segunda-feira, outubro 28, 2013

Adolescentes são alvo na internet

Jonathan Campos/Gazeta do Povo / Delegado Demétrius, do Nuciber
Casos como o da adolescente Vitória Tissot, 13 anos, que sumiu de casa por cinco dias para encontrar um suposto namorado, na semana passada, têm chamado atenção da polícia. Em setembro, outros dois desaparecimentos ocorreram em Curitiba. Os roteiros são semelhantes. As adolescentes conhecem alguém, mantêm uma relação pela internet e saem sem avisar o destino. Entre os motivos também pode estar um namoro desaprovado pela família ou mesmo uma relação indesejável. Foi o caso da estudante Elen Louren de Souza Melo, 17 anos, que fugiu, em julho, após a família tentar tentar obrigá-la a casar.
Essas histórias recentes não são o bastante para abastecer as estatísticas policiais sobre o assunto, o que impede uma análise mais apurada. Mesmo sem saber se aumentou a incidência de desaparecimentos, contudo, os órgãos de segurança têm orientado os pais a tomarem algumas prevenções.
O delegado Demétrius Gonzaga de Oliveira, do Núcleo de Combate aos Ci­bercrimes (Nuciber), da Po­lícia Civil, sugere que as famílias estejam atentas ao tempo que seus filhos navegam na internet. “O que vale nesses casos é o bem maior”, afirma, quando questionado sobre o direito à privacidade dos adolescentes.
Oliveira ressalta que se deve manter um diálogo franco com os filhos. “Sugiro uma conversa clara, mostrando-se amigo”, aconselha. O delegado lembra que alguns desses casos acabaram em tragédias, como o da menina Taíse Rodrigues Dias, 16 anos, de Ponta Grossa”, ilustra. Em janeiro de 2011, ela marcou um encontro pela internet com um ex-vizinho e foi encontrada morta. O policial tem tratado desses episódios em palestras que faz para orientar estudantes.
Perfis
Mulheres jovens e adolescentes são as principais vítimas dos desaparecimentos, reforça o delegado Oliveira, no que é apoiado pelo titular da Delegacia de Vigilâcia e Capturas, Hormínio de Paula Lima. “Geralmente, essas meninas conhecem alguém pela internet, surge uma paixão platônica e acabam fugindo”, resume Hormínio.
Segundo ele, não existe um tempo determinado para registrar o boletim de ocorrência. Fazer o registro o mais rápido possível é importante para que a polícia inicie a apuração. É importante que quem denuncia conheça bem os hábitos de quem sumiu e que tenha contatos dos amigos próximos da pessoa.
Caso seja encontrada, é preciso avisar a polícia para arquivar o “BO”. “Sem isso, não temos como saber quais foram os reais motivos do desaparecimento”, explica.

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