Curitiba conta com uma rede de atenção a pessoas com necessidades de dieta diferenciada. Os Armazéns da Família, há 1 ano, oferecem uma lista de alimentos a quem tem doença celíaca ou intolerância à lactose. A ação, feita em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde, possibilita o tratamento orientado dos pacientes.
Todos os produtos, sejam eles diet, light e sem adição de glúten também são verificados Vigilância Sanitária de Alimentos, a fim de assegurar que o processo industrial desses alimentos está correto e não vai causar danos à saúde desse restrito grupo de consumidores.
Quem tem necessidades especiais de alimentação também tem acesso a consultas ambulatoriais ou domiciliares com nutricionistas dos Núcleos de Apoio em Atenção Primária à Saúde (Naaps). O objetivo é manter a vigilância sobre os pacientes com problemas de saúde como alergia ao glúten (doença celíaca) ou à lactose, entre outros, e também às suas famílias, garantindo segurança e orientação a eles e também aos seus cuidadores. Hipertensos e diabéticos também fazem parte dos pacientes acompanhados pelas unidades de saúde.
Crianças, jovens, adultos e idosos com dificuldades para se alimentar – como pessoas com paralisia cerebral ou vítimas de derrames – também contam com alimentação adequada e suporte de nutricionistas. A Secretaria Municipal da Saúde garante a oferta de dietas industrializadas mas, preferencialmente, orienta o preparo e a administração de dietas pastosas artesanais para os pacientes.
Equilíbrio - A alimentação equilibrada é um dos pilares da boa saúde e da qualidade de vida – longe do sobrepeso e de riscos como a pressão alta e o excesso de açúcar no sangue. Por isso, o trabalho em Curitiba busca a estimular a alimentação saudável já no pré-natal, quando as futuras mães, com a ajuda das equipes das unidades de saúde, aprendem a ter uma dieta equilibrada – à base de frutas, verduras, carnes e porções reduzidas de carboidratos - e se preparam para amamentar seus filhos até o sexto mês de vida. O leite materno, além de ser a fonte de nutrição mais completa que existe, também ajuda a fortalecer o sistema imunológico e a exercitar os ossos e os músculos da face.
“Com a mãe bem orientada desde a gravidez e vivenciando a alimentação saudável, são muito maiores as chances de o bebê ser aleitado pelo maior tempo possível e, quando chegar a hora de suplementar a alimentação, oferecer a ele uma alimentação efetivamente de qualidade”, diz a pediatra Claudete Closs, coordenadora do Programa de Aleitamento Materno da Secretaria Municipal da Saúde. Ao voltar ao trabalho, as mães também são estimuladas a aleitar seus bebês nas creches por meio do programa Mama Nenê, uma parceria entre as secretarias municipais da Saúde e da Educação. Se isso não for possível, elas podem esgotar o leite em casa para que ele seja dado aos filhos em copinhos, enquanto estão nas creches.
Por causa disso, o percentual de bebês de 6 meses a 2 anos alimentados com leite materno está crescendo em Curitiba e é maior entre os acompanhados pelas unidades de saúde que os atendidos pela rede particular. As crianças monitoradas pela rede pública de saúde também têm menos sobrepeso do que as outras, apesar de estarem pesando mais do que há 4 anos. Os dados são da 7ª Chamada Nutricional de Curitiba - estudo amostral realizado no ano passado pela Coordenação de Alimentação e Nutricional da Secretaria Municipal da Saúde.
A preocupação com a boa alimentação também se estende às famílias sem filhos ou com crianças maiores e adolescentes. Por isso, a Secretaria oferece ao público usuário das unidades de saúde duas cartilhas: uma voltada para a alimentação infantil e outra de alcance geral. Essa última tem até mesmo uma versão em braille, para atender aos deficientes visuais e que pode ser emprestada na Biblioteca Pública do Paraná.
No ônibus do programa Adolescente Saudável, que há sete anos circula pela cidade, a boa alimentação tem lugar de destaque. É que, aliada à prática de atividade física regular, a dieta influi diretamente no perfil de saúde e de qualidade de vida. “Não queremos ver nossos jovens, no futuro, freqüentando grupos de hipertensos e diabéticos mas que desde já eles conheçam o valor dos alimentos e levem essa informação para a vida toda”, resume a coordenadora do Adolescente Saudável, Luciana Savaris.
Reeducação - Outro ponto importante da atenção nutricional são grupos de reeducação alimentar. O alvo principal desses grupos são os pacientes hipertensos, diabéticos, pré-obesos e obesos. “Ao reaprender a comer, eles têm a oportunidade de colaborar ativamente na melhoria da própria saúde e qualidade de vida e, além disso, compartilhar os novos conhecimentos com familiares e amigos”, observa a coordenadora de Alimentação e Nutrição da Secretaria Municipal da Saúde, Ângela Lucas de Oliveira.
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