sexta-feira, junho 24, 2011

Terceiro suspeito se entrega à polícia


O terceiro suspeito de envolvimento na morte da universitária Louise Sayuri Maeda se entregou à polícia ao meio-dia de ontem, na Delegacia de Vigilância e Capturas, no centro de Curitiba, acompanhado do pai e do advogado Marcos Antônio Germano. Élvis de Souza, 20 anos, que teve a prisão decretada no último fim de semana, foi ouvido e encaminhado ao Centro de Triagem 2, em Piraquara, e deve permanecer lá por 30 dias. A apresentação dele ocorreu ao mesmo tempo em que o corpo da vítima era cremado.

Segundo a polícia, o suspeito teria um relacionamento com Márcia do Nascimento, de 21 anos, colega de trabalho de Louise que está presa. Ela e Fabiana Perpétua de Oliveira – também detida – teriam articulado uma emboscada para Louise e podem ter contado com o auxílio de Souza, segundo a polícia.

Balões prestam última homenagem à vítima

Familiares e amigos de Louise Maeda se despediram dela em uma cerimônia que aconteceu às 13 horas de ontem, na capela Vaticano no bairro São Francisco, na capital. Antes do corpo seguir para a cremação em Campina Grande do Sul, região metropolitana de Curitiba, balões brancos e vermelhos foram soltos por quem estava presente. A ideia da família era celebrar a passagem de uma vida para outra, não a morte. Depois de cremado, o corpo voltou à capela para ser guardado em uma sala, decorada com as cores preferidas dela, até que a família decida se vai jogar as cinzas no mar, como era o desejo de Louise.

Durante o velório, muitas pessoas formaram fila para ver o corpo dela. Parentes e amigos estavam emocionados e indignados com a morte. “Conheço ela desde que nasceu, éramos vizinhas. Era alegre, tranquila, esforçada. É um absurdo o que aconteceu, não conseguimos aceitar”, disse a amiga Lilian Xavier. (AS)

O depoimento do suspeito durou quatro horas. Segundo o delegado Marcelo Lemos de Oliveira, ainda não há certeza sobre a motivação do crime e nem qual a participação de cada suspeito no homicídio. Mas, de acordo com ele, não há dúvidas do envolvimento dos três presos.

“Existe muita coisa que bate, mas também muita divergência no depoimento dos três. Por en­­quanto vamos ouvi-los em separado, não sei se precisaremos de uma acareação”, diz. O advogado, que foi procurado pela família na terça-feira, afirmou que Souza nega ter atirado em Louise, mas não a participação no crime.

Um cunhado de Souza, que esperava do lado de fora da delegacia, contou que foi o pai do acusado que o convenceu a se entregar. Souza estava sem barba e sem cavanhaque quando se entregou.

A bolsa que Louise carregava na noite do crime foi encontrada na casa do pai do suspeito. O objeto foi localizado durante buscas feitas por policiais da Delegacia de Vigilância e Capturas no imóvel. A polícia também apreendeu e está fazendo perícia no veículo de Souza, que pode ter sido usado no crime. Uma blusa encontrada na casa de Márcia teria manchas de sangue e também está sendo periciada.

O crime

Louise desapareceu em 31 de maio após sair do trabalho. Ela era supervisora de uma iogurteria em um shopping da capital. O corpo foi encontrado na última sexta-feira, 17 dias depois, em uma cava do Rio Iguaçu. O cadáver trajava as roupas que a universitária usava quando desapareceu, mas como estava em avançado estado de decomposição, o reconhecimento foi feito por meio de um exame papiloscópico – de confronto de digitais – no Instituto Médico-Legal. Márcia e Fabiana foram presas um dia depois, suspeitas de articular o assassinato.
Gazeta do povo 24/06/2011

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