Uma audiência pública realizada nesta quinta-feira (14), na Câmara Municipal de Curitiba, expôs um problema que vem crescendo na cidade e nos municípios da Região Metropolitana (RMC): a onda de crimes contra os bancos e a falta de fiscalização para saber se os mesmos cumprem algumas leis.
Dados levantados pelo Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região Metropolitana (Sindivigilantes) mostram que ataques desta natureza cresceram no primeiro trimestre deste ano em comparação com 2010. Nos três primeiros meses do ano passado, foram oito arrombamentos e, em 2011, foram 10 assaltos à mão armada e dois arrombamentos na capital e na RMC.
O presidente do Sindivigilantes, João Soares, conta que, em parceria com o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana, tem um projeto que deve levar mais segurança tanto para a sociedade quanto para quem trabalha no segmento bancário. “Viemos propor algumas mudanças nas leis que já existem, como porta com detector de metais no autoatendimento, câmeras do lado de fora para evitar o que a gente chama de 'saidinha’, colete à prova de balas para todos os seguranças, entre outras medidas. Acredito que isto e as câmeras externas, que passariam imagens em tempo real para a polícia, devem coibir bastante o ataque de bandidos”, avalia.
O presidente do sindicato dos bancários, Otávio Dias, afirma que o projeto precisa ser aprovado com urgência. “Com estas medidas, o crime contra os bancos iria reduzir bastante. O índice de ataques está muito alto. Temos um número alarmante de colegas que estão afastados do trabalho por terem passado por alguma situação deste gênero. Os bancos não podem encarar estas medidas como gastos, mas sim como um investimento para a garantia da segurança de clientes e funcionários”, argumenta.
Ele diz ainda que é preciso que o poder executivo fiscalize e puna com rigor os bancos que não estão cumprindo com algumas determinações. “Algumas leis pegaram, como a de instalações de biombos. Outras, como a do uso do celular, não deram certo. Porém, é necessário que todas elas funcionem. Nós, em parceria com o Sindiviglantes, nos comprometemos a auxiliar esta fiscalização para que a lei seja respeitada”, garante.
O autor do projeto de Lei proposto pelos dois sindicatos, vereador Pedro Paulo (PT), avalia de forma positiva a audiência desta tarde. “Foi um bom debate, ainda mais porque a iniciativa de trazer mais segurança aos bancos partiu deles. Passamos por um momento difícil com todos estes crimes acontecendo. Faltam investimentos para melhorar a nossa polícia. Este projeto não vai impedir o crime de acontecer, mas acredito que irá diminuir e vai facilitar o processo de investigação policial”, opina.
Paulo ressalta ainda a necessidade de que a fiscalização seja efetiva. “A própria Câmara vai à rua ajudar na fiscalização se for necessário. O que não pode é que a lei, que existe para melhorar a segurança de todos, não esteja sendo cumprida como deveria. Se a sociedade se mobilizar mais, estou certo que iremos reverter este quadro”, encerra.
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