Quando Dolores e Ariel Cordeiro, 58 e 65 anos respectivamente, receberam uma proposta para alugar uma casa por R$ 250, há uma semana, tinham certeza de que todos seus problemas se resolveriam. Mal sabiam eles que, na verdade, teriam um transtorno ainda maior a partir daquele momento. Depois de limparem a casa durante uma semana, localizada na Rua Fredolin Wolf, no bairro Santa Felicidade, e se mudarem na última segunda-feira (12), o casal foi surpreendido pelo dono do imóvel reclamando a respeito de sua presença no local e mandando que eles saíssem imediatamente.
Somente nesse momento é que o casal percebeu que tinha caído em um golpe, aplicado por um homem que se apresentou apenas como Edson, aquele que tinha oferecido o aluguel por R$ 250. Ao saber da procura de Dolores e Ariel por um novo local para morar, o golpista mostrou a casa, abandonada, e a ofereceu, sem ser seu proprietário, somente para ficar com o dinheiro do casal. "Estávamos morando em uma casa onde pagávamos R$ 300 de aluguel, mas tivemos que sair de lá porque a região estava sendo tomada pelo tráfico de drogas e, como nosso neto, de 8 anos, mora com a gente, não dava mais para ficar lá", conta Ariel.
Assim que souberam da possibilidade de morar na casa da Fredolin Wolf, por R$ 250, não hesitaram nem em pagar o frete de R$ 120 para transportar a mudança, apesar de serem uma família humilde. Com a expulsão do terreno pelo verdadeiro proprietário, o casal ficou praticamente sem dinheiro para o restante do mês. Sem ter para onde ir, ainda mais depois que o dono da casa determinou a demolição do imóvel, os dois reuniram os pertences em um acampamento em frente ao local, onde permaneceram durante toda a quarta-feira (13).
A situação só foi resolvida quando o casal recebeu, já no final da tarde, uma oferta para se mudar para a casa de uma senhora sozinha no Umbará, que inclusive se dispôs a enviar uma caminhonete para transportar novamente a mudança. O golpista não foi mais encontrado. O único documento de locação da casa que a família possuía, um recibo entregue pelo suposto Edson, foi destruído por Ariel em um momento de fúria. A família afirma que possui inscrição na Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) há um ano.
Orientações
Em casos como esse, o titular da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (Dedc), Cassiano Aufiero, afirma que a assinatura de um contrato é essencial para se proteger de possíveis golpes. "O ideal mesmo é alugar por meio de uma imobiliária, mesmo que pague um pouco mais, pois essa transação garante o direito do consumidor. Se ainda assim não for possível, é melhor dar preferência a imóveis de conhecidos. Se for de um desconhecido, é necessário pedir o registro do imóvel para que seja comprovada a sua propriedade. De qualquer forma, é preciso ter um contrato", orienta.
Fonte: Paraná Online
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