terça-feira, fevereiro 04, 2014
Richa nega que Fundação Estatal seja privatização da saúde no Paraná
Richa comentou a possível criação da
Fundação Estatal da Saúde e as dívidas do governo
(Foto: Orlando Kissner/ Divulgação/ ANPr)
Governado falou sobre os protestos na primeira sessão da Assembleia.
Ele comentou ainda o pagamento de credores; dívida beira R$ 1 bilhão.
O governador do Paraná Beto Richa (PSDB) negou na segunda-feira (3) que o projeto de lei que prevê a criação da Fundação Estatal de Atenção em Saúde do Paraná (Funeas-Paraná) represente a privatização do setor no estado. Segundo ele, o modelo já é adotado nos governos federal e municipal e “é um sucesso”. As declarações foram dadas após a posse do presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), desembargador Edson Luiz Vidal Pinto, e do corregedor desembargador Jucimar Novochadlo.
A proposta da criação da Funeas é do Poder Executivo e tramita na Assembleia Legislativa desde 2013. A ideia é que fundação preste serviços de gerenciamento à Secretaria Estadual de Saúde. O projeto de lei deveria ter sido votado em dezembro, mas, após pressão dos servidores da área da Saúde, o governo recuou e adiou a discussão para fevereiro deste ano. Agora, com o retorno das atividades parlamentares, o projeto voltou a ser o alvo de protestos. O vice-governador Flávio Arns (PSDB) e o presidente do legislativo estadual, deputado Valdir Rossoni (PSDB) foram interrompidos por diversas vezes pelos manifestantes que acompanharam a primeira sessão do ano.
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“Eu acredito que é uma livre manifestação, embora, com um cunho de corporativismo. A obrigação do gestor público é cuidar do interesse público, cuidar do bem estar dos paranaenses. E essa proposta da Fundação de Saúde já existe no governo federal, já existe aqui na prefeitura de Curitiba, que tive a oportunidade de dirigir, e é com absoluto sucesso que acontece”, argumentou o governador.
Segundo Richa, não existe o enfoque de privatização. “Longe disso. A proposta já aprovada na Assembleia Legislativa de uma organização social tem menos controle do estado do que esta fundação que estamos propondo para termos mais agilidade nas ações na área de saúde”.
Dívidas e crise financeira
Beto Richa também comentou a situação financeira do estado. Os problemas são conhecidos e chegaram a interferiram na manutenção da estrutura do governo. Os casos vão desde carros da polícia parados por falta de dinheiro para pagar os serviços mecânicos à suspensão de obras. Construtoras, que venceram licitações para obras em todo o estado, pararam os trabalhos por falta de pagamento. Richa garantiu que os credores foram chamados e que existe um cronograma de pagamentos. O governador não informou com exatidão o valor da dívida do governo, contudo, disse que é em torno de R$ 1 bilhão.
Estamos equalizando dia a dia essa situação, negociando com credores. Eu nunca fui hipócrita e não sei ser dissimulado e deixar de reconhecer algumas dificuldades que temos"
Beto Richa, governador do Paraná
“Eu não posso precisar. Estamos equalizando dia a dia essa situação, negociando com credores. Eu nunca fui hipócrita e não sei ser dissimulado e deixar de reconhecer algumas dificuldades que temos”.
Richa voltou a mencionar que as medidas adotadas pelo governo federal atingiram a contabilidade do estado e que a não liberação de empréstimos acentuou os problemas financeiros. “Eu cito o exemplo do fim da Cide [Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico], a conta de energia que tirou meio bilhão de Reais por ano, a redução do Fundo de Participação dos Estados e também dos municípios, agravando a situação das cidades brasileiras. O nosso governo é o primeiro da história a ter 2% das nossas receitas comprometidos com o pagamento de precatórios – outros R$ 500 milhões por ano. E não temos a liberação dos nosso empréstimos”, exemplificou o governador.
“Mas, enfim, está tudo sendo equalizado. O importante é que essas dificuldades são porque trabalhamos. Foi porque trabalhamos para melhorar a vida dos paranaenses. Temos obras hoje em todos os municípios do estado, sem distinção de partidos”, acrescentou.
O governador se apegou, inclusive, a gastos do governo que são conhecidos e inevitáveis. “Tivemos dificuldade em relação ao final de ano, tivemos que pagar duas folhas de servidores. Eu me refiro ao 13º salário, quase R$ 2 bilhões em duas folhas, e a troca de comando da Secretaria da Fazenda, onde alguns ajustes foram feitos para esta nova realidade”.
http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2014/02/richa-nega-que-fundacao-estatal-seja-privatizacao-da-saude-no-parana.html
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