Quase todos os dias, o cadeirante Maikol Rodrigo Brek, morador de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, enfrenta o mesmo problema. Pela manhã, às 6h, ele fica à espera de ônibus para trabalhar na capital e encontra dificuldades para achar uma linha que tenha elevador de acesso para cadeirantes. Esse problema, somado à demora dos ônibus, segundo Brek, faz com que ele chegue muitas vezes atrasado na empresa onde trabalha. “Os ônibus equipados com elevador para cadeirante demoram de 30 a 40 minutos para passar”, denuncia Brek.
Para chegar ao seu trabalho, Brek tem a opção de pegar ou o Conjunto Atuba ou a linha Vila Palmital. Ele desce no Centro de Curitiba e pega outro ônibus para chegar a seu serviço. Brek entrega panfletos em um supermercado, como terceirizado, e afirma que mesmo pegando ônibus às 6 horas chega atrasado. Seu horário de entrada é 8h. “À medida do possível converso com meu chefe e explico os atrasos. Eles entendem, mas eu não gosto de chegar atrasado. Estou lutando pela minha cidadania”, afirma Brek.
A responsabilidade da programação dos horários das linhas de ônibus Vila Palmital e Conjunto Atuba é da Urbanização de Curitiba (Urbs). Os horários do ônibus Conjunto Atuba saindo do bairro Conjunto Atuba e em dias úteis, antes das 8h, são 5h20, 5h40, 6h35, 6h55 e 7h50. Já os horários do Vila Palmital em dias úteis, antes da 8h, saindo do bairro Palmital, são 6h17 e 7h46. Tanto uma linha como a outra possuem mais horários de coletivo com elevador após esses horários.
A Urbs informa que está reforçando o monitoramento dos horários das linhas Vila Palmital e Conjunto Atuba para verificar o que está ocorrendo, com o objetivo de melhorar as condições para os usuários. Segundo a Urbs, 79% dos ônibus de transporte coletivo da região de Pinhais já têm acessibilidade.
Ação
Brek disse que deve entrar, esta semana, com uma ação no Ministério Público contra a empresa que faz as linhas do Conjunto Atuba e Vila Palmital. Leonardo Zem, assessor da diretoria da empresa de transporte coletivo Expresso Azul, que faz essas linhas, lembrou que os horários dos ônibus têm programação pré-estabelecida pela Urbs.
“Como são pessoas com necessidades especiais, o mais importante é resolver o problema”, afirma Zem. Segundo ele, a empresa possui alguns ônibus sem elevador para cadeirante porque “a vida útil dos ônibus ainda não venceu”. Ele informa que ainda este ano, a empresa vai incorporar dez a 12 ônibus com elevador e retirar de circulação este mesmo número de ônibus que não tem acessibilidade.
Zem não soube informar quando termina “a vida útil” dos ônibus que compõem a frota da Expresso Azul. De acordo com ele, os ligeirinhos e os biarticulados já têm elevador para cadeirante e 60% dos alimentadores ainda não têm acessibilidade.
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