O mau tempo e a falta de operários e de materiais de construção são as justitificativas da prefeitura para o atraso na entrega do Anel Viário, obra que deve desafogar o trânsito no Centro de Curitiba. O prazo inicial, que era agosto de 2011 – oito meses após o início do trabalho –, foi protelado para março deste ano, o que tem gerado queixas dos moradores.
“O problema enfrentado pela construção civil também afeta as obras públicas. Tivemos dificuldade para encontrar materiais e pessoas para trabalhar e por isso acabou atrasando”, explica o engenheiro civil e coordenador da execução do Anel Viário, Mário Márcio Archegas Ferreira.
Situação
Troca de asfalto afeta trânsito em diversas ruas
Além de causar transtornos a moradores de áreas próximas, as obras do Anel Viário também têm atrapalhado os motoristas que precisam utilizar as vias para se deslocar.
No Lote Oeste, no Batel, está sendo feito o recapeamento do asfalto. Na segunda-feira passada, a esquina das ruas Desembargador Motta e Saldanha Marinho tinha trabalhadores na pista, retirando uma capa de asfalto antiga, para que a nova pudesse ser colocada.
Duas das faixas da Rua Desembargador Motta estavam fechadas na tarde de ontem entre a Avenida Vicente Machado e a Alameda Dom Pedro II para obras de recapeamento. Todas as obras do Anel Viário devem ficar prontas até o fim de março, segundo os responsáveis pela obra.
No Lote Oeste, no Batel, a reclamação é grande. Na Rua Desembargador Motta, próximo à Rua Comendador Araújo, moradores de um prédio colocaram uma faixa cobrando providências da prefeitura por causa da má condição das calçadas, abertas desde setembro. Segundo a administradora de empresas Larissa Peireira Dias, 37 anos, que é síndica do edifício, a demora para a colocação dos blocos de concreto mostra descaso da prefeitura. “Nós imaginávamos que teria uma sequência lógica, com começo, meio e fim, mas está assim há mais de quatro meses”, explica.
Larissa entrou em contato com a prefeitura, mas não foi informada de prazos para a adequação de sua rua. “A sujeira é um problema. Quando chove vira lama, quando seca vira pó, que alcança os apartamentos. Já vimos inclusive pessoas se machucando aqui”, diz.
Segundo os engenheiros, a obra está sendo feita continuamente, mas a pavimentação das calçadas depende da instalação de cabos subterrâneos. “Serão instalados painéis informativos e semáforos conectados. Mas para isso dependemos de algumas coisas, como a conexão de fibra ótica, que depende de uma vistoria no local”, diz Ferreira.
Prazos
Segundo o engenheiro civil, o Lote Oeste e o Lote Norte são os dois mais adiantados. “Esperamos que em 30 dias esses lotes já estejam prontos”, afirma Ferreira. O Lote Teffé está praticamente pronto, só à espera de alguns detalhes solicitados por moradores. Já o Lote Sul, no Rebouças, foi licitado depois de vencido o primeiro prazo, entretanto, ele está em bom ritmo.
O mau tempo na cidade também contribuiu para os atrasos. As chuvas dos últimos quatro dias e a previsão do tempo nada favorável assustam, mas Ferreira afirma que as obras estão em dia. “O Lote Leste, próximo ao Estádio Couto Pereira, é que o está mais atrasado, mas já estamos recuperando e correndo um pouco mais para estar pronto no fim de março”, diz. A expectativa é que as obras estejam prontas para o aniversário de 319 anos da capital, no dia 29 daquele mês.
Outras intervenções
Não são apenas as obras do Anel Viário que têm gerado reclamações de moradores. A revitalização da Avenida Fredolin Wolf, que atravessa o Pilarzinho e Santa Felicidade, começou em 2010 e até agora não chegou ao fim. Ainda faltam 35% das obras para finalizar a intervenção. O trecho de pavimentação é pequeno, mas ainda faltam as calçadas e a iluminação.
Segundo a prefeitura, a empresa licitada para realizar a obra, o consórcio Gaissler – Dos Arroyos, não está seguindo o cronograma combinado e deve ser notificada pela Procuradoria do município.
Na Avenida Marechal Floriano, o recapeamento da primeira etapa, entre a Linha Verde e o Terminal do Carmo, de responsabilidade do município, está quase pronto e falta apenas a ciclofaixa. A próxima obra, que chegará até a divisa de São José dos Pinhais, fará parte do Programa de Aceleração do Crescimento da Copa de 2014. As propostas de preço para a revitalização foram abertas ontem.
Fonte: Gazeta do povo 19/01/2012
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