O presidente do Conselho de Ética da Câmara de Curitiba, vereador Francisco Garcez (PSDB), relatou que os servidores que atuavam na comissão de licitação afirmaram que o presidente da Casa, vereador João Cláudio Derosso (PSDB), ‘foi o ordenador das despesas e que ele mesmo fiscalizava’. O depoimento dos funcionários foi nesta segunda-feira (29).
O conselho investiga possíveis irregularidades cometidas em licitações para a contratação de agências de publicidade pela Câmara. Uma das empresas vencedoras é de propriedade da esposa de Derosso, a jornalista Cláudia Queiroz. A concorrência ocorreu enquanto a jornalista era funcionária do legislativo municipal.
Sem querer analisar as declarações dos servidores, Garcez declarou ao G1 que houve contradições entre as informações passadas por Derosso, em sessão fechada, e pelos servidores.
O relatório deve ser conclusivo porque há uma vasta documentação, segundo Garcez. Caso sejam comprovadas as irregularidades, o relator Jorge Yamawaki (PSDB), deve indicar uma possível sanção contra Derosso que pode ir desde uma advertência à cassação do mandato (nesse último caso o plenário teria de votar).
O relatório será votado pelo Conselho e se aprovado é encaminhado ao plenário, onde passa por nova votação.
'Ansiedade geral'
Também em entrevista ao G1, Yamawaki previu que o prazo para a entrega do relatório deve ser mantido, ou seja, o próximo dia 1º (o tempo para o trabalho se encerra um dia antes), porém "se faltar algum complemento muito importante , vou pedir prorrogação de alguns dias".
Ele diz que quer "relatar o quanto antes, por causa dessa ansiedade geral. Amanhã [terça, 30] estão para chegar mais informações. Com isso, se eu tiver todos os documentos, em dois ou três dias consigo encerrar".
Até o começo da noite desta segunda, os membros do Conselho de Ética não tinham feito nenhuma comunicação quanto à verificação dos documentos apresentados junto com os últimos depoimentos.
Nesta terça, o Conselho deve ouvir a atual mulher de Derosso e dona da empresa de comunicação ganhadora da licitação suspeita, Cláudia Queiroz. "Esperamos que ela compareça. Quem tem mais a dizer é ela", disse o relator.
"O Ministério Público está terminando a documentação deles e o Conselho está afunilando a decisão, mas não posso antecipar nada. (...) Tenho sofrido pouca pressão política, porque sou novo na Casa e quase ninguém tem muita intimidade comigo. Mas essas questões que estamos avaliando são um assunto muito sério. Não posso colocar um partido [o PSDB] na frente de Deus, dos meus futuros netos e bisnetos", finaliza.
G1
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