No Frischmann Aisengart, a vacina tetravalente acabou ontem. Na semana passada, o laboratório viu a procura triplicada. Em seis dias, os profissionais chegaram a aplicar 4.986 doses. Na semana anterior, o número de aplicações foi de 1.257.
Tira dúvidas
A rede pública selecionou grupos de risco para a campanha de vacinação deste ano, mas a procura pelas doses na rede particular tem sido intensa. Tire algumas dúvidas sobre a vacinação:
Quanto tempo leva para a vacina fazer efeito?
Depende da resposta do organismo de cada pessoa, mas em geral o efeito ocorre entre uma e duas semanas após a aplicação. Quem toma a vacina hoje e é contaminada amanhã desenvolve a doença, porque ainda não houve tempo hábil para o organismo fortalecer os anticorpos que o protegem da gripe. A vacina é trivalente, pois protege contra três tipos de vírus (A [H1N1], H3N2 e B). Ela é feita com vírus inativado e, portanto, não causa sintomas de gripe. Muitas vezes, ocorre de a pessoa vacinada já ter o vírus incubado e ele se manifestar, coincidentemente, após a aplicação.
Quem tomou a vacina no ano passado, precisa se revacinar?
A vacina tem validade de seis a oito meses, aproximadamente. Então, o recomendado é se vacinar todos os anos antes da entrada do inverno, que é o período mais propício à circulação dos vírus.
Quem já foi vacinado no ano passado e for contaminado neste ano pode desenvolver uma forma mais branda da doença?
A doença pode ser mais branda, desde que restem anticorpos contra a doença no organismo. O ideal é o reforço vacinal.
Fonte: Sesa e os infectologistas Alceu Pacheco e Silvia Rossi
Aulas
Apesar do temor da população, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) não trabalha com a ocorrência de uma epidemia e orienta apenas o reforço nos cuidados básicos, como lavar as mãos e arejar os ambientes. O aumento no número de casos da gripe A também não repercutiu no calendário da maioria das escolas no Paraná. Em Curitiba e nas maiores cidades do interior (Ponta Grossa, Maringá, Cascavel e Londrina), as aulas da rede municipal seguem normalmente até o início das férias, marcadas para a segunda semana de julho. As redes particular e estadual adotam o mesmo procedimento.
O presidente interino do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe), Jacir Venturi, disse que vai lançar uma circular nas escolas nesta semana pedindo o reforço na prevenção. “Vamos avaliar as estatísticas no retorno das férias para ver que medida tomar”. O recesso na rede particular vai de 9 a 23 de julho.
Em 2009, quando a doença teve seu pico, com 79,9 mil doentes e 338 mortos no Paraná, as aulas foram suspensas. Em 2010 houve 1.607 casos confirmados e 19 mortes e, em 2011, dois casos foram confirmados e nenhuma morte registrada. O Ministério da Saúde não divulgou os números atualizados da doença. O último boletim é de 26 de maio, com o registro de 21 mortes no país.
Férias antecipadas
Em Capitão Leônidas Marques, no Oeste, as férias dos 1,2 mil alunos do Colégio Estadual Tenente Carlos Argemiro de Camargo foram antecipadas após a morte de uma estudante de 16 anos contaminada pela gripe A. Solange Merthes Hart morreu no dia 19 de junho com sintomas da doença. Nesta segunda-feira, a Secretaria de Estado da Saúde confirmou que ela foi contaminada pelo vírus H1N1.
A direção do colégio já estudava a suspensão das aulas, mas o estopim que levou à decisão foi um novo caso confirmado na segunda-feira de uma aluna que foi para a escola com o resultado do exame positivo em mãos.
Risco distante
Conforme o superintendente de Vigilância e Saúde da Sesa, Sezifredo Paz, há 180 casos confirmados da doença no Paraná, registrados em 42 municípios de todas as regiões do estado. Segundo ele, para ser considerada uma epidemia, a gripe A precisaria estar disseminada por todos os municípios.
O médico infectologista Alceu Fontana Pacheco Junior também considera o risco de epidemia distante. “Acho difícil acontecer uma epidemia pela quantidade de pessoas já vacinadas nos anos anteriores”, aponta. Já a médica infectologista Silvia Rossi lembra que os estudos sobre as mutações do vírus ainda são inconclusos e que há riscos de surtos da doença.
Filas em busca da imunização
Ontem à tarde, várias pessoas esperavam para receber a dose contra a gripe A [H1N1] no Centro de Vacinação Paciornick (foto), na Rua Lourenço Pinto. A advogada Cristina de Albuquerque Maranhão Gomide, 41 anos, e os filhos, de 8 e 10 anos, aguardavam na fila à espera da vacinação. A procura deu-se pelo fato de a filha de uma colega de trabalho ter sido diagnosticada como o vírus. “Pela proximidade com o problema, fiquei com medo”, disse. Segundo o médico Claudio Paciornik, a procura aumentou muito na última semana, após a veiculação pela imprensa dos casos registrados no interior do estado. Com atendimento médio de 200 pessoas por dia, a clínica viu a procura quase triplicada nos últimos dias. Ontem o lote acabou e o fornecedor conseguiu liberar outro, com pequeno número de doses. No Centro de Vacinação Paciornik, as vacinas custam R$ 70. No Laboratório Frischmann Aisengart, o valor é de R$ 60.
Colaborou Luiz Carlos da Cruz, correspondente em Cascavel
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