A greve dos professores e dos servidores das escolas municipais de Curitiba começou nesta quarta-feira (14) com uma passeata que reuniu mais de três mil pessoas, segundo agentes da Secretaria de Trânsito de Curitiba (Setran). Os manifestantes saíram da Praça Santos Andrade às 10h30 e chegaram à prefeitura, no Centro Cívico, perto do meio-dia. As categorias foram mobilizadas pelo Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) e pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc).
Segundo dados da prefeitura, das 181 escolas municipais de ensino fundamental, 77 fecharam e 3.400 professores da rede municipal de ensino aderiram à greve. Ao contrário da expectativa do Sismuc, por outro lado, os servidores municipais de outras áreas não entraram em greve - apenas 13 funcionários da Saúde se uniram à mobilização dos professores e não trabalharam hoje.
Escolas
No Centro de Educação Infantil Professor José Wanderly Dias, no Barreirinha, por exemplo, apenas os funcionários com função administrativa trabalharam nesta quarta, assim como na Ayrton Senna da Silva, no Cajuru. Segundo funcionários das escolas, a orientação que estava sendo passada para os pais é a de observar o noticiário para saber quando as aulas voltam ao normal.
Mesmo em escolas que não tiveram todos os professores na greve, as aulas foram interrompidas e, por opção dos próprios pais, os alunos não ficaram no colégio. É o caso da Escola Ritta Anna, no Cajuru.
Outras instituições não pararam, como a Escola Municipal Professora Jurandyr Baggio Mockell, no Pinheirinho, e a Vila Torres, no Prado Velho. Segundo a diretora Cristina Estela da Silva, da escola Vila Torres, foi feita uma votação a respeito da adesão à greve e a maior parte dos professores decidiu continuar com as aulas normalmente até o fim da semana. “Tiveram alguns que faltaram, mas isso não atrapalhou o andamento das aulas, pois outros professores de área assumiram as outras turmas”, diz.
Depois de um encontro marcado com representantes da prefeitura, os sindicalistas pretendem decidir até a noite desta quarta-feira se continuam a greve ou não.
Reivindicações
Os professores querem que o piso salarial de R$1.199,64 pago pela prefeitura a docentes com curso superior em uma jornada de 20 horas seja aumentado para R$ 1.800. A prefeitura anunciou em 29 de fevereiro que vai aumentar esse valor para R$ 1.319,90, mas os sindicalistas consideram o reajuste insuficiente.
A interpretação feita pelo Sismmac é a de que, se o piso nacional sugerido pelo Ministério da Educação (MEC) para um professor com ensino médio para uma jornada de 20 horas é de R$ 725,50, um professor com curso superior deve receber no mínimo R$ 1.800 para a mesma carga horária de trabalho no início de carreira. Os sindicatos consideram ainda que a quantia divulgada pelo MEC serve apenas de orientação para cidades mais pobres, o que não é o caso de Curitiba.
“É claro que a gente não consegue dar um salto R$ 1199,64 para R$ 1.800”, afirmou a secretária municipal da Educação, Liliane Sabbag. Segundo ela, com o reajuste de 10% e o pagamento de uma gratificação de pelo menos R$ 275 mensais do Programa de Produtividade e Qualidade (PPQ), o salário dos professores para 20 horas de trabalho chegará a R$ 1594,90. Os sindicalistas, no entanto, alegam perdas salariais acumuladas e insistem no aumento do piso para R$ 1.800. Segundo o Sismmac, como a Secretaria Municipal da Educação não apresentou novas propostas, a categoria não teve outra alternativa além da greve.
Fonte: Gazeta do Povo
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