domingo, janeiro 12, 2014
Curitibanos voltam à Boca Maldita para celebrar os 30 anos das 'Diretas'
1º grande comício pelas das eleições diretas foi em 1984, em Curitiba.
Uma exposição foi inaugurada na cidade com fotos e vídeos da ditadura.
Ônibus biarticulado recebe exposição sobre a ditadura militar, em Curitiba (Foto: Fernando Parracho/ RPC TV)
Para celebrar os 30 anos do primeiro grande comício que reivindicou eleições diretas para a presidência do país, foi inaugurada neste domingo (12), na Boca Maldita, uma exposição com fotos, charges e vídeos da época da ditadura militar que vigorou no Brasil de 1964 a 1984. A mostra foi montada dentro de um ônibus biarticulado, conhecido nacionalmente como símbolo da capital paranaense.
O comício de 1984, em Curitiba, é considerado um marco da luta pela redemocratização do país. De 40 mil a 60 mil pessoas se reuniram na Boca Maldita, com a presença de representantes e lideranças dos movimentos sindical e social e de autoridades políticas como Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, o ex-governador do Parana José Richa e ex-prefeito de Curitiba Maurício Fruet. A partir daquele 12 de janeiro, uma onda de manifestações se dissipou no país, em prol das eleições diretas e pela restituição das instituições democráticas.
Na foto, Eneas Farias, Tancredo Neves e Ulisses Guimarães (Foto: Rubens Vandresen/ Divulgação/ Secretaria de Cultura de Curitiba)Na foto, Eneas Farias, Tancredo Neves e Ulisses
Guimarães (Foto: Rubens Vandresen/ Divulgação/
Secretaria de Cultura de Curitiba)
“Aquele momento foi como se você estivesse indo para a guerra. A gente não sabia se voltava vivo ou se ia apanhar. Foi um sentimento de patriotismo, de indignação, um grito por mudança. E a gente só queria votar para presidente”, disse Arão Xavier de Freitas, que atualmente é comerciante de Pinhalão, no norte do Paraná, que estava entre milhares que ocuparam o Centro da cidade em 1984.
À época, Arão Freitas tinha 24 anos. Ele compara a sensação dos jovens que viveram durante a ditadura militar com a sentida pelos brasileiros agora. “A indignação era mais ou menos parecida com a de hoje. A ditadura já era um bom motivo para ir para a rua, mas, como hoje, havia uma insatisfação com a política, com a corrupção, com tudo”.
Trinta anos depois do movimento, Arão Freitas ainda se mostra surpreso com a quantidade de pessoas que se reuniram na Boca Maldita. Ele lembra que o movimento começou um dia antes, quando houve manifestações em frente ao hotel onde o ex-presidente João Figueiredo estava hospedado. “E no fim foi gratificante, porque o grito acabou sendo ouvido”, disse.
Multidão se reuniu na Boca Maldita para participar de comício pelas 'Diretas Já' (Foto: Arquivo/ Secretaria Municipal de Cultura de Curitiba)
30 anos: 1º Comício Diretas Já – Curitiba'
A exposição se divide em três núcleos que narram o golpe militar, a repressão e o comício na capital paranaense. De acordo com a organização, a ambientação foi pensada para que o visitante sentisse o clima dos chamados “anos de chumbo”, vivido durante os 20 anos de ditadura brasileira.
Episódios como a fuga do ex-presidente João Goulart e a implantação do Ato Institucional de número cinco (AI 5), publicado em 13 de dezembro de 1968, também são mencionados na mostra. A última etapa da exposição retrata a transição do regime, a anistia e, finalmente, a abertura política.
A exposição ainda pode ter mais fotos e vídeos incorporados. Existe um painel branco que vai abrigar as colaborações das pessoas que também desejarem mostrar recordações da ditadura militar. De acordo com a Prefeitura de Curitiba, o compartilhamento pode ser feito presencialmente, no local da exposição, ou pelo email diretascuritiba@gmail.com.
Serviço:
Exposição “30 anos: 1º Comício Diretas Já – Curitiba”
Quando: 12 a 23 de janeiro, das 11h às 21h
Onde: Rua das Flores – Boca Maldita
Entrada Gratuita
http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2014/01/curitibanos-voltam-boca-maldita-para-celebrar-os-30-anos-das-diretas.html
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