Como o cemitério fica numa região erma e rural, com casas ao longe, ninguém ouviu a bagunça dos arruaceiros, que não foi pouca. Pela destruição e pelas garrafas de bebidas alcóolicas que ficaram no cemitério, percebe-se que os marginais deveriam estar fora de si, muito bêbados e drogados, para fazer o que fizeram. Cruzes arrancadas, concretos e tijolos que lacram as sepulturas esfarelados no chão, vidros quebrados e adornos arrancados e espalhados por tudo. A cena era de completa destruição.
Orlando Perissutti é administrador do cemitério há 15 anos e disse que é a terceira vez que isto acontece. O primeiro caso foi há dois anos, quando uma sepultura foi aberta e uma cabeça levada. "Acho que foi coisa de macumbeiro", comentou Orlando. O segundo crime foi na última véspera de Natal, mas o administrador acredita que foi coisa de arruaceiros, pois o cemitério ficou revirado e uma cabeça jogada na rua. Desta vez, a "vítima" da ação dos bandalheiros foi Roque Barchiki, enterrado há dois anos. "A família dele era tradicional da Vila Prado. Mas agora estão morando no Santa Cândida. Já mandei avisá-los", explicou Orlando.
Os policiais militares que atenderam a ocorrência explicaram que o procedimento, neste caso, era o de comunicar a família e entregar o caixão a eles. O Instituto de Criminalística e o Instituto Médico-Legal não foram chamados. A Polícia Civil local também não foi acionada e só deverá registrar o caso de vandalismo e vilipêndio (desrespeito e/ou violação de cadáver) a pedido da família ou da administração do cemitério.
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