terça-feira, novembro 27, 2012
Requião rechaça acordo com bancada do PMDB
O senador Roberto Requião rechaçou a tentativa da bancada do PMDB na Assembleia Legislativa de fazer um acordo para evitar um bate-chapa na convenção que vai eleger o novo diretório do partido no Paraná, em 15 de dezembro. Requião não abriu mão de disputar a presidência estadual da legenda, com o objetivo de buscar uma quarta candidatura ao governo em 2014. Ele acusa os parlamentares peemedebistas na Assembleia de quererem entregar o partido ao governador Beto Richa (PSDB), levando a sigla a apoiar a reeleição do tucano.
Na semana passada, o líder do PMDB na Assembleia, Caíto Quintana, foi escalado pelos colegas para ir até Brasília para tentar convencer Requião de desistir de sua candidatura em favor de um deputado. O discurso do grupo é que a convenção não trataria dos rumos do partido em 2014, que seriam decididos somente no ano da eleição. Um terceiro grupo, liderado pelo ex-governador Orlando Pessuti, também entrou na disputa pelo comando da legenda.
Quintana, porém, sequer chegou a embarcar para a Capital federal, já que Requião estava vindo para o Estado, para iniciar sua campanha pelo comando do partido. Somente ontem o deputado conseguiu falar com o senador, em Curitiba, mas não obteve sucesso. Requião descartou qualquer possibilidade de desistir de sua candidatura à presidência do diretório, e manteve o discurso de que a vitória de um representante da bancada significaria na prática, abrir mão de lançar candidato próprio ao Palácio Iguaçu para apoiar a reeleição do atual governador. “O PMDB PR precisa de um diretório estadual critico e construtivo, não a um adesismo tolo e fisiológico. Vamos bater chapa”, reagiu o senador pelo twitter.
Diante da reação de Requião, os deputados desistiram da negociação com o senador e resolveram se concentrar em um acordo com o grupo de Pessuti, que inclui o senador Sérgio Souza e o deputado federal Osmar Serraglio. A ideia é unir as duas alas para derrotar Requião na convenção. Eles garantem que com isso poderiam garantir cerca de 70% dos votos dos convencionais do partido.
O grupo de Pessuti, por sua vez, não descarta o apoio a uma candidatura da ministra chefe da Casa Civil do governo Dilma Rousseff e senadora licenciada do PT, Gleisi Hoffmann, ao Palácio Iguaçu. O próprio Requião, rompido com Pessuti, também admite que em caso de derrota na convenção do PMDB, poderia optar pelo apoio a Gleisi. E argumenta que a direção nacional do PMDB poderia intervir no diretório estadual caso ele optasse por uma aliança com os tucanos. A alegação, nesse caso, é de que o PMDB já está comprometido a lançar candidatos próprios aos governos estaduais ou a aliar-se aos candidatos petistas em troca da manutenção de Michel Temer como companheiro de chapa da candidatura à reeleição da presidente Dilma.
Os deputados estaduais, por sua vez, alegam que uma candidatura de Requião ao governo, sem alianças, não teria competitividade, e correria o risco de dizimar a bancada peemedebista – que com treze deputados – é a maior da Assembleia. Além disso, interessado em reforçar sua base política, Richa teria oferecido mais duas secretarias para os parlamentares peemedebistas. Hoje, o partido ocupa apenas a Secretaria de Estado do Trabalho, comandada pelo deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli. O governador teria oferecido as pastas da Administração e a do Meio Ambiente, mas a bancada reivindica a chefia da Casa Civil e a Secretaria da Agricultura. (IS)
Fonte: http://www.bemparana.com.br 27/11/2012
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