sexta-feira, novembro 22, 2013
Organização escolar e quadro de professores da rede municipal terão mudanças em 2014
As unidades de ensino municipais – escolas, Centros de Educação Integral (CEis) e Unidades de Educação Integral (UEIs) – vão passar, a partir do ano que vem, por uma reorganização das equipes de profissionais e do trabalho pedagógico. Além de aumentar o número de profissionais, a Secretaria Municipal da Educação vai reforçar o quadro de professores com formação específica, em áreas como Educação Física, e dar um novo perfil à atuação do professor corregente, que assumirá o papel de professor regente de Ciências. Também será implantado um modelo de planejamento baseado no trabalho coletivo dos professores.
O objetivo é criar condições para atender as necessidades específicas de cada turma e aluno, melhorando a qualidade do ensino e a aprendizagem.
As diretrizes dessa reorganização estão na Portaria nº 45, publicada no Diário Oficial do Município no dia 11 de novembro. O documento prevê um número maior de professores de 1º ao 5º ano (docência I) e de professores de Educação Física. Isso permitirá também alocar professores de Educação Física nas turmas de classe especial e educação infantil, atendendo assim a uma antiga reivindicação das equipes de trabalho, estudantes e familiares dos alunos.
Uma das novidades que resultarão da portaria é a mudança do papel do professor corregente. Hoje, de maneira geral, o corregente não participa do planejamento feito pelos professores regentes de turma durante o horário de permanência (a chamada hora-atividade, que equivale a 33% da jornada do professor e é destinada a atividades extraclasse). Esse modelo dificulta o trabalho conjunto e muitas vezes quebra o ritmo de aprendizagem da classe.
A partir do ano que vem, ambos farão a permanência ao mesmo tempo e trabalharão juntos nos planos de aulas, acompanhados ainda da pedagoga da escola. Cada grupo de três profissionais será responsável pelo planejamento de duas turmas. Ou seja, passa a atuar nas escolas um professor que, além da corregência nessas duas turmas, assumirá também, como regente, as aulas do componente curricular de Ciências.
Com isso, os professores dividirão responsabilidades no desenvolvimento de um plano pedagógico que deve ser seguido por todos, em prol do melhor desenvolvimento do estudante. Estes profissionais tornam-se também responsáveis pelo Plano de Apoio Pedagógico Individual, uma ferramenta que visa atender necessidades específicas de aprendizagem de cada estudante. Esse plano será desenvolvido pela dupla (regente e corregente) nos momentos em que trabalharem juntos em sala de aula.
Ciências
A dedicação do corregente ao componente curricular de Ciências é uma mudança que vem sendo preparada desde fevereiro deste ano, por meio de uma programação de formação de professores da rede municipal. Ao longo do ano foram ofertadas 6.600 vagas e uma média de 168 horas de formação continuada em Ciências, por meio de cursos, palestras, e atividades que promoveram o debate e a reflexão sobre temas relacionados à ciência, tecnologia e sua relação com o cotidiano.
“O panorama do ensino de Ciências no Brasil e em Curitiba aponta para a necessidade de alterações significativas nas interações entre forma e conteúdo”, diz a diretora do Departamento de Ensino Fundamental da Secretaria Municipal da Educação, Waldirene Sawozuk Bellardo.
Com base nisso, a formação dos professores em ciências buscou dar aos professores que atuam nesta área instrumentos teóricos e metodológicos que permitam um salto de qualidade no ensino municipal. A ideia é que o conteúdo de Ciências seja trabalhado de forma articulada com o professor regente da turma, estimulando o conhecimento científico e ajudando os alunos a compreender o mundo e suas transformações.
Permanência
Enquanto os professores regente e corregente estiverem em horário de permanência, as turmas ficarão sob a responsabilidade de outros professores. Esse tempo será preenchido por aulas de Educação Física, Ensino Religioso, Literatura e Arte.
A Portaria n.º 45 também prevê mais auxiliares de serviços escolares, conhecidos como inspetores, nas 72 escolas de tempo integral e nas Unidades de Educação Integral (UEIs).
Qualidade
A secretária municipal da Educação, Roberlayne Borges Roballo, diz que a portaria representa mais do que um avanço quantitativo em termos de pessoal. “É a possibilidade concreta da efetivação do novo projeto pedagógico traçado por esta gestão para ampliar efetivamente a qualidade do ensino na rede”, diz Roberlayne.
Segundo ela, o novo projeto pedagógico, construído a partir das metas do plano de governo do prefeito Gustavo Fruet, é inovador porque apresenta alternativas para a consolidação do trabalho coletivo nas escolas. Ela lembra que a portaria foi discutida intensamente com a Secretaria Municipal de Recursos Humanos, e norteada pela intenção de que a discussão da lotação das escolas fosse balizada não apenas pelo número de profissionais, mas também pela necessidade de se garantir a qualidade na educação ofertada.
A ideia é que a efetivação da hora atividade (prevista na Lei nº11.738/2008, que instituiu o Piso Salarial Profissional Nacional para os profissionais do magistério público da educação básica) seja atrelada a um projeto educativo focado principalmente no aluno, com um projeto de trabalho coletivo na escola. Caso a implantação da permanência fosse tratada somente do ponto de vista do direito dos professores, o número de profissionais seria menor do que ficou estabelecido na Portaria.
“Não basta garantirmos tempo de planejamento e atividades extraclasse ao professor. É necessário investimento e reflexão em uma proposta pedagógica qualificada para os estudantes, razão pela qual investimos na formação dos professores”, afirma Waldirene Bellardo.
http://www.cidadedoconhecimento.org.br/cidadedoconhecimento/index.php?subcan=7&cod_not=40915&PHPSESSID=8ded9fa6dc62165aa9c9886cad532abc
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário