Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, o presidente do Atlético, Marcos Malucelli, conta como será o relacionamento com o opositor Mario Celso Petraglia - candidato declarado à presidência na eleição de dezembro - agora que a proposta de se tocar a conclusão da Arena de maneira independente foi aprovada pelo Conselho Deliberativo do clube. Na conversa, o dirigente afirma que não era favorável a nenhuma das três propostas e por isso não votou no pleito de segunda-feira (25). O presidente também dá detalhes de como o Atlético terá de tocar a obra, a partir de uma comissão especial que será formada e comandada por Petraglia.
Como o senhor avalia a reunião do Conselho Deliberativo?
Foi tudo muito tranquilo. Foram colocadas três propostas aos conselheiros e a maioria absoluta optou pela proposta do próprio Atlético conduzir as obras.
O senhor se absteve da votação?
Não me abstive. A proposta da Triunfo era a número 1. A da OAS, 2. A do grupo de conselheiros, 3. E a quarta era nenhuma delas. Eu votei em nenhuma delas
Não foi a favor de nenhuma das três? Na sua opinião, o que seria o melhor para o Atlético?
Eu acho que o clube não tem condições de arcar com esse ônus, de buscar financiamento. Fica muito pesado para o Atlético...
Acha que esses empréstimos que o Atlético terá de fazer colocam em risco a segurança financeira do clube?
Qualquer empréstimo que você faça coloca isso em risco. Você assume um compromisso de pagamento a longo prazo, com juros nem sempre bons. Então há sempre o risco.
Como vai funcionar esta comissão da Copa que será formada?
Forma-se agora uma comissão com oito membros, que terá que contratar uma empresa gerenciadora para a obra. Antes tem de formar aquela SPE, a Sociedade com Propósito Específico, que vai sair atrás desta gerenciadora da obra, que irá atrás dos fornecedores. É complexo.
Esta comissão terá total independência ou será subordinada à presidência?
A comissão fica subordinada ao Conselho Deliberativo. Ele se sobrepõe ao grupo que vai cuidar da Copa.
O senhor e o Mário Celso Petraglia, candidato declarado de oposição à presidência, terão de dialogar mais. Acha que haverá algum problema nisso?
Não tenho nada que dialogar com ele. Ele certamente será uma dos membros da comissão, mas que fica subordinada ao Conselho Deliberativo. O meu conselho é de Administração do clube. Eles vão precisar falar conosco quando quiserem verba do Atlético.
E a conversa será tranquila?
Se a despesa que tivermos for de interesse e, se nós tivermos caixa para tanto, será entregue. Do contrário, vai atrás de financiamento.
O senhor acredita que a Arena ainda poderá receber jogos da Copa das Confederações em 2013?
Não sei. Foi definido um calendário para a Copa das Confederações e, se for obedecido, os estádios tem de estar prontos até dezembro de 2012. É difícil que se cumpra esse prazo aqui.
O Atlético deixa de jogar na Arena ainda este ano ou a mudança fica para 2012?
Essa comissão vai ter de dizer isso. Como disse, tem que se criar a SPE, depois contratar a gerenciadora. São vários passos e não sei como será o cronograma.
A proposta definida deixa o Atlético com uma preocupação a menos. O foco total agora é no futebol, em livrar o clube do rebaixamento do Brasileirão?
O futebol é o principal objetivo e Copa passa a ser secundária. Vamos buscar a retomada no campeonato.
Fonte: Gazeta do Povo 26/07/2011
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