudando todo mundo. Ele foi uma figura símbolo no jornalismo brasileiro, mas sempre teve uma relação muito forte com o estado. Além de tudo, de ter sido uma pessoa muito educada e atenciosa, ele foi um dos pioneiros em multimídia, muito antes de todo mundo”
Gil Rocha, gerente de Esportes da RPC TV
“Ele sempre foi um grande nome do jornalismo paranaense e um grande líder. Eu tinha um carinho profissional muito grande, além de tudo era um grande amigo. Eu sempre viajei muito e vi o respeito e admiração que os jornalistas de outros estados têm por ele. Ele sempre representou o Paraná. Ele tinha um grande nome e poderia ter ficado na imprensa no Rio de Janeiro, mas preferiu voltar e ficar aqui no Paraná. Ele sempre foi um cara muito bacana, uma pessoa muito boa de se conviver. O momento mais marcante foi a cobertura da Copa do Mundo de 1986, porque era a minha primeira cobertura e ele já era experiente. Ele sempre muito atencioso ensinando todo mundo. Além de um colega, eu perdi um amigo.”
Veja a letra de um dos hinos do Coritiba, composto na década de 70 por Vinicius Coelho e Sebastião Lima.
Eterno Campeão
Cori, Cori, Cori
Cori, Cori, Cori
Coritiba
Coritiba, meu esquadrão
Sempre presente no meu coração
Vencer é o seu lema
Trabalhar é tradição
Salve, Salve, Coritiba
Eterno Campeão
Suas cores Verde e Branca
No mastro da vitória
Hão sempre de tremular
A uma voz vamos todos cantar
Vencer é o seu lema
Trabalhar é tradição
Salve, Salve, Coritiba
Eterno Campeão
Fonte: Gazeta do Povo 28/06/2012