O que restou de um carro depois de um possível roubo e certamente dois incêndios está abandonado em uma das principais ruas do Conjunto Urano, em São José dos Pinhais. Uma marca de violência, deixada entre uma escola pública de ensino fundamental e uma cancha de esportes, a uma quadra de um batalhão de polícia. O bairro, o Afonso Pena, é o mais populoso do maior município da Região Metropolitana de Curitiba.
De acordo com moradores, o carro foi abandonado na "madrugada de um dia de semana". Mas ninguém soube dizer o que pode ter motivado a escolha do lugar, nem ainda sabe de alguma história relacionada.
De qualquer modo, “é a primeira vez em 30 anos que algo assim aparece aqui no bairro”, diz a presidente da Associação de Moradores do Urano, Marlove Savi. Ela diz que procurou um coronel do batalhão vizinho e a resposta foi que, por não haver registro de roubo ou indício de IPVA atrasado, nada poderia ser feito.
Segundo Marlove, o carro foi incendiado duas vezes. “E da primeira vez foi necessário chamar os bombeiros para apagar o fogo, até porque está embaixo dos fios de luz. Da segunda vez, devem ter sido as crianças da escola [que colocaram fogo], mas não tinha quase nada para queimar. (...) Fica uma sensação de insegurança”.
Jane Cruz é diretora da escola e viu o carro depois de ser avisada pelas crianças. “Pensei que os policiais iriam tirar, até porque está do lado de uma cancha, e perto do batalhão de polícia, mas está aqui há mais de um mês. Quando [o carro] chegou, não estava queimado. (...) As crianças brincam [no carro] e podem se machucar”.
A diretora diz que o problema é responsabilidade da associação do bairro; a presidente da associação do bairro diz que procurou a polícia; a polícia diz que não pode fazer nada; e nenhum entrevistado procurou a prefeitura.
A duas quadras de onde o está carro, a Prefeitura de São José dos Pinhais realizou obras na rede pluvial e em calçadas até o começo da semana passada. Procurada pela reportagem, a Secretaria de Meio Ambiente da cidade disse que não vai se pronunciar.
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