Que Curitiba está crescendo, todo mundo sabe: a cidade se expande para todos os lados. Um estudo do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), porém, permite entender mais de perto onde esse crescimento é maior e quais são os rumos que a cidade está tomando.
O estudo Bairros Curitiba 2007, lançado nesta semana, mostra que o adensamento acontece em todas as partes da cidade: dos 75 bairros, 73 tiveram aumento de população. Apenas o Hauer e o Parolin tiveram diminuição do número de habitantes. Mas as taxas de crescimento variam bastante de um local para o outro
Segundo o presidente do Ippuc, Augusto Canto Neto, o crescimento é maior na zona Sul da cidade e em bairros menores. “Isso acontece devido aos grandes espaços livres dessas regiões, vendidos a preços mais baratos. Outro fator importantíssimo é a atuação da Cohab nesses locais, o que levou mais pessoas para esses bairros”. Umbará e Tatuquara, que apresentaram taxas expressivas de crescimento, por exemplo, têm apenas uma família para cada área de 2 mil metros quadrados.
Elaborado pela primeira vez na cidade, o estudo traça um mapeamento de todos os bairros curitibanos com o aumento populacional, densidade demográfica e perspectivas de crescimento. Aponta também que cerca de 15% da população estão concentrados na regional Portão, que engloba os bairros Fazendinha, Santa Quitéria, Novo Mundo, Portão, Vila Izabel, Àgua Verde, Parolin, Guaíra, Lindóia e Fanny.
Já em relação ao crescimento proporcional, Cascatinha, São João, Taboão, São Lourenço e Tatuquara foram os bairros que mais tiveram aumento em 2007. Segundo Canto Neto, a procura por esses bairros está relacionada com aumento de renda. “Quando as pessoas melhoram seu poder aquisitivo, elas vão atrás de bairros que possuam características interessantes. Buscar regiões pouco ocupadas está ligado à maior qualidade de vida”, diz.
Os últimos dados disponíveis sobre os bairros de Curitiba eram do último Censo do IBGE, em 2000. “Sentimos a necessidade de fazer um levantamento nesse meio tempo para mapear cada região. É por meio desses dados que nós fazemos o planejamento de investimentos em postos de saúdes, escolas e outros serviços públicos para cada local”, explica Canto Neto. Como o censo é feito de dez em dez anos, os dados ficam defasados. Para mapear esses números, o método usado foi medir o crescimento vegetativo de cada bairro, assim como o aumento de matrículas nas escolas.
Antes, a prefeitura se baseava em números gerais da cidade para fazer o planejamento urbano. “Agora, com tudo detalhado saberemos o rumo que a cidade está tomando e poderemos nos preparar para investir em serviço público onde houver maior demanda”, diz o diretor.
Concentração
Cerca de metade da população Curitiba, 45,44%, está concentrada em dez bairros: Xaxim, Boqueirão, Alto Boqueirão, Cidade Industrial, Cajuru, Água Verde, Portão,Sítio Cercado, Uberaba e Pinheirinho. Os que possuem maior densidade demográfiica, ou seja, maior número de pessoas por hectare, são a Água Verde, com 111,73, a Vila Izabel, com 105, 53, e o Sítio Cercado, com 103,32.
De acordo com o presidente do Ippuc, a prefeitura não quer transformar tudo em espaço habitacional, mas não tem como impedir o crescimento. “Existe também um outro lado. Se deixarmos só área verde, facilitamos as invasões”, comenta.
Para Clóvis Ultramari, arquiteto e professor de mestrado em Gestão Urbana da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), é importante ter espaços com pouca população para conservar as áreas verdes. “Imagino que a prefeitura leve em conta isso, até porque as áreas que estão sendo ocupadas são as que estão disponíveis no mercado”, fala Ultramari.
Gostei das informações contidas aqui,importantes para tomadas de decisões comerciais como é o meu caso.
ResponderExcluirBoa Tarde
Marlon Boeing.