domingo, setembro 02, 2012

Kombi completa 55 anos no Brasil


A Volkswagen e a legião de apaixonados pela Kombi comemoram hoje os 55 anos de produção do veículo no Brasil, único país no mundo onde o modelo ainda é fabricado. A primeira unidade saiu da fábrica da montadora alemã em São Bernardo do Campo (SP) em 1957. E é lá que ainda são produzidas 90 unidades diariamente. A linha de produção, segundo dados da montadora, emprega 792 funcionários.
A Kombi é o modelo de maior longevidade na história da indústria automotiva mundial e já acumula mais de 1,5 milhão de unidades produzidas desde o seu lançamento na Alemanha, em 1950. E mesmo depois de tanto tempo, as vendas continuam em alta. Este ano, entre janeiro e julho, foram emplacadas 14.905 unidades no Brasil, o que representa um crescimento de mais de 4% em relação ao mesmo período de 2011.

Segundo Marcelo Olival, gerente executivo de Vendas e Marketing de Comerciais Leves da Volkswagen do Bra­sil, o consumidor de Kombi tem um perfil bem diferente ao dos compradores de carro de passeio. O modelo, completa, se destaca pela relação custo-benefício, durabilidade, facilidade de manutenção, robustez mecânica e economia.
O resultado é ainda mais expressivo ser for analisado o cenário da indústria de comerciais leves, que registrou queda de 1,4% no acumulado dos sete primeiros meses de 2012 contra o mesmo período do ano passado.
Esses atributos fazem do veículo uma boa opção para frotas de empresas, por exemplo, mas é preciso lembrar que o carisma do modelo também faz com que ele sobreviva por tanto tempo. “Não é difícil achar uma pessoa que tenha uma história com a Kombi, seja como o veículo da família, o carro do trabalho ou o modelo que a levou para a escola”, arrisca Marcelo Olival.
Em Curitiba, os apaixonados pelo modelo se reúnem em dois clubes. Um deles é o Clube da Kombi de Curitiba, que atua para promover o veículo em exposições, eventos e encontros, mantendo viva a história do utilitário. Os participantes desse grupo têm carros que conservam ou reproduzem as características originais do modelo. Alguns possuem, também, Kombis customizadas. De um jeito ou de outro, ajudam a perpetuar a história dessa velha senhora.

Mão na massa
Três anos de trabalho e o carro da família foi restaurado
Em 2007, o professor universitário Mauro Edson Alberti convenceu seu tio Ary Isaías Alberti, hoje com 84 anos, que era hora de restaurar a Kombi 1959 que estava passando de mão em mão na família desde 1960. Os dois precisaram de três anos de trabalho e eles mesmos desenvolveram uma estrutura metálica para deitar a carroceria a 45° ou 90° e facilitar a execução dos serviços de lataria e pintura. O motor é o original 1.200 com 36 HP, fabricado na Alemanha.

Paixão
Empresário encontra raridade circulando na rua e vai atrás
O empresário Gilmar Gruber já era um admirador de carros antigos. Em 2007, andando por Curitiba, viu uma Kombi circulando, gostou e foi atrás do motorista. Descobriu quem era o dono e conseguiu comprar o carro. Em quatro meses, o veículo fabricado em 1960 estava restaurado. Gruber optou por mexer também na motorização, trocando o propulsor original de 1.200 cilindradas por um de 1.600.

Destino
Veículo anunciado espera oito meses pelo novo dono
Atual presidente do Clube da Kombi de Curitiba, o empresário Dorival Piccoli Júnior lembra que estava vendo os classificados de automóveis da Gazeta do Povo em janeiro de 1997 quando encontrou a Kombi 1967, motor 1.500, sendo anunciada para venda. “O preço estava meio alto, mas recortei o anúncio e guardei”, conta. Em agosto daquele ano, com um pouco mais de dinheiro disponível, voltou a ligar para o vendedor e descobriu que a Kombi não tinha sido vendida. Comprou na hora.

Da família
Médico cuida do carro que o seu pai comprou há 44 anos
Ronaldo Möbius tinha 7 anos de idade quando o seu pai comprou uma Kombi do ano, em 1968. Hoje, passados 44 anos, o carro ocupa a garagem do filho e sai de lá poucas vezes. O médico evita ao máximo circular com a Kombi com motor de 1.500 cilindradas porque ela é toda original e nunca precisou ser restaurada. A paixão pelo modelo fez com que ele fosse um dos fundadores do Clube da Kombi de Curitiba, em 2007, junto com o empresário Dorival Piccoli Júnior, e o primeiro presidente do grupo que hoje reúne dez associados.
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Memória
Conheça alguns dos momentos mais importantes da história da Kombi.
• Década de 1940
O holandês Ben Pon cria a Kombi, que começou a ser produzida na Alemanha em 1950.

• 1957
São fabricadas as primeiras unidades da Kombi no Brasil. Com um índice de nacionalização de 50%, ela tinha motor de 1.200 cilindradas. Menos de quatro anos mais tarde chegou ao mercado o modelo de seis portas, nas versões luxo e standard, com transmissão sincronizada e índice de nacionalização de 95%. A versão picape surge em 1967, já com motor de 1.500 cilindradas e sistema elétrico de 12 volts.
• Década de 1970
Começa a trajetória internacional da Kombi brasileira com as exportações para mais de cem países. Os principais mercados externos da Kombi foram Argélia, Argentina, Chile, Peru, México, Nigéria, Venezuela e Uruguai.
• 1975
Com uma reestilização, a Kombi passa a ser equipada com o motor 1.6 l e, três anos mais tarde, o modelo ganha dupla carburação. O motor diesel 1.6 l, refrigerado a água, surgiu em 1981, mesmo ano do lançamento das versões furgão e picape com cabine dupla. No ano seguinte surge o modelo a etanol e, em 1983, a Kombi apresenta painel e volante novos, além da alavanca do freio de mão, que sai do assoalho e passa para debaixo do painel.
• 1997
Uma versão mais moderna chega com o nome de Kombi Carat, apresentando novas soluções, como teto mais alto, porta lateral corrediça e a ausência da parede divisória atrás do banco dianteiro.
• 2005
A Kombi passa a ser equipada com o motor 1.4 Total Flex (arrefecido a água), até 34% mais potente e cerca de 30% mais econômico do que o antecessor refrigerado a ar. Com o novo motor, a Kombi desenvolve potência de 78 cv quando abastecida com gasolina e 80 cv, com etanol.
Fonte: Gazeta do Povo 02/09/2012

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