A rede de farmácias Nissei inaugurou três lojas neste ano, em Pinhais, Colombo e Araucária, e prepara-se para abrir mais duas – em Almirante Tamandaré e mais uma em Araucária – até o fim do ano. “As vendas nos demais municípios da Região Metropolitana de Curitiba crescem em média 41% mais do que em Curitiba”, diz Patricia Maeoka, conselheira executiva do grupo, que tem na RMC 26 das suas 207 lojas.
Comportamento
Mudança de perfil altera a rotina das famílias
O matemático Ednelson Queiroz Sobral, de 38 anos, e a família mudaram a rotina nos últimos três anos. Compras que eram feitas em Curitiba passaram a ser realizadas em Fazenda Rio Grande, onde moram. Uma das filhas, que tinha que se deslocar todos os dias para frequentar a escola na capital, passou a estudar no município. “Ganhamos em qualidade de vida. Antes era uma hora para ir e outra para voltar todos os dias”, lembra Sobral, que mora na RMC desde 1987. Ele, que é secretário da educação da cidade, conta que até então até o carro era emplacado em Curitiba. “Cortava cabelo, engraxava sapato em Curitiba. Hoje fazemos praticamente tudo aqui”, diz ele, que contabiliza as redes de varejo que vieram para a cidade nos últimos tempos – Casas Bahia, Ponto Frio e Magazine Luiza. “Agora a Coppel está em fase de contratação para a loja que abrirá na cidade. E as Lojas Americanas devem vir junto”, afirma. Para ele, esse movimento do varejo está sendo puxado pela chegada de novas indústrias, como a Sumitomo, fabricante de pneus que vai se instalar no município. “Ela deve contratar 3 mil pessoas e se tornar a maior empregadora de Fazenda Rio Grande, posição hoje ocupada pela prefeitura”, diz.
A auxiliar administrativa Thalita Helena Bortotti de Figueiredo, de 35 anos, mora com o marido e dois filhos em Almirante Tamandaré e diz que a vida ficou mais fácil com a chegada de redes de varejo. “Hoje só a minha sogra reclama um pouco, porque não tem uma loja de tecidos aqui”, brinca. “Melhorou porque hoje há escolas particulares, lojas de eletrodomésticos. Mas vamos para Curitiba quando queremos passear. Aqui não tem shopping, só uma galeria de lojas”, afirma. (CR)
Em Curitiba, o mercado de farmácias assistiu, nos últimos anos, à chegada de grandes grupos de fora, como a paulista Droga Raia e a gaúcha Panvel, o que ajudou a aumentar a disputa pelo cliente. “O mercado de Curitiba está consolidado, as lojas estão maduras. Nesses municípios, por outro lado, ainda prevalecem as farmácias independentes, a maioria de controle familiar”, diz Patricia.
“A Região Metropolitana de Curitiba vem recebendo novos investimentos industriais e é natural que essas cidades passem a atrair novos serviços. Aos poucos elas tendem a deixar de ser apenas cidades-dormitório”, afirma José Ivair Motta Filho, superintendente administrativo do grupo de colégios Acesso. No ano passado, o Acesso comprou um colégio em Almirante Tamandaré e esse ano inaugurou um em Fazenda Rio Grande. Os investimentos chegam a R$ 1,8 milhão. “Para 2013 estamos prospectando novas sedes. A ideia é ter até três novas unidades nos municípios da região”, afirma. Com oito colégios e 4,7 mil alunos, o grupo pretende crescer entre 10% e 15% ao ano.
A rede de supermercados Condor acaba de inaugurar, com com investimento de R$ 30 milhões, um novo supermercado em Pinhais, cidade que também já recebeu investimentos de redes como Havan, McDonald´s, Walmart e Balaroti. A rede mexicana de lojas Coppel, que tem sete lojas no Paraná – três delas na Região Metropolitana de Curitiba – inaugura em breve uma loja em Fazenda Rio Grande.
O crescimento do mercado imobiliário, puxado principalmente pelos empreendimentos do programa de habitação popular Minha Casa, Minha Vida também vem estimulando os investimentos. Redes de lojas de material de construção, como Balaroti, estão reformando e ampliando unidades. “Tínhamos uma loja de mil metros quadrados em São José dos Pinhais e a transformamos em uma área de 5 mil metros quadrados em janeiro desse ano. Fizemos o mesmo com a de Pinhais e reformaremos também a loja do Atuba para atender a demanda de Colombo”, lembra Eduardo Balarotti, diretor de marketing. Segundo ele, o investimento, em cada loja, varia de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões.
“A diferença é que, com o desenvolvimento das cidades, a renda aumenta e a demanda vai se sofisticando, com uma procura maior por produtos de decoração, de acabamento e material elétrico. Por isso ampliamos nossas lojas, apesar da concorrência com as pequenas lojas”, diz.
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