terça-feira, outubro 30, 2012

Mesmo com oito vereadores eleitos, Fruet deve ter maioria na Câmara



O prefeito eleito de Curitiba Gustavo Fruet (PDT) deve contar com ampla maioria de apoio na Câmara Municipal já no início do mandato em 2013. Ainda que a coligação que sustentou a candidatura vencedora (PDT-PT-PV) tenha elegido apenas oito representantes, a tendência histórica é de que a maior parte dos parlamentares migre para a base governista, de acordo com o cientista político da Universidade Federal do Paraná, Ricardo Oliveira.
Os oito vereadores que deram o “ponto de partida” para a construção da base já ganharam reforços ainda antes da eleição de Fruet no segundo turno. Na disputa contra Ratinho Jr. (PSC), o prefeito eleito já havia recebido o apoio de mais 15 parlamentares eleitos, vários deles que compõe a base do atual prefeito, Luciano Ducci (PSB), que ficou na terceira colocação no pleito. Hoje, dos 38 vereadores da Casa, apenas seis fazem oposição ao prefeito.
O número deve aumentar de acordo com as decisões partidárias que devem ser tomadas até o final da legislatura atual. Ratinho Jr., por exemplo, já anunciou que o PSC não deve fazer parte oposição à atual gestão. “O nosso objetivo não é de fazer oposição, nem dos vereadores, mas realmente de fazer um trabalho para ajudar a cidade naquilo que for importante, nos projetos que vierem a acontecer agora com essa nova gestão, mas acima de tudo, nós temos o dever de fazer uma cobrança”, afirmou o segundo colocado na eleição.
Para Oliveira, a postura que deve ser adotada pelo PSC deve se refletir no restante da Câmara. “Os vereadores do PSC compõem uma bancada nova, boa parte entrou com a votação do Ratinho e tem também um perfil situacionista. Eles querem fazer um trabalho com o prefeito, com o orçamento do Executivo”, afirmou o cientista político.
Esta tendência, segundo o analista, é característica de um processo chamado “Pacto Homologatório”, no qual há cooperação entre os interesses do Legislativo e do Executivo. “A grande maioria dos vereadores eleitos quer ter essa relação situacionista com o prefeito, então a influência do Poder Executivo deve pautar as ações do Poder Legislativo”, apontou.
A grande maioria dos vereadores eleitos quer ter essa relação situacionista com o prefeito, então a influência do Poder Executivo deve pautar as ações do Poder Legislativo"
Ricardo Oliveira, cientista político
O formato estabelecido, contudo, deve prejudicar a fiscalização das ações da Prefeitura, segundo o cientista político. “O Fruet não vai encontrar nenhum vereador ideológico de oposição. Mesmo alguns do quadro do PSDB que teriam capacidade de organizar uma oposição, o apoiaram no segundo turno da eleição”, disse.
O perfil fiscalizador, segundo o professor, é de maneira geral o foco de interesse dos partidos de esquerda. Porém, em Curitiba, o PT é componente da coligação de Fruet. “Os três eleitos pelo PT podem ter alguma movimentação, talvez assumindo secretarias, ou seja, ficam dependendo do prefeito”, concluiu Oliveira.
Fonte: G1 Paraná 30/10/2012

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