O Governo do Estado, por meio da Defesa Civil e da Minerais do Paraná (Mineropar), concluiu um levantamento das áreas que apresentam risco de deslizamentos e enchentes nos sete municípios do Litoral. Foram identificados 84 pontos vulneráveis e 65,5 mil pessoas residindo em áreas de risco na região. As vistorias terminaram na terça-feira (10/01), com uma inspeção em Guaratuba.
O mapeamento foi elaborado analisando três situações: os deslizamentos de encostas, os alagamentos provocados pela dificuldade de escoar a água e as inundações causadas pela elevação do nível de rios. O documento também aponta as áreas com maior probabilidade de sofrer desocupação caso ocorra algum desastre natural.
O chefe da Coordenação da Defesa Civil, major Antonio Hiller, explica que os órgãos governamentais vistoriaram todos os municípios e localidades de risco da região litorânea. “Fizemos uma ficha com as informações de cada área, com tamanho, nível de risco e população residente. O resultado dessa pesquisa é um plano que irá nos auxiliar nas próximas ações”, disse ele.
Hiller destacou que o levantamento não é estático e sempre será atualizado. “Queremos um documento que nos ajude nas ações de prevenção e melhorar a relação entre as entidades governamentais”, afirmou. Ele lembrou do trabalho rápido realizado pela Defesa Civil ano passado no Litoral e afirmou que a falta de um mapeamento impediu que a ajuda fosse enviada com mais agilidade.
TIPOS DE DESASTRES - O levantamento mostra os tipos de desastres que são mais comuns por área. Os alagamentos representam o risco em 64 áreas, as enxurradas em três e os deslizamentos em 15 localidades. O documento informa ainda o tipo de ocupação em cada uma das áreas, são 12 em habitação precária, 55 locais com infraestrutura, oito sem ocupação e 22 são localidades sem infraestrutura.
O município de Guaratuba registrou a maioria dos pontos suscetíveis a desastres, com 23 áreas de risco no mapeamento. Em seguida vêm os municípios de Guaraqueçaba (17), Paranaguá (16), Matinhos (10), Antonina (10), Morretes (5) e Pontal do Paraná (3).
PLANO PREVENTIVO - A inspeção dos pontos vulneráveis foi realizada para completar o Plano Preventivo para Controle de Desastres, que foi elaborado pelo Estado para preparar os organismos estaduais num eventual desastre ambiental. A pesquisa desse plano foi iniciada em junho, após as fortes chuvas que atingiram o Litoral e que deixou dezenas de desabrigados.
O geólogo Oscar Salazar Junior, da Mineropar, explicou que as vistorias para a elaboração do plano levou em consideração áreas que podem interferir na infraestrutura e ou na segurança pública. “Temos diversas regiões que podem ter deslizamentos, mas mapeamos as que podem atingir a integridade física da população”, disse ele. O geólogo que acompanhou toda a elaboração do documento afirma ainda que cada região tem uma particularidade de solo, de relevo e características das encostas e rochas.
MONITORAMENTO – Para formular o plano, o governo estadual dividiu o tema em três etapas de estudo: caracterização do cenário; o monitoramento dos efeitos climáticos junto ao Simepar; criação de um grupo de atenção para coordenar a sistemática operacional.
O chefe do setor operacional da Defesa Civil e um dos coordenadores do plano, Romero Nunes da Silva Filho, explica que foram instalados em algumas regiões sirenes para o alerta de desastres. “Toda vez que o Simepar alertar para grande quantidade de chuva, nós saberemos quais áreas deverão ter interferência e quais ações serão tomadas”, disse ele. “Sabemos quais alertas repassar aos municípios. Para ações rápidas e seguras”, conclui.
SISTEMATICA OPERACIONAL – Na terceira parte do plano, consta um cadastro das pessoas a serem acionadas em cada órgão do governo para dar andamento às ações. Todo o trabalho deve ser planejado em conjunto com a Defesa Civil, Sanepar, Secretaria da Saúde, Copel, Corpo de Bombeiros, entre outras entidades e secretarias de Estado. A intenção é oferecer um documento que aperfeiçoe a logística de atendimento à população atingida.
Romero explica que, caso ocorra um desastre natural, esse cadastro irá informar quem tem condições de ajudar com o envio de veículos, donativos, água potável, caminhões, macas, entre outros equipamentos. “Temos tudo detalhado. O plano irá articular todos para um atendimento mais ágil”, afirma.
Guaratuba – Técnicos do governo estadual e municipal realizaram nesta terça-feira (10/01) uma vistoria técnica no município de Guaratuba para avaliar as condições de solo de um morro.
A área é considerada vulnerável por estar localizada ao lado do embarque do Ferry Boat. “Esse é um ponto pequeno que representa bastante risco. Se ocorrer deslizamento a infraestrutura local será muito afetada”, disse Romero Silva, da Defesa Civil. Ele explica foram coletadas amostras do solo e a localidade catalogada por um sistema de geoprocessamento.
"FONTE" AEN
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