segunda-feira, março 14, 2011

Queda de barreira volta a interditar totalmente as BRs 376 e 277

A situação no litoral do Paraná permanece complicada nesta segunda-feira (14). Quedas de barreiras voltaram a interditar as BRS 277 e 376, rodovias que ligam a capital ao Litoral paranaense e catarinense. Em Antonina e Paranaguá falta água mineral desde domingo (13). Outro problema em Antonina é a falta de gasolina. A cidade de Morretes declarou estado de calamidade pública e pede ajuda. Até a noite de domingo (13), foram confirmadas duas mortes.

Doações

A prefeitura de Curitiba e o Governo do Paraná criaram campanhas para arrecadar donativos aos moradores do Litoral afetados pelas chuvas.

O que doar: Serão arrecadados cobertores, colchonetes, roupas e, principalmente, água mineral.

Onde: supermercados da Rede Big e Mercadorama, pontos de coleta do Provopar, postos do Corpo de Bombeiros e Fundação de Ação Social (Rua Eduardo Sprada, 4.520, Campo Comprido).

*Doações de colchões: barracão da Defesa Civil, Rua Sergipe, 1.712, Vila Guaíra, Curitiba.

Informações: (41) 3350-2607.

Situação de emergência x estado de calamidade pública

O chefe da seção operacional da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil no Paraná, capitão Eduardo Gomes Pinheiro, explicou a diferença entre os desastres e de que forma eles são classificados:

Desastre de nível 1 – São pequenos desastres e também podem ser considerados acidentais. Trazem impacto restrito para o município por se tratar de um evento pontual, que a própria administração local tem condições de resolver. Não caracteriza uma situação anormal.

Desastre de nível 2 – São desastres de médio porte, mas que também podem ser superados pelo município ou estado sem a necessidade de auxílio externo. Também não caracteriza uma situação anormal.

Desastre de nível 3 – São desastres de grande porte. Eventos com esta intensidade indicam que o município ou estado tem condições de resolver a situação apenas com os próprios recursos, mas necessita de complementação do governo estadual ou federal, respectivamente. Caracterizam situação de emergência (SE).

Desastre nível 4 – São chamados de desastres de muito grande porte. Indicam que a situação na qual se encontra o município o estado só será superada com o auxílio de governos e órgãos externos. Geralmente são eventos que provocam a descaracterização da organização do município ou estado. O estado de calamidade pública (ECP) representa um desastre de nível 4.

Boletim da Defesa Civil das 16h

Antonina

Residências danificadas: 40

Pessoas desalojadas: 300

Pessoas desabrigadas: 140

Óbitos: 2

Pessoas abrigadas:50

Morretes

Residências danificadas: 2.450

Pessoas desalojadas: 8.000

Pessoas desabrigadas: 680

Pessoas desaparecidas: 1

Pessoas abrigadas:60

Total de pessoas afetadas: 15.178

Paranaguá

Residências danificadas: 75

Residências destruídas: 40

Pessoas desabrigadas: 147

Pessoas desalojadas: 103

Pessoas abrigadas:80

Guaratuba

Residências danificadas: 50

Pessoas desalojadas: 50

Total de pessoas afetadas: 1.500

A terceira morte que havia sido confirmada pela Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Morretes passou a integrar o número de pessoas desaparecidas, pois não foi localizado o corpo da vítima.

Mortes em Antonina

Duas pessoas morreram soterradas depois que um deslizamento de terra provocou o desabamento de casas em Antonina nesta sexta-feira (11), segundo o comandante do Corpo de Bombeiros de Morretes e Antonina, tenente Taylor Machado.

Prefeito de Morretes pede ajuda

O prefeito de Morretes, Amilton de Paula, fez um apelo aos governos estadual e federal para que liberem recursos para a reconstrução do município. “Os prejuízos com estrutura de estradas, pontes, escolas e postos de saúde devem ser de R$ 8 milhões a R$ 10 milhões”, diz o prefeito.

Especialistas apontam semelhanças entre o Litoral do PR e a região serrana do Rio

O desastre natural ocorrido na região de Morretes e Antonina, no litoral paranaense, nos últimos dias, é semelhante à tragédia registrada em janeiro passado na região serrana do Rio de Janeiro. A formação geológica da área em que foi registrado o maior desastre natural do país, no começo do ano, tem as mesmas características da região atingida aqui no Paraná – as duas localidades fazem parte da mesma Serra do Mar

Ferrovia está interditada

Com as fortes chuvas que atingiram o litoral, os trens que fazem a ligação do Porto de Paranaguá com o restante do estado pararam de operar na sexta-feira perto do meio-dia.

Entrega dos jornais no litoral

A Gazeta do Povo avisa que não será possível a distribuição do jornal para os assinantes e para as bancas, neste domingo, em:

Morretes; Antonina; Paranaguá e outras cidades do Litoral do Paraná. Também não haverá condições de entrega para Joinville e litoral de Santa Catarina.

Saiba mais
Chuva isola o litoral do Paraná
População foi surpreendida pela água
Confira a situação nas estradas

Sete municípios sofrem com as chuvas no PR


Situação é precária em Antonina e Morretes

Em Paranaguá hospital é afetado pela falta de água

Morretes declara situação de calamidade pública

Motoristas de caminhões fazem protesto na BR-277

Governo forma Comitê de Gestão de Crise

Fornecimento de luz e água

Entrega dos jornais no litoral


Estradas

Uma queda de barreira voltou a interditar os dois sentidos da BR-376, entre Curitiba (PR) e Joinville (SC), na manhã desta segunda-feira (14). A queda ocorreu no quilômetro 672, na região de Guaratuba. A informação foi divulgada por volta das 6h45, no Twitter da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Também há pontos de interdição na BR-277, entre os quilômetros 13 e 30, de acordo com a PRF.

De acordo com a Autopista Litoral Sul, concessionária de pedágio que administra o trecho da BR-376, a orientação é para os usuários que seguem pela pista Sul da BR-376/PR desviem por Tijucas do Sul, no quilômetro 644 da rodovia, e continuem a viagem pela BR-301, na Serra Dona Francisca. Na BR-101/SC, os motoristas que seguem pela pista Norte, sentido Curitiba, devem fazer o caminho inverso, desviando por Joinville, no quilômetro 27 da rodovia.


A PRF também informou,na manhã desta segunda-feira (14), que a BR-277 estava totalmente interditada entre os quilômetros 13 e 30, por volta das 7 horas. A rodovia seria liberada parcialmente para o trânsito de veículos leves e caminhões vazios no sentido Paranaguá-Curitiba. As PRs 408 e 411, que fazem a ligação para Morretes e Antonina, seguem sem condições de tráfego para o motorista que segue rumo a BR-277.


Possíveis desvios

A recomendação da PRF e da Autopista continua sendo usar os caminhos alternativos. Os motoristas que precisam ir de Santa Catarina para o Paraná e estão na BR-101/SC podem sair da rodovia no km 113 (região de Itajaí), acessar a BR-470/SC (passando por Blumenau, Ibirama e Rio do Sul) até a cidade de São Cristóvão do Sul (SC) e pegar a BR-116 até Curitiba.

Quem estiver em Curitiba e precisam viajar a Santa Catarina podem fazer o caminho inverso: seguir pela BR-116 até o km 84 (São Cristóvão do Sul), acessar a BR-470/SC e chegar à BR-101/SC por Itajaí (km 113). A concessionária e PRF orienta para que os motoristas evitem utilizar a rodovia, porque ainda há restrição ao tráfego, e sigam por caminhos alternativos.

Na rota alternativa para quem vai ao litoral de Santa Catarina, passando pela Serra Dona Francisca, não havia mais congestionamento na tarde deste domingo.



As chuvas que atingiram o Paraná desde a última quinta-feira (10) causaram estragos e muitos prejuízos em sete municípios. O último balanço da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil - da tarde de domingo - informava que as cidades atingidas eram São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba; Honório Serpa e Mangueirinha, no Sudoeste do Paraná; Antonina, Morretes, Paranaguá e Guaratuba, no Litoral do estado.

Morretes decretou estado de calamidade pública na tarde domingo (13) e Paranaguá havia entrado em situação de emergência na sexta-feira (11).

A Colônia Castelhanos, em São José dos Pinhais, ainda estava parcialmente isolada na noite de domingo. Aproximadamente 400 pessoas residem no local e estavam sem luz. O acesso era bastante difícil.

A comunidade tinha água potável e alimentos. A preocupação era com a produção de banana – principal fonte de renda da comunidade – que estava sendo escoada lentamente com auxílio dos tratores.


Situação em Antonina e Morretes


Água, gasolina e determinados alimentos começam a faltar no litoral do Paraná. A interdição na BR-277 entre sexta-feira (11) e domingo (13) fez com que fornecedores dos supermercados de Antonina não conseguissem chegar ao município. Com isso, a situação na cidade é de que determinados alimentos começavam a faltar. Em alguns comércios faltavam biscoitos, em outros carnes e ainda alimentos de preparo rápido. Apesar da situação, não se pode afirmar que faltam alimentos na cidade. Como foi dito, há dificuldade para encontrar produtos pontuais.

O grande problema de Antonina é de que não há água mineral para se comprar na cidade neste domingo. Os moradores podem conseguir alimentos, água e leite na estrutura montada pela Defesa Civil, na Estação Ferroviária.

Outro ponto de distribuição de água é em um colégio na Ponta da Pita, segundo a Defesa Civil. No local funciona uma escola municipal e um colégio estadual. O endereço é Rua Engenheiro Luiz Augusto Leão Fonseca, 923.

Além disso, não há gasolina nos postos de combustível. Os motoristas encontram apenas álcool.

A informação de que não há água mineral para se comprar em Antonina foi passada pelo prefeito do município, Carlos Augusto Machado, e confirmada pela reportagem da Gazeta do Povo na tarde deste domingo.

Não há como chegar ao município por via terrestre, a reportagem chegou a Antonina em um barco da Capitania do Paraná que se deslocava para a cidade para levar donativos.

A região mais afetada em Antonina pela chuva foi a do bairro Laranjeiras. O que se pôde observar logo na chegada ao município é de que há muitas casas soterradas. As ruas próximas à rodoviária estão cheias de barro, porém, os veículos ainda conseguiam passar com dificuldades.

A Defesa Civil havia liberado a entrada dos moradores da região do Mirante das Pedras, no Centro, em suas casas, para que tentassem salvar alguns pertences. A autorização foi suspensa porque havia risco de deslizamentos de terra e de pedras do morro.


Calamidade pública

Morretes decretou estado de calamidade pública na tarde deste domingo, de acordo com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil. O chefe da seção operacional, capitão Eduardo Gomes Pinheiro, informou que a atitude foi tomada porque o município não estava conseguindo dar conta sozinho da situação. Além disso, trata-se de uma sinalização ao governo federal de que é preciso maior apoio e repasse de recursos.

Apesar da situação, o comércio de Morretes não estava com tantos problemas como o de Antonina. Ainda não havia registro de desabastecimento no município. A situação mais caótica estava na zona rural.


Situação em Paranaguá

Como Paranaguá também está sem abastecimento de água – a tubulação foi danificada pela chuva -, a Defesa Civil do município instalou caixas d’água em cinco pontos da cidade e estava distribuindo água potável para a população. São eles: Aeroparque, no bairro Nilson Neves (no Corpo de Bombeiros – Rua Bento Munhoz da Rocha Neto), na Praça da Vila Cruzeiro, na Praça da Paz (Rua Manoel Correia) e na Ilha dos Valadares (Praça da Matriz).

A falta d’água afetou também o atendimento no Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá. As cirurgias eletivas foram suspensas e o hospital atende apenas os casos emergenciais. Caminhões-pipa estão levando água para o hospital a cada três ou quatro horas.

Duas crianças que estavam internadas foram transferidas em uma aeronave do governo do estado para a região de Curitiba, de acordo com o médico José Eduardo Farah, diretor-geral do Hospital Regional do Litoral. Um bebê prematuro – que nasceu na noite sábado – foi transferido em uma Unidade de Terapia Intensiva para um hospital de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba. Outra criança, de 8 anos, estava com suspeita de meningite pneumocócica e foi levada para o Hospital Pequeno Príncipe. O quadro de médicos está normalizado, segundo Farah.



Governo forma Comitê de Gestão de Crise; mas não define ajuda financeira

A segurança e a saúde da população que reside no Litoral do Paraná são duas das principais preocupações neste momento após as fortes chuvas que atingiram a região. Essas questões foram discutidas em reunião neste domingo, da qual participaram o governador Beto Richa (PSDB), secretários de estado, representantes da Defesa Civil, da Ecovia, Copel, Sanepar, entre outros órgãos.

A estrutura de segurança da Operação Verão será mantida por pelo mais uma semana. Cerca de 300 policiais militares e 120 policiais civis permanecem no litoral. Além disso, o governo do estado informou que homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e da Polícia Técnica também estavam seguindo para a região. O objetivo é garantir a segurança nos municípios litorâneos e evitar que saques ocorram.

Com relação à saúde, equipes desceram para prestar os primeiros socorros já no sábado e levaram medicamentos para combater leptospirose, entre outros. Pacientes que fazem hemodiálise - e se tratavam em Morretes - foram transferidos para Curitiba por meio de helicópteros.

De acordo com o balanço passado na reunião, 200 pessoas estão em abrigos do governo do estado cidades do litoral e 10 mil estão desalojadas (na casa de parentes). A informação é de que parou de chover.

Verbas

O governador Beto Richa (PSDB) informou que entrou em contato com os ministros Fernando Bezerra, Nelson Jobim e Antônio Palocci, porém, ainda não havia nenhuma informação sobre liberação de verbas do governo federal. Jobim disse que poderia enviar tropas do Exército para o Paraná para auxiliar no socorro às vítimas, mas Richa respondeu que, até o momento, não era necessário.

Fornecimento de luz e água

Segundo a Companhia Paranaense de Energia (Copel), 2,413 mil domicílios e estabelecimentos comerciais em todo o litoral ainda estavam sem luz na manhã deste domingo. Em Morretes 1.302 consumidores não tinham fornecimento de energia elétrica. As demais casas e comércios sem energia são de moradores de regiões de Guaraqueçaba (824), Antonina (287) e Paranaguá (274).

Nenhum comentário:

Postar um comentário