Em cima do prazo final, na tarde de ontem, o Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TC-PR) recebeu do Atlético, com a prefeitura de Curitiba e o governo do estado como signatários, o termo aditivo da Copa do Mundo de 2014. Tão logo os documentos chegaram, o órgão indicou a preocupação com as desapropriações dos terrenos vizinhos à Arena da Baixada – 12 áreas serão incorporadas ao complexo rubro-negro. O órgão questionou também o atraso nas licitações da obra.
O tribunal dará seu parecer final hoje e poderá, no caso de achar explicações suficientes, liberar a transferência de dinheiro público para a conclusão do estádio. O repasse de verbas foi suspenso em abril a pedido do TC-PR, que alegou falta de transparência na condução do projeto.
Os novos documentos tiveram de ser apresentados também porque foi necessário fazer um aditivo de R$ 33 milhões na reforma da praça de esportes. Aumento que pode não ser o único. Conforme adiantou a Gazeta do Povo, os responsáveis têm a prerrogativa de, na prática, ampliar indefinidamente o aporte de dinheiro público na conclusão do estádio.Em nota encaminhada ontem, o órgão questiona se as desapropriações terão uso público após a disputa do Mundial e se haverá a contrapartida do clube ao poder público. “Estamos analisando os vários pontos e procedimentos. Verificando não só as desapropriações no entorno da Arena da Baixada como também de outras obras, como a ampliação do Aeroporto Afonso Pena”, explicou o presidente do TC-PR, Fernando Guimarães.
Além disso, o TC-PR pede providência em relação às várias obras do pacote Copa 2014 que sofreram mudança de cronogramas. O documento, que engloba todos os envolvidos na matriz de responsabilidade, cita que, das 15 intervenções, 10 ainda não tiveram as contratações definidas.
“Há um novo cronograma e também há o aumento do preço do estádio. Temos duas alternativas: se o convênio assim for aprovado, o dinheiro será liberado. Se não for cumprido, anunciaremos novas medidas a serem tomadas”, disse Guimarães.
“A obra do estádio ainda não recebeu dinheiro público, mas no momento em que chegar o primeiro centavo passaremos a ter legitimidade para acompanhá-la de perto”, emendou o presidente do TC-PR, que volta a se pronunciar hoje sobre o futuro da casa do evento da Fifa em Curitiba.
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