Antes de sair em busca da instituição de ensino, os pais devem estabelecer algumas prioridades e considerar se desejam uma escola mais tradicional ou mais liberal, que seja de cunho religioso ou não, que priorize o conteúdo ou uma ampla formação humanística. A identificação dos pais com os valores que a escola prega é o primeiro passo para uma escolha segura. “Do contrário, isso pode causar transtornos futuros quando o colégio não atender a certas expectativas dos pais e os valores começarem a se confrontar”, diz a psicóloga educacional Viviane Tetu, que leciona na PUCPR.
Para ver como a filosofia da escola é posta em prática, indica-se visitar a instituição em horário de aula – e não durante o período de férias ou após o horário de funcionamento. Isso também é importante para perceber a dinâmica de funcionamento da instituição e o grau de diálogo e liberdade que os pais têm na escola.
• Considere a localização
O tempo de deslocamento diário até a escola deve ser levado em consideração porque pode ter consequências sobre o rendimento do aluno. “Se a criança passar muito tempo no carro ou no transporte escolar, o cansaço pode vir a atrapalhar sua disposição de assistir às aulas”, diz a doutora em educação da Universidade Positivo Maísa Pannuti. Na avaliação desse quesito, tudo dependerá da disponibilidade dos pais.
• Observe a estrutura física
Um ambiente limpo, bem iluminado e com segurança é fundamental para o bom aprendizado das crianças e para a segurança emocional dos pais. Portanto, é preciso prestar atenção na estrutura dos espaços de socialização, como pátios e áreas de convivência, e salas de aula. “Mais importante que observar a existência da biblioteca e de laboratórios, como os de ciências e de computação, por exemplo, é preciso saber a frequência com que esses espaços são aproveitados pelas crianças”, salienta a pedagoga Adriane Knoblauch, do Departamento de Teoria e Prática de Ensino da UFPR.
Outro ponto a se observar na estrutura é o número de alunos por sala de aula. Se muito excessivo, pode atrapalhar o rendimento escolar. Na hora de avaliar os espaços externos, certifique-se de que existe área suficiente para as crianças brincarem e preste atenção na higiene desses locais e nos itens de segurança obrigatórios – como tomadas isoladas, pisos antiderrapantes, acessos bloqueados a escadas e piscinas e janelas com rede de proteção.
• Avalie o projeto pedagógico
Ele reflete diretamente a filosofia da escola e representa como o conhecimento será tratado, englobando o material pedagógico (livros, apostilas, jogos e aparelhos eletrônicos) e as formas de avaliação (provas e trabalhos). Deve-se ficar atento também às formas de avaliação, que devem servir para medir o aprendizado e criar estratégias para cada aluno superar suas dificuldades. Os pais devem avaliar os diferentes projetos pedagógicos de acordo com o ritmo de cada criança.
• Fique de olho nos professores e funcionários
A dica principal para avaliar esses profissionais é fazer uma visita e reparar no comportamento deles para com as crianças. Na conversa com pedagogos ou com o diretor da escola, vale perguntar sobre a formação dos funcionários, se existem capacitações recorrentes para os professores e se há um giro muito grande de profissionais – o que pode indicar que o ambiente de trabalho não é dos melhores. Na dúvida, fale com o professor, tire suas dúvidas e converse sobre a possibilidade de assistir a uma aula.
• Procure referências
Conversar com pais de alunos ajuda a sanar diversas dúvidas. Se não tiver muitas questões, uma boa pergunta que pode servir de termômetro da qualidade da instituição é: “O que você mais gosta desta escola?” Foi o que fez a gerente de projetos Kátia Schuchovski (foto) no momento em que estava procurando uma escola para seus filhos, Eduardo, 5 anos, e Augusto, 2 anos.
“O que mais me atraiu na escola que escolhi foi a filosofia de vida que eles transmitem. No início, porém, fiquei bastante receosa por causa do método pedagógico que eles usam. Mas fiquei segura depois de conversar com amigos e familiares que se formaram nessa mesma escola. Eles me proporcionaram a segurança de que eu precisava”, conta Kátia.
• Não priorize uma escola por causa de rankings
Os especialistas em educação são unânimes em afirmar que não se deve escolher a escola apenas observando os resultados dos alunos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) ou no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Embora esses rankings possam servir até de base na procura pela escola ideal, o melhor ainda é a visita pessoal, pois nem sempre o colégio vai condizer com o perfil da criança”, defende a psicóloga educacional da PUCPR Viviane Tetu. Por isso, desista de encontrar a escola mais “forte”. Procure a mais adequada para o seu filho e para a sua família.
Quanto cabe
Veja a quantidade de alunos por sala de aula que é indicada para cada faixa etária:
Até dois anos
Seis a oito crianças por professor disponível em sala é o número ideal para a Educação Infantil, segundo recomendação do MEC.
3 anos
Até 15 crianças por professor em sala é o numero aceito pelo MEC.
4 a 6 anos
Nessa faixa etária, o número máximo recomendado é de até 20 estudantes por sala.
Ensino fundamental
De 25 a 35 alunos é o número ideal de estudantes por sala de aula dessa faixa, segundo a Secretaria de Estado da Educação (Seed). Para o Conselho Nacional de Educação (CNE), o ideal seria 25 alunos por sala nos anos iniciais e até 30 estudantes nos anos finais.
Ensino médio
No máximo, 40 alunos por sala, de acordo com a Seed. O CNE recomenda até 35 estudantes.
Fontes: Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil do Ministério da Educação (2006), resolução 4527/2011 - Secretaria de Estado da Educação (Seed) e Parecer CNE/CEB Nº 9/2009.
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