Os moradores da Vila São Miguel, no Bolsão Sabará, contam, desde a última sexta-feira, com a segunda maior praça de Curitiba. Num local conhecido pela violência e miséria, ter um espaço com cancha, pista de skate e parquinho virou motivo de comemoração para os moradores. O local, batizado de Praça da Bela Vista do Passaúna, tem 31 mil metros quadrados e só perde para a “praça dos poderes” curitibana – a Praça Nossa Senhora de Salette, no Centro Cívico, vizinha do Palácio Iguaçu e do prédio da prefeitura, com 52 mil metros quadrados.
Construir a praça foi a solução encontrada para impedir novas invasões do terreno, já que em 2009 o poder público conseguiu finalmente transferir para uma vila próxima as 349 famílias que moravam irregularmente no local desde o início dos anos 1980. Além da infraestrutura precária, o terreno era inadequado para habitação por pertencer à Área de Preservação Ambiental do Passaúna, na área de um manancial que abastece parte da capital e da região metropolitana de Curitiba e que corria risco de contaminação.
Dois anos após o processo de realocação, a obra chama atenção por ser uma iniciativa sustentável e frear novas ocupações. Parte dos investimentos, que somaram R$ 9,1 milhões (praça, casas e infraestrutura) foi bancada pelo Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Rio da Prata, que custeia projetos que promovem o desenvolvimento social e econômico dos países que formam a Bacia do Rio Prata (Brasil, Paraguai, Argentina, Bolívia e Uruguai).
“Foi bom terem construído a praça. Antes havia a invasão e muita violência, principalmente por causa das gangues. Depois, tinha muita sujeira e um pessoal estranho começou a andar por aqui enquanto construíam. Agora ficou bacana”, conta o estudante Lucas Camargo Dias, 17 anos. “Depois da escola e nos fins de semana, isso aqui lota”, diz.
A estudante Yaqueline Tresse, 14 anos, conta que a praça é uma opção de lazer para a noite e os fins de semana. “Com ela arrumada e bonita, o pessoal visita e assim fica mais seguro andar à noite, ainda mais com esse calor”, conta ela, que visita o local quase todos os dias com a irmã, Elizandra, e a sobrinha Jenifer. A próxima melhoria esperada pela comunidade é a implantação de equipamentos de ginástica ao ar livre.
De acordo com a assessoria de comunicação da Companhia de Habitação de Curitiba (Cohab), os equipamentos seriam montados em outro espaço, próximo à área de reassentamento, por estarem mais próximos dos moradores realocados, mas o local pode mudar caso a comunidade faça a solicitação.
"Fonte" Gazeta do Povo
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