terça-feira, novembro 06, 2012

Ducci sugere que lobby do ônibus pode paralisar o metrô



Em entrevista a jornalistas do Paraná TV 1.ª edição, telejornal da RPC TV, o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), afirmou ontem temer que o projeto do metrô na cidade fique parado por causa da pressão das empresas de ônibus. “Eu espero que o lobby dos empresários do transporte coletivo de Curitiba não vença novamente essa disputa com o projeto do metrô”, disse o prefeito durante a entrevista. Na semana passada, o prefeito eleito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), disse que pretende rever, por até um ano, o projeto do metrô. Hoje pela manhã, Ducci e Fruet se encontram pela primeira vez para discutir a transição e o metrô deve ser um dos assuntos a ser discutido.
Apesar da declaração pública de Fruet sobre o “congelamento” do projeto, Ducci já afirmou que pretende lançar o edital de licitação da obra ainda durante o seu mandato. Ontem, ele voltou a repetir que tem essa intenção. Disse também que, para a licitação ser liberada, falta apenas um documento do governo federal que determine o porcentual de componentes nacionais a ser usado nos maquinários do metrô.
Antônio Costa/Arquivo/ Gazeta do Povo
Antônio Costa/Arquivo/ Gazeta do Povo / Fruet: viagem a Brasília para fazer visitas e receber homenagemAmpliar imagem
Fruet: viagem a Brasília para fazer visitas e receber homenagem
Brasília
Fruet visitará Gleisi no Planalto e tentará encontro com Dilma
André Gonçalves, correspondente em Brasília
O prefeito eleito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), viaja na quinta-feira para Brasília. O pedetista vai visitar a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, uma das principais responsáveis pela aliança do PT com o PDT na eleição municipal da capital. Se houver espaço na agenda presidencial, Fruet também deve ter o primeiro encontro com Dilma Rousseff no Palácio do Planalto.
Em outro compromisso, Fruet vai participar da entrega do prêmio Congresso em Foco. Destinado aos parlamentares que mais se destacam no Congresso, a cerimônia também vai homenagear deputados e senadores que já foram premiados e se elegeram prefeitos em 2012. Por último, ele vai à Câmara Federal reencontrar-se com antigos funcionários que trabaram no seu gabinete ao longo de três mandatos na Casa (1998-2010).
A assessoria de imprensa de Fruet informou que o pedetista só vai se pronunciar sobre o assunto depois de conversar com Ducci sobre o possível adiamento do processo de licitação. O coordenador do plano de governo e líder do grupo de transição de Fruet, Fábio Scatolin, explica que ainda não houve nenhuma conversa oficial com o atual prefeito e essa situação pode ter gerado o desentendimento.
“Concretamente, ainda não há nenhuma discussão sobre o metrô. Nós pensamos em parar o projeto não por discordar dele ou por querer modificá-lo de forma brusca, mas porque queremos discutir a modelagem financeira do projeto, além de confirmar o itinerário que está definido”, explica.
O projeto do metrô para Curitiba e outras duas capitais foi aprovado em outubro de 2010 pela presidente Dilma Rousseff. Em maio deste ano, houve a audiência pública e em agosto o edital estava pronto para ser lançado.
Empresas de ônibus
O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Me­­tropolitana se manifestou, por meio da assessoria de imprensa, sobre a declaração de Ducci. Informou que a afirmação do prefeito causou estranheza porque as empresas que operam o transporte coletivo não são contrárias ao metrô, mas favoráveis a todos os modais coletivos. O sindicato destacou ainda que o atual sistema ainda tem muito a oferecer e não está esgotado.
Prefeito lamenta não ter iniciado obras durante o seu mandato
Na entrevista ontem ao Paraná TV, o prefeito Luciano Ducci (PSB) lamentou não ter conseguido iniciar as obras do metrô durante o seu mandato. Ele disse que esse foi um dos desejos para a gestão que não se realizou. “Eu batalhei bastante para que isso acontecesse”, afirmou.
Na semana passada, Ducci usou o discurso da ba­­talha para justificar a vontade de lançar ainda durante o seu mandato a licitação da obra. “Acho justo que quem batalhou e viabilizou os recursos faça a licitação”, disse em entrevista à Gazeta do Povo. Na ocasião, o prefeito sinalizou que a possibilidade de paralisação do projeto dependeria de conversas com o governo federal e que não haveria um cancelamento total da licitação, inclusive para evitar a perda dos recursos da obra.
O atual projeto do metrô prevê um custo total da obra de R$ 2,33 bilhões. Além do R$ 1 bilhão do governo federal, R$ 300 milhões seriam investidos pelo governo do estado e mais R$ 450 milhões da prefeitura. O restante seria obtido por meio de uma parceria público-privada.
Fonte: Gazeta do Povo 06/11/2012

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