O primeiro dia útil de circulação do Ligeirão Azul foi de muito movimento e também de problemas, como travamento de portas e atrasos. A reportagem de O Estado acompanhou o movimento na linha durante toda a tarde desta segunda-feira e constatou que, mesmo em momentos fora do horário de pico, era difícil encontrar ônibus vazios. Os carros rodaram com sua capacidade de assentos preenchida e muita gente em pé, principalmente no final do dia.
Para a operadora de financiamento Denise Vivian Aguiar Nunes, que utiliza a linha todos os dias após seu expediente, que encerra às 18h, o novo ônibus não resolve a situação de superlotação da linha do Ligeirão Boqueirão. “Hoje é o primeiro dia que pego o ônibus azul e reparei que tem muito mais fila nos tubos do que antes, então acho que não teve muita diferença, pelo menos neste horário”, opina. Ela acredita que a melhor solução seria colocar um número maior de veículos. “Eu vejo que muito mais gente utiliza o Ligeirão do que o Boqueirão normal, mas essa outra linha tem muito mais ônibus circulando”, completa.
No entanto, a maioria dos usuários do transporte coletivo de Curitiba aprova o Ligeirão Azul, elogiando principalmente sua estabilidade em curvas e ondulações na pista. “Apesar de continuar cheio, ele balança bem menos e é mais rápido, o que já ajuda bastante”, afirma a cozinheira Genoeva dos Santos. Para a auxiliar administrativa Adriane Suzarte, a principal diferença entre o ônibus convencional e o Ligeirão é que, por ter três metros a mais, ele comporta mais passageiros. “Antes, você tinha que esperar passar uns dois ou três ônibus para conseguir entrar porque eles eram todos cheios e ficava muita gente no tubo. Agora não preciso mais esperar tanto e, com isso, a viagem fica mais curta”, explica.
A vendedora Rosa Lipovieski concorda. “O Ligeirão atende muito mais a população do Boqueirão, ainda mais em uma semana como essa, que é véspera de feriado e muita gente vai ao centro fazer compras”, comenta. Ela ainda elogia o ambiente do ônibus. “Está bem mais bonito, mais claro e não balança tanto quanto os outros”.
No entanto, apesar de serem veículos novos, os ônibus já apresentam problemas, como dúvidas de passageiros em relação às suas paradas e travamento de portas. Somente nesta tarde, O Estado flagrou dois problemas na abertura de portas. Também houve registro de atrasos, de acordo com motoristas entrevistados pela reportagem. Apesar dos problemas, nem todos os dez veículos novos estavam circulando. Pelo menos metade deles estava como reserva, informou o fiscal de tráfego Paulo Sérgio Pereira.
Parada incômoda
Para os motoristas, o principal motivo para os atrasos no dia de hoje foi a nova parada no tubo próximo ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). “Antes, a linha do Ligeirão não parava nesse tubo, mas fomos informados há cerca de uma semana de que deveríamos fazer essa parada a partir de hoje devido ao recadastramento dos títulos de eleitor que está sendo feito pelo TRE”, explica Pereira, que é motorista de ônibus reserva.
De acordo com o motorista Roberto Carlos da Silva, a nova parada fez com que o tempo de percurso do Ligeirão aumentasse dois minutos. “Com essa parada, perdemos algumas sequências de semáforos e o tempo passou de 23 para 25 minutos”, afirma. A linha deve fazer paradas no tubo no TRE até dezembro, quando a maior parte do recadastramento dos títulos de eleitor já deve ter sido realizada.
A nova parada no TRE, entretanto, é a única reclamação dos motoristas em relação ao novo ônibus. “Esse veículo é muito melhor porque ele é tem equipamentos com tecnologia avançada e a mudança da porta um mais para trás ajudou bastante porque os passageiros aqui do nosso lado atrapalham a visão”, ressalta Silva. “O Ligeirão também é muito mais firme para dar ré e ainda tem um sensor em cada eixo que mostra ao motorista se ele está balançando muito”, completa Pereira.
Fonte: O Estadão
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