O programa de Hortas Comunitárias, oferecido pela Prefeitura de Curitiba, é sucesso para o abastecimento dos bairros da cidade. Além de tornar mais saudável a mesa de milhares de famílias, resgata a cultura de agricultores que vieram do interior e encontram na capital um espaço para cultivar os seus produtos. Hoje, são 250 hectares, distribuídos em 1300 hortas.
Para ter o apoio da Secretaria Municipal do Abastecimento, basta organizar um grupo de pessoas, fazer o cadastro das famílias e entrar em contato com o setor de Agricultura Urbana. A partir daí, a Prefeitura oferece o suporte de técnicos agrícolas e agrônomos para treinamentos de cultivo e manutenção de hortas, assistência técnica e fornecimento de insumos, - como mudas, sementes e adubo.
As hortas são feitas em áreas de vazios urbanos, terrenos baldios, quintais, escolas, entidades beneficentes e terrenos sob linhas de transmissão de energia de alta tensão; como é o caso da Horta Comunitária das Moradias Paraná, no Tatuquara. Lá, há cerca de 6 anos, amigos e vizinhos viam diariamente um terreno ocupado por torres de transmissão da Eletrosul, se tornar depósito de lixo e reduto para usuários de drogas. Os moradores se uniram, entraram em contato com a Secretaria do Abastecimento, e conseguiram a autorização junto à Prefeitura e a empresa de energia para a utilização do terreno.
Famílias – Hoje são 400 famílias beneficiadas no bairro. Cada uma ganha um pedaço de terra e tem a obrigação de cuidar do seu cultivo. “Família que não cuida do seu terreno perde o direito ao espaço. Temos fila de espera com mais de 20 famílias querendo seu cantinho para plantar, não dá pra descuidar”, afirma a coordenadora da horta e presidente da Associação de Moradores Moradias Paraná, Eudenice do Santos Silva (46).
A dona de casa Eudenice, é prova da ajuda terapêutica que a horta oferece aos participantes. Ela conta que sofria de depressão antes de ter sua área de cultivo, - “eu sofria até começar a cuidar da horta, tomava remédios para me tratar. Sou da roça, vim de Cascavel e sentia falta da terra. Hoje, coordeno as famílias e vejo muitas pessoas melhorarem de vida graças à plantação.”
Pedro Lúcio dos Santos (57), que veio para Curitiba em 1976 e se tornou metalúrgico, diz que nunca imaginou “que teria um pedaço de terra na capital. Eu via Curitiba na televisão e achava que era tudo concreto. Graças à horta posso voltar às minhas origens e me sinto realizado”.
Seu Pedro, como é conhecido, adquiriu seu espaço há quase um ano e é notório seu esforço: sua área é das mais bonitas, repleta de alface, abobrinha, beterraba e couve-flor. “Quando sobram produtos eu distribuo para amigos e vizinhos ou dou para meu sobrinho vender e ajudar no sustento da família dele”, conta. “É bom chegar em casa e ver que minha mulher preparou os vários produtos que eu mesmo cultivei. A mesa fica colorida”, completa.
Benedito Marcondes (48), que mora com a mãe a irmã nas Moradias Paraná, afirma que graças à horta, sua família pode ter uma alimentação mais saudável. “Se não fosse a minha área de plantio seria difícil ter verduras todos os dias na mesa. Tem produtos que são caros e ficam difíceis de comprarmos. O almoço e a janta de casa, hoje, são repletos de alimentos que só fazem bem para a saúde.”
"FONTE" http://www.curitiba.pr.gov.br/
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