sexta-feira, março 18, 2011

Polícia Civil prende em Curitiba envolvidos em golpe de R$ 50 milhões

Operação contra contrabando de óculos termina com dez presos no PR

Dez pessoas foram presas no Paraná, nesta sexta-feira (18), em uma operação deflagrada pela Polícia Civil contra óticas acusadas de contrabandear óculos e de emitir notas fiscais falsas. Seis prisões ocorreram em Curitiba e quatro, em Paranavaí, no Noroeste do estado. As ações também se estenderam em Minas Gerais, onde outras cinco pessoas foram presas. São Paulo e Santa Catarina também foram alvos da operação.

De acordo com informações repassadas pela Polícia Civil, o esquema funcionava há dez anos e gerou sonegação fiscal de aproximadamente R$ 50 milhões. Em cinco meses de investigações, a polícia levantou evidências de que as óticas receptavam óculos de origem chinesa. O produto entrava no Brasil pelo Paraguai e as empresas adulteravam notas fiscais para não levantar suspeitas. Além disso, no cumprimento dos mandados, a polícia apreendeu cerca de 100 mil peças de óculos, fuzis, revólveres, pistolas e quatro granadas.

Durante entrevista coletiva realizada na tarde desta sexta-feira no 1º Distrito Policial (DP), a polícia apontou que as óticas acusadas de integrar o esquema fazem parte das redes Visomax e Grupo Vega. Uma rede de Belo Horizonte, em Minas Gerais, também estaria envolvido nas irregularidades. A Gazeta do Povo tentou ouvir representantes da Visomax, por meio de telefones disponibilizados no site da rede, mas não conseguiu contato. A reportagem também tentou telefonar para o único número disponibilizado no site do Grupo Vega, mas a ligação também não foi atendida.

Articulação e presos

Segundo a Polícia Civil, o esquema foi articulado pelo ex-deputado federal por Minas Gerais, Francisco Sales Dias Horta, que também é presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDI), de Belo Horizonte. O acusado está foragido e, segundo as investigações, há indícios de que ele esteja na China.

A polícia aponta que familiares e funcionários do ex-deputado eram usados como “laranjas” para a criação de empresas de fachada. Um homem indicado como filho dele, Francisco Dias Horta Neto, está entre as pessoas que foram presas em Curitiba. De acordo com a relação divulgada pela polícia, os outros detidos na capital são Adriana Sales Dias Horta, Glauciene Pinto de Jesus, Hélio Pinto de Jesus, Jéferson Santos Afonso e Marcus Vinícius Assis.

A lista aponta que em Paranavaí foram presos José Carlos Gomes, Andréa Cristiane da Silva, Wagner Moreira e Ivan Ferreira da Cruz. Em Minas Gerais, os presos foram identificados pela polícia como Ramom de Oliveira Vieira e Neusa de Abreu Dias.

Segundo a polícia, os acusados serão indiciados por receptação de carga de origem ilícita, formação de quadrilha, falsificação de documentos públicos e particulares, lavagem de dinheiro, estelionato, sonegação fiscal, ameaça, corrupção, adulteração e comercialização de produtos nocivos à saúde, comunicação indébita e fraude previdenciária.

Além do ex-deputado Francisco Sales Dias Horta, estão foragidos Rafael Lassi Cladeira e Juliana

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