O prefeito Luciano Ducci (PSB) afirmou nesta quarta-feira (15) que a prefeitura foi pega de surpresa pela deflagração da greve e que avalia como um absurdo a paralisação dos motoristas e cobradores dos ônibus coletivos de Curitiba. Apesar de considerar o direito à greve, Ducci avaliou como inadmissível a paralisação de 100% do transporte público.
Uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Paraná determinou que, pelo menos, 50% da frota de ônibus de Curitiba circule, mas até as13h desta quarta-feira, a medida não estava sendo cumprida pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc).
O prefeito preferiu não comentar o atual salário dos profissionais da categoria. Os motoristas recebem R$ 1.300,00 e os cobradores R$ 780,00. Segundo Ducci, esta questão é restrita aos trabalhadores e ao setor patronal. Quando questionado sobre um possível aumento no preço da passagem, que hoje é de R$ 2,50, Ducci garantiu que este assunto não está em discussão.
“Estamos pensando na resolução da greve”, acrescentou. Contudo, o prefeito reconheceu que o setor pode repassar o reajuste salarial para os usuários do sistema público de transporte e afirmou que, após este período de mobilização, a prefeitura vai buscar alternativas para que o impacto para a população seja o menor possível. Luciano Ducci destacou que pelo menos a tarifa de domingo, que é de R$ 1,00, será mantida.
Ducci informou também que existe uma equipe técnica que estuda junto ao governo estadual formas de subsidiar a tarifa. Uma das opções seria a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviço (ICMS) que incide sobre o diesel, que é o combustível utilizado pelos ônibus.
De acordo com o prefeito, poderia ocorrer a isenção do imposto ou a transferência da receita do ICMS para a área do transporte coletivo. “A equipe técnica está estudando a melhor maneira, a maneira mais fácil de a gente poder usar algumas ações para que o impacto na tarifa não seja significativo”, finalizou o prefeito.
A paralisação
Os motoristas e cobradores decretaram greve na noite de segunda-feira (13) afetando, já no dia seguinte, a rotina da cidade. Algumas lojas e agências bancárias não abriram. Além disso, o trânsito ficou ainda mais complicado. A categoria reivindica aumento salarial de 15% e pede que o vale-alimentação seja de R$ 300. A reivindicação inicial era reajuste de 40%.
Os representantes das empresas responsáveis pelo transporte público de Curitiba ofereceram 8% de aumento mais incremento de R$ 95 no vale-alimentação, que atualmente é de R$ 105. A proposta foi rejeitada pelos trabalhadores. Ao todo 2,3 milhões de passageiros são prejudicados com a paralisação.
Na tarde desta quarta-feira, a categoria vai realizar uma nova assembleia para definir se a greve segue ou não.
Fonte: G1 Paraná 15/02/2012
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