A Justiça definiu a data para o julgamento de Paulo de Estevão de Lima, o “Paulinho do Brejo”, acusado de matar a psicóloga Telma Fontoura, de 53 anos. No dia 23 de novembro, às 9 horas, em Matinhos, no Litoral do Paraná, caberá ao júri popular a decisão de absolver ou condenar o réu. Paulo de Lima está preso desde o ano passado e foi denunciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Sobrinha do ator Ary Fontoura e filha do ex-secretário de estado da Saúde Ivan Fontoura, Telma lecionava na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) há 27 anos. Ela foi encontrada enterrada na areia do balneário Shangri-lá, em Pontal do Paraná, no dia 12 de julho de 2010, depois de sair para caminhar na tarde do dia 11.
Acusação
Arquivo Gazeta do Povo
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A psicóloga Telma costumava caminhar no local onde foi morta
Para o advogado de acusação, Luiz Antonio Martins Barbosa Junior, há muitas provas contrárias ao acusado. “Acredito realmente na autoria recaindo sobre ele (Paulo) e espero que os membros do conselho de sentença, os jurados, analisando essas provas compartilhem com nosso entendimento”, explica.
O advogado ainda ressaltou o trabalho realizado pelo delegado José Antônio Zuba, que conduziu as investigações. Para Martins, o trabalho da polícia foi “muito bem feito” e realizado com base nas provas encontradas. As suspeitas que fizeram com que a polícia chegasse até Paulo foram calças com marcas de areia e folhas de restinga, um tênis com solado corresponde a uma pegada encontrada no local do homicídio e uma testemunha que viu o acusado a cerca de 300 metros da área onde ocorreu o crime.
Defesa
O advogado de defesa do réu, Cezar Giovani Ferreira da Silva, contesta as provas e a forma como foi conduzida a investigação. Para ele, o fato de as roupas estarem com areia não serve de prova porque o acusado mora na praia e caminha pela areia com frequência. Ele também questiona a pegada encontrada próxima ao local do crime. Segundo Silva, a chuva no dia anterior impossibilitaria o reconhecimento de uma pegada. Além disso, ele argumenta que seu cliente calça 42, enquanto a pegada é de um tênis 37. “Queria saber onde foi parar esse tênis que seria a prova”, diz.
Silva confia que Paulo será absolvido e que as provas levantadas não batem com os fatos apurados. Ele também argumentou que as bitucas de cigarro com o DNA do réu, que teriam sido encontradas próximo ao local do crime, foram retiradas da casa do acusado, na tentativa de incriminá-lo. O advogado suspeita que o responsável pela morte de Telma tenha relação com um crime semelhante, ocorrido poucos dias depois, também em Pontal do Paraná, quando Paulo já estava preso. “Sei que a situação é difícil, pela comoção que a morte causou, mas vou tentar reverter”, diz.
Família
Para Fábio Fontoura, irmão de Telma, a família está convicta que Paulo é o assassino. Ele ressaltou a expectativa para que a justiça seja feita e negou qualquer tipo de vingança contra o acusado. “Acompanhei todas as investigações e tudo leva a crer que é ele (Paulo)”, diz. Segundo Fábio, os familiares, entre eles o tio Ary Fontoura, vão acompanhar o julgamento no local.
Júri popular
No júri popular 25 pessoas terão que se apresentar no dia e sete serão escolhidas por sorteio para que avaliem se o réu é culpado ou inocente. Os advogados de acusação e defesa, bem como as testemunhas, falam antes de o réu ser interrogado. Depois, a decisão será tomada pelos jurados. Caso julguem Paulo culpado, caberá ao juiz proferir a sentença. Segundo Martins, a pena por homicídio qualificado e ocultação de cadáver pode variar de 12 a 30 anos. De acordo com Silva, o sorteio dos 25 possíveis jurados será realizado nesta terça-feira (1º).
Caso
A psicóloga foi encontrada morta no balneário de Shangri-lá, em Pontal do Paraná, no Litoral do estado, no dia 12 de julho de 2010, uma segunda-feira. Telma saiu para caminhar pelo balneário na tarde de domingo (11), por volta das 16h30, e não voltou. A psicóloga estava em férias. Os familiares registraram o desaparecimento da vítima na delegacia por volta das 22 horas.
As buscas do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil começaram na noite de domingo e foram suspensas durante a madrugada. O trabalho do Corpo de Bombeiros e dos policiais civis foi retomado às 7 horas de segunda-feira e o corpo da psicóloga foi localizado por volta do meio-dia.
De acordo com o delegado José Antônio Zuba, o corpo da psicóloga estava enterrado na orla marítima entre os balneários de Shangri-lá e Barrancos.
Em fevereiro de 2011, a Justiça decidiu que acusado de matar psicóloga iria a júri popular. O juiz Leonardo Bechara Stanciolli também negou ao acusado o direito de recorrer da decisão em liberdade.
Fonte: gazeta do povo 01/11/2011
Acusado vai a julgamento sem provas!!!
ResponderExcluirO Delegado Zuba, responsável pelo inquérito e suspeito de "plantar provas" foi assassinado 1 mês após a prisão do acusado. A familia da psicologa Telma é rica e influente na sociedade paranaense. O réu é músico e pobre. Qual será o resultado deste julgamento??????????