O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) recebeu uma carta-consulta, datada de 14 de setembro, do governo do Paraná solicitando o empréstimo de R$ 123 milhões. Dinheiro este que seria usado para concluir a Arena da Baixada. É hoje o único número sólido na matemática que envolve a finalização do estádio para a Copa de 2014.
Nem mesmo o total de R$ 180 milhões, com isenção de impostos, estimado para a realização da obra é considerado confiável.
Há indícios de que dia 27, na próxima reunião da Comissão do Mundial do clube, responsável por tocar a reforma do Joaquim Américo, os custos apresentados já sejam superiores. “Pode ser mais, menos, ninguém sabe ao certo ainda”, admitiu o secretário estadual para assuntos da Copa, Mario Celso Cunha.
Em relação à engenharia para bancar o término da praça esportiva, o político admitiu não estar completamente a par do processo.
Por enquanto, poucas mudanças são oficiais, como a entrada do BNDES na jogada.
Pela manobra, o governo do estado pede o financiamento ao banco usando o potencial construtivo – títulos imobiliários da prefeitura de Curitiba – como garantia de pagamento. Uma iniciativa que já havia sido descartada pela entidade anteriormente, mas que foi reapresentada após trabalho de articulação política nos bastidores – leia-se medo de a obra não ser concluída a tempo.
Para os envolvidos no pedido de empréstimo, os documentos imobiliários, que valiam R$ 90 milhões quando foram lançados, já teriam sido valorizados para R$ 123 milhões. E é nisso que se fiam. “Por causa da atualização do Custo Unitário Básico (CUB)”, levantou Cunha, referindo-se a um indicador que mostra o custo básico da Construção Civil.
Não há certeza da aprovação do pedido, nem de o clube retirar a quantia que precisa em troca desses papéis.
Caso faça os R$ 90 milhões do potencial construtivo renderem R$ 123 milhões no BNDES, restariam pelo menos R$ 57 milhões que o Rubro-Negro teria de desembolsar para fechar a conta final.
Estima-se que o clube já contabiliza nesta conta R$ 20 milhões investidos na compra do terreno e no projeto da obra. Essa diferença de R$ 37 milhões não é confirmada pelos rubro-negros. Procurado pela reportagem, o presidente da Comissão da Copa do Atlético, Mario Celso Petraglia, se recusou a falar (leia mais nesta página).
Já na Agência de Fomento do Paraná, indicada por Cunha para explicar detalhadamente o processo da conclusão da Baixada, ninguém retornou ao pedido de entrevista. A entidade está ajudando de perto na formação da Sociedade de Propósito Específico (SPE), futura gestora da obra – com participação majoritária do clube.
Fonte: Gazeta do povo 20/09/2011
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