Um engenheiro paraguaio recém-formado criou um fusca elétrico que gasta o equivalente a R$ 3,50 a cada 100 quilômetros rodados. Agora ele pretende desenvolver uma tecnologia no país para fabricar componentes e converter carros em um sistema de baixo custo. O projeto teve início há dois anos, com apoio do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) do Paraguai.
Mario Vernazza, 25 anos, estudou Engenharia Mecânica Automotiva na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), no Rio Grande do Sul. Após uma conversa com o pai, decidiu montar o carro e começou a procurar peças no Brasil, China, Argentina e Estados Unidos, país onde conseguiu comprar um kit com motor, controlador, carregador e bateria.
O engenheiro investiu US$ 15 mil para adquirir as peças, fazer testes e ajustes no veículo. Vernazza já tinha um Fusca 76, mas adquiriu um modelo 85 para colocar o projeto em prática. A montagem começou a ser feita em janeiro de 2013, embora o planejamento tenha começado há cerca de um ano. “Nós não criamos nenhuma tecnologia, somente estamos aplicando produtos que já existem no mercado internacional, de baixo custo, em comparação aos carros elétricos das grandes marcas. Assim qualquer pessoa que comprar um carro popular terá condições de ter um carro elétrico”, diz.
O Fusca elétrico criado por Vernazza consome o equivalente a um litro de álcool a cada 100 quilômetros. O carro tem 12 baterias de 170 ampéres e oito volts, totalizando 96 volts, uma bateria de 12 volts para as luzes e a velocidade máxima é de 120 km/h.
O carro é abastecido em uma tomada comum de residências. Para se obter uma carga completa, é necessário recarregar por 8 a 10 horas. Vernazza, morador de Ciudad del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu, diz que a conta de luz dele aumentou o equivalente ao consumo de um ar-condicionado. O quilowat-hora (kWh) de energia no Paraguai custa R$ 0,19. Para rodar 800 quilômetros durante o mês de agosto, ele diz ter pago R$ 35 a mais na conta de luz. Para efeitos de comparação, o preço do kWh para clientes residenciais da Copel é R$ 0,39 (com impostos), o dobro do cobrado no país vizinho.
Investimento
O inventor calcula que para converter um Fiat Uno, sem nenhum opcional, com autonomia urbana de 60 quilômetros por hora e baterias de lítio com vida útil de oito anos, seria necessário um investimento de US$ 7 mil. No valor não estão inclusos os gastos com energia elétrica.
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