sábado, fevereiro 22, 2014

MP do Trabalho acusa Atlético-PR de irregularidades em categoria de base

















 Alojamento do Atlético-PR no clube Andraus: falta de condições (Foto: Divulgação/Ministério Público do Trabalho do Paraná)

O Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR) acusa o Atlético-PR por irregularidades no  alojamento de 29 jovens jogadores que pertencem ao clube. Foram identificados problemas como falta de assistência educacional, psicológica e educacional, além de cobrar por treinamentos profissionalizantes. O atletas moram nas dependências do clube Andraus (localizado na cidade de Campo Largo, região metropolitana de Curitiba), que é parceiro do Atlético-PR.

O MPT-PR realizou uma fiscalização e descobriu que os garotos vivem sob condições precárias no local, com sujeira, umidade e fungos nas paredes, além de falta de produtos básicos de higiene como papel higiênico e sabonete.
Ainda conforme a denúncia do órgão, o clube também infringiu a Lei Pelé, que proíbe a terceirização da formação desportiva e cobrar por treinamentos profissionalizantes. Segundo a denúncia, os garotos reprovados nos testes seletivos eram cobrados em R$ 1,5 mil para fazer uma "clínica" de um mês e tentar ingressar novamente nas categorias de base. 
ação civil do Ministério Público do Trabalho ajuizada no dia 23 de janeiro ainda deve ser apreciada por um juiz do MPT-PR. A procuradora do Trabalho, Cristiane Sbalqueiro Lopes, lembrou que o Atlético-PR já havia firmado um termo de compromisso anterior para corrigir as irregularidades, que foi cumprido. No entanto, em nova fiscalização, os problemas apareceram novamente.
- Nós fizemos um termo de compromisso, para que Atlético-PR tivesse atenção especial com escolinhas e alojamentos dos jovens. O termo valia por um ano, e o Atlético-PR tomou as ações necessárias. Depois desse prazo, porém, nós fizemos nova fiscalização e  descobrimos que o Atlético-PR voltou a cometer irregularidades - explicou.
Na ação atual, apenas o Atlético-PR é denunciado. Mas o Andraus, que é o dono dos alojamentos, já tinha sido denunciado no ano passado. Na ocasião, o clube de Campo Largo prometeu adequar os alojamentos, não dar treinamento para menores de 14 anos e não cobrar pelos treinamentos.
A ação civil pública contra o Rubro-Negro cobra multa de dano moral coletivo no valor de R$ 500 mil. O objetivo, segundo a procuradora, é que o Atlético-PR regularize a situação dos jovens que ficam no clube Andraus. 
- O Ministério Público do Trabalho está em cima dos clubes da capital desde 2008 para que eles melhorem as condições nas categorias de base. O Atlético-PR mostrou que estava tudo bonito no CT do Caju, mas usou a estratégia de selecionar os garotos no Andraus, longe do CT. E lá a situação era precária. Nós esperamos que agora, com essa nova ação, o Atlético-PR melhore as condições dadas aos garotos, para que tanto no CT do Caju quanto fora dele, os jovens tenham alojamento em condições - concluiu Cristiane Sbalqueiro Lopes.
O Atlético-PR não atendeu pedido de entrevista do GloboEsporte.com e, horas depois publicou nota oficial, em que alega que possui convênio com o Clube Andraus para captação e talentos, pois tem como política não utilizar sua estrutura para avaliação de atletas nas categorias Sub-15 e Sub-18. Ainda de acordo com a nota, o convênio prevê que é de responsabilidade do Andraus as instalações desportivas, treinamento, alimentação e hospedagem, além de manter infraestrutura. 
Atlético-PR também diz que é referência em formação de atletas e tem o certificado de clube formador emitido pela CBF com nota “A”. 


Umidade e infiltrações foram encontradas na estrutura dos garotos (Foto: Divulgação/Ministério Público do Trabalho do Paraná)http://globoesporte.globo.com/futebol/times/atletico-pr/noticia/2014/02/mp-do-trabalho-acusa-atletico-pr-de-irregularidades-nas-categorias-de-base.html



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