Segundo a prefeitura, com exceção do Jardim Botânico, que só permite caminhada e corrida, todos os outros 20 parques da cidade liberam o uso das pistas também para ciclistas, patinadores e skatistas.
Em algumas áreas, existem placas indicando que não é permitido usar skate ou patins, porque a pista fica estreita e o compartilhamento coloca em risco os pedestres. Já nos fins de semana, quando o movimento dos parques se intensifica, os guardas ficam responsáveis por orientar os frequentadores e, nesses casos, o que regulamenta o uso é o bom senso. “Não proibimos a utilização de uma ou outra modalidade, apenas indicamos o melhor uso”, explica o superintendente da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Sérgio Tocchio.
Quando há restrições, normalmente são permitidas apenas caminhadas e corridas, deixando em desvantagem quem pratica outros esportes. Para urbanistas, a maneira mais adequada de evitar conflitos seria delimitar as áreas de uso, buscando não privilegiar uma atividade em detrimento da outra.
“O uso dos espaços públicos sempre traz conflitos porque, além das diferentes atividades realizadas, os grupos são distintos. São pessoas de idades diferentes, com objetivos variados, que precisam conviver no mesmo espaço, por isso o ideal é setorizar as atividades, inclusive por faixa etária”, afirma a urbanista Maria Cecília Lucchese, assessora de Planejamento Urbano da prefeitura de São Bernardo do Campo. Ela lembra que o uso dos skates aumentou muito nos últimos seis anos e que os skatistas precisam de um espaço para andar com segurança sem machucar os outros.
Para o arquiteto e urbanista Roberto Righi, professor da Universidade Mackenzie, o ideal é setorizar os ambientes, medida que deveria estar prevista no projeto inicial de um parque. “Falta este tipo de trabalho técnico no Brasil”, diz.
Alternativas
Apesar de os parques em Curitiba terem uso compartilhado, no Barigui a prefeitura conseguiu organizar melhor as atividades com a construção de mais pistas. Agora são três: uma para caminhada, outra para corrida e uma terceira para rolamentos. Mesmo assim, a prefeitura lembra que esta separação é apenas uma recomendação.
Dificuldades
O órgão informa ainda que consegue planejar o uso de espaços públicos quando os grupos que representam cada modalidade esportiva se organizam e entram em contato com as autoridades. Outra dificuldade enfrentada pelo município é que a cada dia surgem novas práticas esportivas, como é o caso da segway (meio de transporte elétrico sobre duas rodas), cujos praticantes já buscaram autorização para frequentar os parques de Curitiba.
Praticantes têm 27 opções de pistas na cidade
Em reunião ontem com a prefeitura, a Federação de Skate do Paraná reivindicou o direito de o skate ser incluído em mais áreas de lazer de Curitiba. “Existem muitos skatistas campeões que saem do Paraná”, justificou o presidente da federação, Adauton Elias Pereira.
Após a conversa ficou acertado que no Parque Cambuí, no bairro Fazendinha, será feita uma pista nos moldes sugeridos pelos skatistas. Hoje Curitiba tem 27 pistas para a prática exclusiva de skate, mas Pereira disse que elas não são ideais para a atividade. “Temos pistas, mas muitas estão abandonadas e outras são caras, mas inadequadas.” A prefeitura informou que sempre teve dificuldades em construir pistas de skates nos padrões solicitados pelos skatistas de Curitiba, porque não havia um grupo organizado como agora.
Manifestação
Na internet, em sites de relacionamento, alguns skatistas prometem fazer uma manifestação no próximo domingo, no Bacacheri, para protestar contra os guardas municipais por causa do modo como um skatista foi detido. A Federação de Skate do Paraná se posicionou contrária à mobilização e disse que a 50 metros do parque, em uma pista de skate, organizará um dia de música e prática de “skate pacificadora”.
"Fonte" Gazeta do Povo
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