O Conselho de Ética da Câmara de Curitiba vota hoje o relatório do vereador Jorge Yamawaki (PSDB) que pede o afastamento temporário do presidente da Casa, João Cláudio Derosso (PSDB). O pedido é fruto das investigações do Conselho sobre denúncias de irregularidades na contratação da agência Oficina da Notícia, que prestou serviços de publicidade à Câmara entre 2006 e 2011. A empresa é de propriedade da jornalista Cláudia Queiroz Guedes, mulher de Derosso.
Além do pedido de afastamento, há a possibilidade de outros dois votos em separado. A vereadora Noêmia Rocha (PMDB) estuda apresentar um novo relatório, incluindo um pedido de cassação a Derosso. Já o vereador Pastor Valdemir Soares (PRB) promete apresentar um voto mais abrangente que o de Yamawaki. Entretanto, o teor deve ser apresentado somente na reunião de hoje.
Plenário deve apoiar comissão
O relatório do vereador Jorge Yamawaki (PSDB) foi elogiado por boa parte dos líderes partidários da Câmara de Curitiba. Caso seja acatado pelo Conselho de Ética, existe grande probabilidade de o afastamento do presidente João Cláudio Derosso (PSDB) ser aprovado em plenário. Relator das denúncias de irregularidades feitas ao Conselho envolvendo a contratação da empresa Oficina da Notícia pela Câmara, Yamawaki indicou o afastamento temporário de Derosso – segunda punição mais pesada, entre as sanções possíveis.
CPI
Outro processo de investigação pode ser aberto hoje
- A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as irregularidades envolvendo o presidente da Câmara, João Cláudio Derosso (PSDB), ainda não foi instalada. O último empecilho que impede a instalação é o número de integrantes. Isso deve ser analisado hoje e então a CPI pode ser instalada de forma definitiva.
- Cabe ao parlamentar mais idoso entre os indicados pedir a voz e marcar a primeira reunião da comissão – na qual será decidida o presidente e o relator. Neste caso, a decana seria a vereadora Nely Almeida (PSDB). O único vereador que já se candidatou ao cargo de presidente é Tito Zeglin (PDT).
- Caso a CPI tenha nove membros, as cadeiras serão de Zeglin, Nely, Emerson Prado (PSDB), Paulo Frote (PSDB), Denílson Pires (DEM), Zezinho do Sabará (PSB), Pedro Paulo (PT), Paulo Salamuni (PV) e Zé Maria (PPS).
- Caso suba para 11, somam-se à comissão Algaci e Juliano Borghetti (PP).
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Único conselheiro a não pedir vistas (com exceção do presidente, Francisco Garcez), Zezinho do Sabará (PSB) indica que deve votar pelo afastamento. “Acompanhei todo o processo e pretendo votar com o relator”, afirma. Entretanto, ele admite a possibilidade de mudar seu voto, caso os argumentos de Noêmia ou Soares sejam mais próximos de sua avaliação do caso.
Se o pedido de afastamento for aprovado pelo Conselho, será formada uma comissão processante com três vereadores sorteados em plenário. O relatório de Yamawaki deve ser apreciado por essa comissão, que, então, coloca o afastamento em votação em plenário. O mesmo procedimento acontecerá caso o pedido de cassação sair vencedor. As outras penas possíveis (advertência, censura pública e suspensão de prerrogativas) podem ser aplicadas diretamente pelo Conselho.
Relatório
Apresentado na quinta-feira, o relatório de Yamawaki se refere somente à denúncia feita pelo economista Everton de Andrade, acusando Derosso de irregularidades na contratação da empresa Oficina de Notícias.
O primeiro problema seria o fato de Cláudia ser funcionária da Câmara quando a licitação ocorreu, em 2006. Entretanto Yamawaki avaliou que, como a própria jornalista assinou um documento se dizendo desimpedida, Derosso não poderia ser responsabilizado por isso. Outro problema seria o fato de o edital da licitação ter sido publicado somente no jornal Diário Popular. O relatório diz que apenas essa publicação era o suficiente.
O que acabou pesando contra Derosso foi o seu relacionamento com Cláudia quando foram assinados aditivos ao contrato. Em 2008 e 2009, a Câmara prorrogou seu contrato com a Oficina da Notícia. Na época, Cláudia e Derosso já tinham um relacionamento. Entretanto, o vereador teria omitido este fato do Conselho. Por causa disso, Yamawaki indicou o afastamento.
Segundo levantamento publicado pela Gazeta do Povo, publicado no dia 8 de agosto, apenas 7 dos 38 vereadores se mostraram favoráveis ao afastamento de Derosso. Outros sete se declararam contra, enquanto os demais não se pronunciaram ou disseram depender de outros fatores. Entretanto, muitos podem mudar de orientação já que agora o pedido parte de uma decisão do Conselho, e não de um parlamentar isolado.
Fonte: Gazeta do povo 05/09/2011
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