Amazônia e Mata Atlântica são locais de origem da maior ave das Américas.
Reportagem especial comemora os 32 anos de exibição do Globo Rural.
A mata de cambará no município de Barão de Melgaço, no Mato Grosso, está toda amarelada. Esse talvez seja o maior canteiro de mel do Brasil. Além da fauna pantaneira, o cambará em flor abriga um filhote de harpia, visitante ilustre que nasceu quase junto com as flores.
O animal parece indefeso. Aos três meses de vida, quando tem a pelugem branca e o equilíbrio precário, o filhote recebe comida no bico e proteção com as asas da mãe. A ave também já gira a cabeça completamente sem mover o corpo, num movimento semelhante ao realizado pelas corujas. Quando atinge os seis meses, o corpo da ave fica bem configurado e as penas atingem um tamanho parecido ao de um animal adulto, aparecendo o penacho.
A saída do adulto para caçar dá oportunidade de ataque ao carcará, maior comedor de filhotes de aves do Pantanal. Ainda que seja dos pequenos, o gavião pousa no galho e busca um lugar para dar o bote. Mas quando percebe com quem está mexendo, como bom malandro bate logo em retirada.
O documentarista Haroldo Palo conseguiu registrar uma sequência de fotos que retrata a fêmea carregando a presa na garra e pousando em um galho antes de levar a carne para o filhote. Chega ao ninho um macaco sem cabeça e sem outras partes, comidas pelo adulto após a caçada. O filhote come a pele o osso da carne. No final da refeição, resta apenas o esqueleto.
A Amazônia e a Mata Atlântica são os locais de origem da harpia, mas os pais do filhote resolveram fazer o ninho na reserva do Sesc, entre os rios Cuiabá e São Lourenço. João Batista Taques descobriu o ninho.
Mas em qual medida a presença das harpias pode afetar a fauna com asas do Pantanal? O professor Dalci De Oliveira acha que é só um assunto de aristocracia. “Muda a questão da família real, uma vez que já temos o rei, que é o tuiuiú, e agora chegou a rainha, que é a harpia”, responde.
"FONTE" G1 NATUREZA
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